Hoje, 7 de julho, comemora-se o 169º aniversário do escritor, dramaturgo e jornalista Artur Azevedo. Nascido em São Luís, capital do Maranhão, em 7 de julho de 1855. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ao lado do irmão, o também escritor Aluísio Azevedo (1857-1913). Também foi um dos maiores articuladores para a criação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no entanto, faleceu antes de sua inauguração. A seguir, conheça um pouco da biografia de Artur Azevedo e de sua produção literária, e como ele se tornou um dos maiores dramaturgos e escritores da história.

Família e início da Carreira

Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo nasceu em 7 de julho de 1855, filho de David Gonçalves de Azevedo e Emília Amália Pinto de Magalhães. Tinha, ao todo, quatro irmãos. Desde criança, brincava de encenar obras de grandes autores e de escrever as próprias peças. Ainda muito jovem, trabalhou no comércio e no serviço público da província. Uma história interessante de sua juventude é que Artur foi demitido após publicar uma série de sátiras sobre o governo. Com apenas quinze anos, escreveu a peça “Amor por Anexins”, uma comédia que foi exibida e teve grande repercussão. Após conseguir um emprego no Ministério da Agricultura, se mudou para a então capital Rio de Janeiro.

Ao chegar ao Rio de Janeiro, tornou-se professor de Português no Colégio Pinheiro. Foi a partir daí que começou sua carreira como jornalista. Artur fundou as publicações “A Gazetinha”, “Vida Moderna” e “O Álbum”. Nunca se distanciou do teatro, e publicava geralmente os textos de suas peças em seus jornais.  Também colaborou em outros jornais da época. Destaque para “A Estação”, onde trabalhou ao lado de Machado de Assis.

Publicação de sua produção literária

Capa da “Coleção Melhores Crônicas de Artur Azevedo” | Crédito: Editorial Global

Tendo se dedicado ao teatro e ao jornalismo a maioria da vida, Artur Azevedo só publicou seus contos em 1889. A coletânea “Contos Possíveis” foi dedicada ao amigo Machado de Assis. O livro trazia contos escritos durante vários períodos da vida do escritor e chama a atenção pela linguagem bem humorada.

Em seguida, vieram novas coletâneas de contos: “Contos fora de Moda” (1894), “Contos efêmeros” (1897) e “Contos em Verso” (1898). Todos os seus contos, assim como as peças teatrais, eram sátiras e reflexões sobre o cotidiano carioca no final do século XIX. Seus livros, assim como seus textos nos jornais da época, formam a produção literária do autor, revelando seu estilo politizado e crítico aos problemas sociais.

Academia Brasileira de Letras e Theatro Municipal

Artur Azevedo fez parte do grupo de escritores e intelectuais que se mobilizaram para a criação da Academia Brasileira de Letras (ABL). Fundada em 20 de julho de 1897, o grupo incluía também Machado de Assis, Olavo Bilac, assim como o irmão Aluísio Azevedo. Artur Azevedo foi o fundador da cadeira n.º 29. 

Além disso, foi o maior entusiasta e defensor da criação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Preocupado com a situação precária das artes cênicas, convenceu muitos de que a construção do teatro seria um marco para o teatro brasileiro. A vitória veio em 1904, quando o contrato para a construção foi aprovado. Porém, Artur não viveu suficiente para assistir seu sonho se tornar realidade. Artur Azevedo faleceu em 22 de outubro de 1908, aos 53 anos, após sofrer complicações de uma pneumonia.

Legado

As contribuições de Artur Azevedo para a literatura e o teatro foram várias. Desde a campanha para fundação do Theatro Municipal em 1909, assim como seus artigos na imprensa, críticos à escravidão e defendendo o movimento abolicionista. Tanto em seus contos, artigos, quanto no teatro, o escritor abordava os principais problemas sociais, às vezes de forma humorada, para mobilizar a sociedade. Hoje, o autor dá nome ao maior teatro de São Luís, sua cidade natal.