No Café Funiculi Funicula (filme baseado no livro “Antes que o Café Esfrie”) existe uma “lenda” sobre a possibilidade de voltar ao passado para conversar com pessoas. No entanto, não é uma tarefa fácil, já que é preciso seguir algumas regras. Regras essas que podem ser esquecidas quando se está vendo alguém novamente.   

Este poderia ser um roteiro de filme SI-FI, como De Volta Para O Futuro, ou A Origem, mas no filme Café Funiculi Funicula (2018), não é necessário construir uma máquina do tempo, ou realizar um ritual minucioso. Você precisará apenas de uma xícara de café, sentar em uma cadeira específica e o mais importante, a pessoa com quem você gostaria de reencontrar precisa ter visitado o café pelo menos uma vez.

O longa foi inspirado no livro best-seller, Antes que o Café Esfrie do autor Toshikazu Kawaguchi. A história se passa em um singelo café localizado no subterrâneo de um prédio. Não exatamente um local muito procurado, mas a hipótese de viajar no tempo atrai alguns curiosos.

Kazu segura garrafa de café, mulher lendo livro sentada à mesa. Homem de avental observando, cliente do café olhando.
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Voltar ao passado pode curar velhas feridas

Antes de tudo, pense que você está em um lugar tranquilo, hospitaleiro, e que pode reencontrar uma pessoa importante. Você tentaria? Se a resposta for positiva, quem você gostaria de ver novamente?

Esses são questionamentos da trama, do livro ‘Antes que o Café Esfrie’, e da versão audiovisual. O ‘Café Funiculi Funicula’ é um negócio familiar passado de gerações e também carrega uma “magia” de poder dar chance para seus visitantes em voltar no tempo e reviver momentos importantes.

Entretanto, para que isso aconteça sem contratempos é preciso seguir regras importantes, e uma delas é compreender que voltar ao passado não muda o que aconteceu. As coisas vão seguir seu curso natural, seja o que for que aconteça nessa viagem.

Apesar do sucesso do livro, ‘Antes que o Café Esfrie’ caiu nas graças dos brasileiros apenas em 2023. A obra de Kawaguchi possui três livros que narra histórias de pessoas que passaram pelo café e procuram por respostas. Muitas delas carregam feridas do passado e encontram a chance de alcançar a cura.

Café Funiculi Funicula

Kazu trabalha para a família em um café. Existe a crença de que ocupar um assento específico em uma mesa permite ao ocupante viajar no tempo. Embora o viajante possa escolher o destino, ele deve obedecer a certas regras. Além disso, a viagem no tempo é limitada ao período em que o café esfria. Fumiko ouve o boato e aparece para conversar novamente com seu amigo de infância, que partiu para os EUA depois de uma briga.

O filme lançado em 2018 no Japão é dirigido por Ayuko Tsukahara e o roteiro escrito pelo autor Toshikazu Kawaguchi. No papel principal, a atriz japonesa Kasumi Arimura interpreta Kazu. Para amantes de mangá e anime, Kasumi pode ser vista nos filmes live-action do Samurai X: A Origem, e Samurai X: O Final. Também está no elenco, Yoh Yoshida conhecida por seu trabalho em Birigyaru, Ai Wo Tsumu Hito, ambos sem título em português. Outro ator é Kentaro Ito, conhecido por sua participação em From Today, It’s My Turn e The Flowers of Evil.

Conheça Healing Fiction

A obra faz parte de um novo estilo de livros conhecido como healing fiction, ou literatura de cura. Desde 2023 os livros na temática crescem no Brasil. A healing fiction é um gênero de livro que tem personagens que percorrem um caminho de superação, redenção e autoconhecimento.

Outro ponto comum nesses livros são a localização das histórias, em sua maioria o enredo se desenvolve em cafés, livrarias ou bibliotecas. Justamente em espaços que as pessoas procuram para relaxar e sair da rotina.

Como o próprio nome diz, esses livros propõem uma cura, mesmo não sendo livros de autoajuda, contribui para que o leitor veja alternativas para seus próprios problemas. A ficção prende a atenção e causa relaxamento a cada nova conquista dos personagens.

Além do livro japonês, ‘Antes que o Café Esfrie’, existem outros livros de autores asiáticos que ganharam destaque no Brasil, assim como “A Biblioteca dos Sonhos Secretos” de Michiko Aoyamas, “A Inconveniente Loja de Conveniência” de Kim Ho-yeon e “Relatos de um Gato Viajante” de Hiro Arikawa.

Redatora em Experiência sob supervisão de Julia Gabriela.