Chegou ao fim nesse domingo (25), no Japão, no seu 50º episódio, Kamen Rider Gotchard, aqui está a nossa análise e o que achamos da série.

Kamen Rider Gotchard é a 38ª série da franquia e a 5ª série da Era Reiwa, contou 50 episódios e o último acabou sendo exibido nesse último domingo (25). Além disso, até o momento de publicação desta análise, Kamen Rider Gotchard conta com 2 filmes e 2 especiais.

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara
Imagem: Toei Company

O enredo da série acompanha Houtaro, um jovem que se transforma no herói titular para proteger o mundo de ameaças misteriosas chamadas Chemies. Esses Chemies são criaturas criadas a partir de elementos alquímicos e possuem poderes únicos. À medida que Houtaro enfrenta diferentes Chemies, ele descobre segredos sobre sua origem e os verdadeiros objetivos das forças que ameaçam a Terra. Com a ajuda de aliados, ele luta para impedir que os Chemies caiam nas mãos erradas, utilizando seu poder de transformação e habilidades únicas para proteger o futuro da humanidade.

Bem como, a série tem como tema a igualdade entre humanos e Chemies, onde Houtaro tenta ao máximo criar um mundo pacífico para os dois. Mesmo que essa parte não seja tão bem elaborada, ela continua presente desde o primeiro episódio e segue até o último. Apesar disso, a série não é perfeita e tem diversos problemas que podem e, talvez, irão afastar o público.

Personagens

Aqui vamos focar nos personagens principais da série. Vamos evitar grandes spoilers, já que isso é apenas uma análise de Kamen Rider Gotchard.

Houtaro Ichinose / Kamen Rider Gotchard

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara

Houtaro Ichinose / Kamen Rider Gotchard
Imagem: Toei Company

O protagonista da série e o Kamen Rider Gotchard. Um estudante do ensino médio, que inicialmente não possui grandes aspirações para o futuro, logo descobre o que deseja fazer. O personagem é interessante, porém sofre com o maior problema da série, desenvolvimento e sim, isso é um problema recorrente com todos. Mas, em certas ocasiões, o roteiro consegue entregar bons momentos para Houtaro.

Rinne Kudo / Kamen Rider Majade

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara

Rinne Kudo / Kamen Rider Majade
Imagem: Toei Company

A protagonista feminina principal da série e também a Kamen Rider Majade. Ela inicia a série como uma colega de classe de Houtaro, mas secretamente faz parte da Academia de Alquimistas. Entretanto, o maior problema da personagem é sua transformação em Kamen Rider Majade, claramente não fazia parte da série e acabou sendo colocado de última hora. Além disso, Rinne não é uma personagem interessante e nem carismática, e o roteiro também ajuda muito ela. E é fácil perceber que os roteiros da série foram alterados para colocar Rinne como uma Kamen Rider.

Supana Kurogane / Valvard / Kamen Rider Valvard

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara

Supana Kurogane / Valvard / Kamen Rider Valvard
Imagem: Toei Company

Supana Kurogane inicia a série como um rival de Houtaro, querendo seguir à risca as regras da Academia sobre o tratamento dos Chemies. O personagem começa como alguém bem estranho, com uma certa fixação em Rinne, por conta de seu pai Fuga Kudo, mas isso acaba sendo deixado de lado logo. Mas, ao decorrer dos episódios, descobrimos mais sobre o passado de Supana e o que houve com seus pais. E finalmente, no 21º episódio, vemos sua estreia como Kamen Rider Valvard. O personagem até tem um trabalho melhor, em relação aos outros, porém cai nas armadilhas do roteiro e acaba sendo deixado de lado diversas vezes. A reta final da série bem que tentou desenvolver uma certa vilanidade em seu personagem, mas é tão mal feito que chega a ser cômico.

Renge Icho / Sabimaru Tsuruhara / Minato

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara

Renge Icho / Sabimaru Tsuruhara
Imagem: Toei Company

Os personagens secundários principais da série e quase sempre presentes nos episódios. Todos eles são membros da Academia de Alquimistas, sendo Renge e Subimaru veteranos de Houtaro e Rinne. E Minato, o professor deles na Academia e, ao mesmo tempo, professor de Houtaro e Rinne no colégio.

Renge surge na série querendo aprender alquimia para poder aprender a fazer ouro. Assim, ela procura fazer com que a vida da sua mãe seja mais fácil, já que sua família é relativamente pobre. Porém, o roteiro faz questão de esquecer esse objetivo dela rapidamente.

Subimaru começa a série como alguém tímido e só consegue se comunicar pelo seu tablet, com a ajuda da IA Isaac. O seu objetivo na Academia é aprender mais sobre os Chemies e assim, criar um mundo onde humanos e Chemies convivam em harmonia. Esse objetivo é algo que Houtaro consegue transmitir a ele, de todos os personagens, ele é quem mais se destaca em desenvolvimento.

