Toda a sua maestria de execução e esmero em seus detalhes, unidos ao fator revolucionário de gameplay, tornaram Baldur’s Gate 3 o grande destaque da noite do dia 7 de dezembro. O game vencedor de 6 prêmios durante o TGA (The Game Awards), passou meses sendo elogiado por todos os fãs, não só de RPG, mas de games no geral. Dentre suas conquistas temos: melhor atuação, melhor RPG, melhor suporte da comunidade, melhor jogo multiplayer, players’ choice e jogo do ano.
Vindo de uma renomada saga de jogos, porém esquecida pelo grande público, Baldur’s Gate 3 chegou quebrando barreiras e furando todas as bolhas gamers. O game não foi apenas mais um RPG eletrônico, diferentemente da maioria dos seus concorrentes, BG3 tenta simular uma verdadeira campanha de RPG de mesa físico. A Larion Studios uniu tudo que aprendeu em seus anos produzindo jogos da série Divinity.
Desenvolvedora
Porém, a Larian Studios lutou muito para chegar onde chegou. Sua historia é marcada por uma jornada de altos e baixos. Seus primeiros jogos foram recebidos com críticas mistas, mas a empresa persistiu e continuou a aprimorar suas habilidades de desenvolvimento de jogos. Uma virada significativa ocorreu com o lançamento de Divine Divinity em 2002, um RPG de ação isométrico que recebeu elogios por sua narrativa envolvente e jogabilidade sólida.
Ao longo dos anos, a Larian continuou a lançar títulos de sucesso, incluindo Divinity: Original Sin em 2014, que foi particularmente bem recebido por sua ênfase na jogabilidade cooperativa e nas mecânicas interativas. Esse jogo foi então o pontapé inicial para Baldur’s Gate 3, onde toda a sua base foi moldada e depois aprimorada no atual jogo do ano.
Produção
Após adquirir os direitos de produção da série Baldur’s Gate, Swen Vincke, CEO da Larian Studios, brincou classificando a sua próxima obra como um “DC5“. Na linguagem de D&D (Dungeons and Dragons), DC significa uma representação de dificuldade dada pelo mestre para os jogadores, com a de numero 5 sendo uma das mais baixas. Porém é nítido o quanto foi difícil produzir um jogo deste porte, a sua proposta de um jogo que tenta recriar o caos de estar jogando D&D. Mas agora de forma visual e ativa, parece absurda já no papel.
Além disso, durante grande parte da produção, a Larian Studios estava bastante incerta a respeito da recepção do jogo, pois estavam investindo muito tempo e dinheiro em um jogo considerado ultrapassado pelo grande público. O seu sucesso ou fracasso iria determinar o futuro completo da desenvolvedora. Originalmente, a Black Isle Studios, responsável pelo jogo anterior da franquia Baldur’s Gate, deveria produzir o terceiro jogo da série.
Swen Vinckle compartilhou que a equipe estava comprometida em criar uma experiência autêntica de Dungeons & Dragons, incorporando as regras e a narrativa rica do jogo de mesa no mundo virtual. A Larian Studios usou seu motor gráfico próprio, o Divinity Engine 4.0, que também foi usado em Divinity: Original Sin 2. Então, não se espante caso confunda os dois jogos ao ver uma gameplay de ambos.
Como os direitos de produção foram adquiridos em 2019, o desenvolvimento do jogo começou de verdade em 2020, e como sabemos esse foi o pior ano para se produzir algo em conjunto de outras pessoas. Os desenvolvedores tiveram que passar bastante tempo impossibilitados de realizar o Mocap (captura de movimento). Isso leva até a teorias do motivo do grande número de detalhes não gráficos presentes no jogo.
História de Baldur’s Gate 3
Diferente dos RPGs clássicos, Baldur’s Gate 3 rompe com a tradição dos diálogos estáticos para seguir com a interface de diálogo, semelhante a RPGs modernos, como The Witcher, Fallout 4 e Mass Effect. Cem anos após os eventos de Baldur’s Gate 2, a história se inicia com os jogadores assumindo o papel de um personagem que foi infectado por uma criatura conhecida como “O Tentáculo Mind Flayer”. O protagonista descobre que possui uma conexão incomum com o Tentáculo, e como resultado, ganha habilidades especiais.
Após uma series de desventura e fugas, finalmente chegamos a cidade de Baldur’s Gate. Que possui grandes referências a personagens dos jogos anteriores, que agora são apenas lendas. A história se desenrola a partir daí, explorando a cidade encontrando personagens marcantes, tomando decisões importantes e enfrentando desafios tanto de natureza física quanto moral.
