“As fomes Inaugurais”, lançamento de Whisner Fraga, reúne minicontos interligados que então exploram as relações entre pessoas em situação de rua e a sociedade como um todo. A obra aborda assim a desumanização dessas pessoas e as violências veladas presentes no cotidiano.
Nesse sentido, com narrativas impactantes, os contos apresentam cenas que provocam reflexão, incentivando o leitor a questionar as ações da sociedade e suas próprias atitudes.
Finalista do Prêmio Jabuti 2023 na categoria conto, o livro expõe a hipocrisia social e conta com um posfácio do escritor Hugo Almeida.
Whisner Fraga revela que a inspiração para a obra veio de uma experiência pessoal. Ele morava em um condomínio onde alguns moradores tentaram expulsar um casal que vivia na calçada em frente. O autor se lembra de mensagens profundamente desumanas trocadas na ocasião, que o deixaram revoltado.
“As fomes Inaugurais” é o sétimo livro de contos do autor e aborda temas como injustiça, maldade, julgamentos sociais, empatia e a importância da colaboração para a sobrevivência em um ambiente hostil.
Leia um trecho de “As Fomes Inaugurais”
“mendigo é diferente de morador de rua e pessoa em situação de rua é pior, morador de rua escolhe morar na rua, e pessoa em situação de rua pousa no abrigo, sem o cachorro, pois não recebem bichos lá, e vários têm animais de estimação, ah, esses eufemismos burgueses, a classe média esclarecida complica, essas pautas e bandeiras identitárias, essa esquerda pensante, eles se preocupam com as refeições, com a diarreia, a queimação, o corte de cabelo, a temperatura, as agressões, os assassinatos, estão se lixando se dormem na rua ou no asilo ou o modo que são denominados, dependendo do lugar em que pernoitam”.
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