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara

Minato
Imagem: Toei Company

Minato ele é o professor dos personagens da série, além de ser o mentor dos Kamen Riders. Ele começa como alguém meio difícil de se aproximar e com os objetivos meio vagos. Porém, ao decorrer da série entendemos mais os motivos dele ser assim, e também vemos ele protagonizar um dos arcos dramáticos da história.

Three Dark Sisters (Mei Kuro No Sanshimai)

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara

Three Dark Sisters (Mei Kuro No Sanshimai)
Imagem: Toei Company

As vilãs iniciais da série e, de certa forma, seguem como as principais vilãs da série até o final da série. Inicialmente, parecem ser uma organização própria e que seriam derrotadas na primeira fase da série. Mas, o roteiro nos engana com isso e faz com que elas sigam até o final da série.

De começo, elas têm um plano bem simples que é roubar o GotchaDriver e as cartas Chemies de Houtaro, para assim dar sequência aos seus planos. Mas, com diversas falhas e derrotas, elas criam o DreadDriver, o cinto de transformação do Kamen Rider Dread. Onde usam de cobaia um dos aliados de Houtaro, Sabimaru Tsuruhara, e assim criando um dos arcos mais emocionantes da série. Após o final da segunda fase da série, descobrimos que as irmãs, na verdade, trabalham para Glion.

Dark Kings

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Dark Kings
Imagem: Toei Company

Os vilões principais da quarta e última fase de Kamen Rider Gotchard surgem após os eventos de Glion abrir os Portões das Trevas. Primeiramente, surge apenas Gigist e o roteiro faz a gente acreditar que ele é a forma inicial do Rei das Trevas. Porém, lá pela reta final surgem mais dois personagens se declarando como o Rei das Trevas, sendo eles Germain e Gaelijah.

Com esses dois novos personagens, descobrimos que, na verdade, o Rei das Trevas é uma fusão deles e que Gigist estava tentando agir sozinho, para ter uma certa vantagem sobre eles. Apesar disso, o plano deles parece ser bem vago e algo que não encaixa bem como vilão final e não me repetir na análise, mas desenvolvimento não é o forte de Kamen Rider Gotchard.

Glion

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Glion
Imagem: Toei Company

O vilão final, e de fato final mesmo, quando não era para ser, da série. O personagem surge durante a terceira fase de Kamen Rider Gotchard e seu objetivo era abrir os Portões das Trevas, mas falha e acaba sendo derrotado. Bom, era o que achávamos até Gigist surgir na série, com isso poderíamos seguir de fato o verdadeiro vilão final da série. Mas, não é isso que acontece e Glion acaba retornado, ao utilizar alguma alquimia para tomar o corpo de Germain, que havia sido derrotado.

Assim, Glion acaba sendo alavancado como o vilão final da série e sem muitas explicações do porquê. Ele até mesmo ganha uma forma Kamen Rider, o Kamen Rider Eld. O personagem também é o responsável por criar as Três Irmãs das Trevas, mesmo que seja por um motivo fútil. Glion é um vilão interessante, porém, tentaram forçar um link com os eventos do filme “Kamen Rider Gotchard: The Future Daybreak“, sendo que não era necessário.

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A trama

A história da série de Kamen Rider Gotchard acontece em múltiplos arcos, divididos em 4 capítulos. Alguns capítulos acabam sendo influenciados por fatores externos, como filmes e especiais, mas que de certa forma não atrapalham, para quem for assistir agora que a série se encerrou. Agora, quem acompanhou semanalmente sofreu com alguns acontecimentos inexplicados, que demoraram a chegar por aqui. Então, aqui vamos analisar arco por arco de Kamen Rider Gotchard, para um fácil entendimento.

Chapter 1: Gotcha! Chemy! (Episódio 01 – 10):

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara
Imagem: Toei Company

O primeiro capítulo da série serve como introdução, para que o público entenda o que está acontecendo e quem são os personagens. Aqui vemos as combinações de Kamen Rider Gotchard, além de seu início na Academia de Alquimista, e o dia a dia dos personagens.

Esse primeiro capítulo também serve como um tutorial de como funcionam os poderes e as combinações, que é explicado que a soma dos Chemies tem que ser 10. Ou seja, outros tipos de combinações não irão funcionar no GotchaDriver e assim, os poderes do Kamen Rider não se ativam. É um capítulo interessante e o mais coeso de toda série, funciona com um arco introdutório e de apresentação da história.

Chapter 2: Invasion! Level Number 10! (Episódio 11 – 15):

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara
Imagem: Toei Company

Bom, esse capítulo serve como o de introdução para o primeiro power-up do herói, as cartas 10 ou X e também o de estreia do Kamen Rider Dread. Mas, tem um grande problema de não ser encerrado na série, o encerramento deste capítulo acontece no filme crossover entre Kamen Rider Gotchard e Geats, “Kamen Rider The Winter Movie: Gotchard & Geats Strongest Chemy★Great Gotcha Operation“.

Além disso, aqui vemos os problemas e as armadilhas de roteiro sendo apresentadas e jogadas na nossa cara. Esse capítulo tem um grande arco dramático e que, após solucionado, parece que é esquecido rapidamente. Às vezes, a série tenta recuperar esse momento, porém, perde todo o potencial criado.