Melhor atuação – Neil Newbon
A Larian Studios conquistou seu primeiro prêmio no TGA 2023 com o ator Neil Newbon, por sua atuação como Astarion em Baldur’s Gate 3. Neil já é bastante renomado na indústria, com participações em grandes papéis, em vários jogos desde o ano de 2012. Dentre seus principais trabalhos temos, capturas de movimentos em Castlevania: Lords of Shadow 2 e Until dawn, além de atuações como Elijah Kamski em Detroit: Become Human, Nicholai em Resident Evil 3 Remake e Heisenberg em Resident Evil Village. Neil fez um ótimo trabalho em todos esses papéis, e em Astarion não foi diferente. Juntamente com o trabalho impecável na sua atuação, houve um certo trabalho técnico que tornou a transição de diálogos fluida, e sem inconsistências no tom de voz.
Melhor RPG
A aplicação do elemento RPG em Baldur’s Gate 3 é sem precedentes. A direção narrativa de BG3 está centrada em oferecer uma experiência rica e envolvente. Alinhada com os padrões estabelecidos pela série e com a mecânica de Dungeons & Dragons. Se aproximando bastante da quinta edição de regras de D&D. O jogo reproduz quase todos os elementos de um RPG de mesa físico, porém com enriquecimento dos elementos visuais e mecânicos, que um jogo eletrônico pode proporcionar. A equipe de desenvolvimento da Larian Studios, liderada por Swen Vincke, se esforçou para criar uma história complexa, repleta de escolhas morais e personagens cativantes. A Larian Studios tem uma reputação de criar jogos com narrativas envolventes e personagens memoráveis, e esse compromisso com a qualidade narrativa é evidente na direção do jogo.
Melhor suporte a comunidade
Nesse meio tempo de elogios e prêmios, muitos esqueceram que BG3 chegou às lojas inicialmente como um jogo incompleto. Antes de tudo, durante muitos meses, o game estava em acesso antecipado. Desde o seu primeiro patch, a interação dos devs com os jogadores foi bastante ativa. A Larian Studios tinha uma grande capacidade de responder a todos e de forma rápida, desde questões emergentes até as mais insignificantes. Exponencialmente recebendo cada vez mais updates, introduzindo mais conteúdo e corrigindo bugs, que tornaram Baldur’s Gate 3 o vencedor de melhor suporte a comunidade.
Melhor jogo multiplayer
Esta categoria foi bastante surpreendente, já que a Larian competia com nomes fortíssimos e já consolidados no mercado. Vencendo Street fighter 6, Super Mario Bros Wonder e Diablo 4, BG3 se destaca pelo foco cooperativo, que causa influência na história do jogo, e não é apenas uma realidade paralela. Portanto, permite que os jogadores mergulhem na história juntos e experimentem os eventos do jogo de diferentes perspectivas. Uma característica interessante do modo multiplayer é que os jogadores podem ter objetivos e interesses conflitantes. O que pode levar a situações e decisões difíceis dentro do grupo.
Players’ Choice
Por vezes você pode ter se perguntado o que seria exatamente esta categoria. A Players’ Choice, como o nome já diz, se refere às escolhas dos jogadores. Não se trata exatamente sobre qual jogo é melhor, mas sim qual o público mais gosta no momento. Ou seja, esta vitória é a prova concreta de como este jogo furou a bolha, e se tornou o queridinho dos gamers. Sendo assim, essa categoria destaca a importância da participação ativa da comunidade na celebração dos jogos. Além de seus interesses em demonstrar o impacto significativo que os jogos têm nas experiências individuais dos jogadores.
Jogo do ano
E por fim a grande estrela da noite. O jogo do ano é a categoria mais prestigiada e aguardada do evento. Essa categoria reconhece o jogo que, segundo a avaliação de um painel de especialistas da indústria de jogos e críticos, teve o impacto mais significativo e ofereceu a melhor experiência no ano em questão. Em outras palavras o prêmio de “Jogo do Ano” destaca a excelência em design, narrativa, inovação, jogabilidade e impacto cultural.
Sobretudo, o título vencedor é considerado o destaque do ano, representando a mais alta realização na indústria de jogos durante o período em questão. Sua combinação de fatores como a qualidade da narrativa, inovação em termos de jogabilidade, design de jogo excepcional, impacto cultural e aceitação positiva da comunidade de jogadores e críticos, o tornou o mais forte concorrente a jogo do ano. E assim, ganhando o seu prêmio mais do que merecido.
E você, já jogou o jogo do ano de 2023? Se ainda não jogou, então corre em qualquer uma das plataformas nas quais o game está disponível, são elas: Xbox Series S/X, Playstation 5, e PC.