Confuso, enrolado, entendiante e, provavelmente, um dos piores anime do ano

Rick and Morty, criado por Justin Roiland e Dan Harmon, é uma animação estadunidense que estreou em 2013 e conta com sete temporadas. O sucesso da série foi tão grande que não demoraria muito para ganhar uma adaptação em anime. E em 2024, finalmente recebemos Rick and Morty: The Anime.

A série traz Rick, um inventor excêntrico, e seu neto Morty em aventuras que envolvem temas intergalácticos e viagens no multiverso. Nas três primeiras temporadas, o humor mórbido e o roteiro afiado trouxeram situações inesperadas, criando uma narrativa insana e cativante. Contudo, a partir da 4ª temporada, com o crescimento do fandom e teorias na internet, a série começa a oscilar, mostrando roteiros cada vez mais autorreferenciais e previsíveis.

Análise | Rick and Morty: The Anime e como descobrir os limites da paciência
Reprodução: Adult Swim

O sucesso inicial deu lugar a episódios inconsistentes, que alternam entre momentos empolgantes e outros que deixam a desejar. Um exemplo é o episódio “Rattlestar Ricklactica“, da 4ª temporada, onde uma trama com cobras e viagens no tempo chegou a quase afastar os fãs mais leais. Essa queda de qualidade é uma das críticas mais recorrentes, já que a série começou a exagerar em piadas autoconscientes, em vez de trazer a espontaneidade que caracterizou o humor de suas primeiras temporadas.

Uma trama e narrativa não linear

Análise | Rick and Morty: The Anime e como descobrir os limites da paciência
Reprodução: Adult Swim

Agora, surge Rick and Morty: The Anime, a primeira adaptação completa no formato anime, produzida pelo estúdio Sola Entertainment e dirigida por Takashi Sano. A história se passa entre a e a 7ª temporadas da animação original. A trama explora múltiplas dimensões: Rick está perdido entre realidades, enquanto Summer e Beth Espacial enfrentam a Federação Galáctica, e Morty se apaixona por Elle, uma personagem com habilidades similares ao Dr. Manhattan.

Ao contrário do tom cômico da série original, o anime adota uma abordagem mais dramática e melancólica, explorando temas profundos sem o tradicional alívio cômico. Com 10 episódios, a série estende uma narrativa que poderia ser resolvida em menos episódios, gerando uma experiência não linear e fragmentada. A perspectiva de Elle, que vivência passado, presente e futuro simultaneamente, reflete o formato desconexo do anime, onde as tramas saltam de um ponto a outro, tornando desafiador acompanhar a história.

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Vale a pena?

Análise | Rick and Morty: The Anime e como descobrir os limites da paciência
Reprodução: Adult Swim

No geral, Rick and Morty: The Anime mistura complexidade e autorreferências, mas deixa a desejar na entrega. Com ideias ambiciosas e uma narrativa fragmentada, o anime desafia a paciência dos fãs e perde parte da essência original. Para quem busca uma experiência mais direta, outras adaptações no formato anime, como Uzumaki, podem ser mais satisfatórias, conseguindo alcançar o objetivo em menos episódios.

A exceção é o episódio final, que traz uma história mais linear e emocional. Morty experimenta uma vida completa com Elle, trazendo uma narrativa de família e conflitos pessoais que são comoventes e identificáveis. Esse episódio é singelo e envolvente, contrastando com o restante da temporada, que foca em complexidade sem profundidade.

Por fim, Rick and Morty: The Anime consegue ser uma experiência difícil de lidar, para os fãs mais antigos e até mesmo por quem acabou encontrando esse anime por acaso. E assim, ocupando, talvez, o topo da lista dos piores animes de 2024.