Chapter 3: Disassembled! Alchemist Academy! (Episódio 16 – 27):

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Imagem: Toei Company

O penúltimo capítulo da série e, provavelmente, um dos que mais apresentou potencial de fazer a série dar uma guinada, mas falhou em muitos pontos. Esse capítulo se inicia com a chegada do novo vilão, Glion, ele faz com que Minato traia os alunos da Academia e se alie às Três Irmãs das Trevas. Sendo assim, um ponto interessante da série é colocar o mentor dos heróis contra eles.

Esse capítulo também é marcado pelas estreias de Kamen Rider Majade, Valvard, Wind e Gotchard Daybreak, além do power-up Platina Gotchard. Apesar disso, e das estreias interessantes, esse capítulo falha em tentar criar alguma tensão, a dúvida sobre a vilania de MInato se arrasta até ficar cansativo, as dúvidas de Lachesis quanto a Glion parecem fracas e até mesmo Dread perde sua função nessa parte. Realmente, aqui a série desperdiça e muito todo o potencial que poderia ter.

Chapter 4: ??? (Episódio 28 – 50):

Análise | Kamen Rider Gotchard: Muita alquimia e pouco chute na cara
Imagem: Toei Company

O último capítulo da série, e até o momento não possui um nome, pode ser que seja revelado quando os Blu-Ray desse capítulo começarem a ser vendidos. Aqui começamos os fechamentos de arcos de personagens, ou tentativa deles, mas a série não passa o clima de final.

Ao longo de 23 episódios, o clima que Kamen Rider Gotchard passa é de um arco de meio de história. Não parece que a série se encaminha para o fim e nem os vilões têm a aura de vilão final. Deve ser por isso, que Glion tenha sido “ressuscitado” nos capítulos finais. Apesar disso, existem bons arcos nesse capítulo, como, por exemplo, o retorno do Kamen Rider Legend e a forma final de Gotchard, o Rainbow Gotchard.

Kamen Rider Gotchard – A análise

Kamen Rider Gotchard
Imagem: Toei Company

Bom, se você chegou até aqui, na nossa análise, deve ter notado que Kamen Rider Gotchard tem mais pontos negativos do que positivos. A série tem um começo interessante, porém, muito arrastado e cansativo. A série demora a engrenar e, quando faz, cai nas armadilhas de roteiro e volta a ficar arrastada.

Os personagens têm muito potencial de crescimento desperdiçado, que ajudaria em muito para a série rodar de forma melhor. Por diversos momentos, vemos que eles aspiram a mudar e evoluir como heróis e pessoas, mas, para logo em seguida, ser interrompido pelo roteiro.

Outro ponto que o roteiro tentou trabalhar, mas não conseguiu desenvolver muito bem, é a relação entre os protagonistas, Houtaro, Rinne e Supana, com as Três Irmãs das Trevas, Clotho, Atropos e Lachesis. Parece, por muitas vezes, forçado e sem muita conexão e talvez a melhor trabalhada seja a relação de Supana e Lachesis, mesmo que seja estranha, em termos de escrita.

Em comparação aos pontos levantados nas primeiras impressões da série, apostamos no potencial da série e mostramos que alguns pontos poderiam ser melhor trabalhados. Mas, no final, eles até tentaram trabalhar, só que a história e as diversas mudanças de ritmo, fizeram os erros prevalecerem. Kamen Rider Gotchard tinha potencial, mas acabou sendo desperdiçado. A série fica marcada pelos seus colecionáveis e brinquedos interessantes, do que pela própria história.

Vale a pena?

Kamen Rider Gotchard
Imagem: Toei Company

Talvez essa seja a pergunta mais difícil de responder, por um lado é interessante acompanhar novas séries de tokusatsu, mas quando a série apresenta tantos problemas quanto Gotchard fica difícil recomendar. Apesar das tentativas de contar uma boa história e desenvolver os personagens, as armadilhas dos roteiros e as diversas mudanças na história para se adaptar com os novos elementos mais afastam que aproximam o novo público.

O que se destacou mais durante a era de Kamen Rider Gotchard são os colecionáveis e brinquedos relacionados à série. Com certeza, as cartas Chemies foram um sucesso e devem seguir sendo fabricadas. Cartas são sempre um sucesso, Kamen Rider Decade está aí para provar esse ponto.

Mas, voltando à pergunta, não recomendaria como a primeira série de Kamen Rider para alguém, ela até parece atrativa, mas logo se mostra entediante. Certamente, não é a pior série da franquia, mas também não é uma das melhores e com certeza, ganhou o posto de “A Pior Série da Era Reiwa“, por enquanto. Então, não, não vale a pena assistir Kamen Rider Gotchard, se essa for a sua série de primeira viagem.

Lembrando que Kamen Rider Gotchard tem 50 episódios e, até o momento de publicação desta matéria, os episódios não estão disponíveis no Brasil.