Ariano Suassuna é um dos maiores nomes da cultura brasileira. Mais de dez anos após sua morte seu legado continua forte e assim deve permanecer por várias gerações. O filme “O Auto da Compadecida 2”, que estreia nos cinemas ainda este mês, é aguardado com grande expectativa, e o próprio diretor Guel Arraes revelou que discutiu o projeto com o próprio Ariano antes de seu falecimento.
“O Auto da Compadecida” é apenas uma das obras que conquistou o público. O autor teve uma carreira que passou por conflitos políticos nos anos 1930, a difusão do teatro brasileiro dos anos 1940 e 1950, assim como durante a Ditadura Militar. Vale ressaltar que a literatura e o teatro foram importantes para os artistas que resistiam ao regime.
É essa história que o livro “Ariano Suassuna no teatro da vida” busca contar. O pesquisador Anderson da Silva Almeida, que é doutor e mestre em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF), organizou a obra que explora a vida e o trabalho de Ariano Suassuna.
O livro aborda o movimento cultural criado pelo escritor, o Movimento Armorial. Ele foi uma tentativa de construir a “cultura erudita brasileira”, inspirada na cultura popular. Essa iniciativa foi muito importante para a valorização da cultura, sobretudo no nordeste.

Além disso, traz histórias menos conhecidas, como a “briga” de Ariano com os tropicalistas pernambucanos. O livro está dividido em duas partes. Na primeira, um perfil biográfico, com a atuação política e social. Já na segunda parte, o livro fala sobre as influências existentes na obra de Ariano e a construção de sua dramaturgia.
“Pois se a minha vida é um sonho, é um sonho de um demente, cuide-se de fazer aqui, desse pesadelo feio e sujo uma narração crumente alegre ali, sangrenta e colorida acolá, sagrada em sua profanidade, (…) luzidia e intrépida em sua feiura.”
Ariano Suassuna, 1972
Processo de criação do livro

Anderson da Silva Almeida se dedica a pesquisar a Ditadura Militar, e percebeu a ausência de estudos sobre a atuação de Ariano Suassuna no período. Dessa forma, procurou conectar a cultura ao histórico político, uma vez que Ariano era figura presente nos debates políticos dos anos 1960 e 1970. Isso sobretudo no Recife.
O livro foi organizado ao longo de três anos. O pesquisador trabalhou com autores que tinham alguma ligação com Ariano Suassuna. Chega agora, dez anos após a morte do escritor, assim como 60 anos após o Golpe Militar. Em um momento em que o público novamente se mobiliza para ir aos cinemas prestigiar “O Auto da Compadecida 2”.
“Ariano Suassuna no teatro da vida” está disponível nos formatos físico e digital, no site da Editora CRV.
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