A organização do cinema nacional começa em 1969, com a criação da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme). Criada durante a ditadura militar, a estatal teve papel importante na produção e difusão do audiovisual brasileiro durante as décadas de 1970 e 1980. Dessa forma, ela contribuiu com clássicos como Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), Bye Bye Brasil (1980) e O Beijo da Mulher Aranha (1985). A empresa, porém, fechou em 1990, como parte de um corte geral nas instituições culturais federais.

Com o fim da Embrafilme, começam a surgir as primeiras produtoras independentes brasileiras como a Conspiração (1991), O2 Filmes (1991) e Gullane Entretenimento (1996). Nesse período, também surge a Globo Filmes (1998), uma coprodutora derivada da TV Globo. Por sua vez, essas buscavam criar com mais independência criativa como o apoio das leis de incentivo.

Contexto interno

Após a desestruturação, o audiovisual nacional volta a se organizar em 2001, com a criação da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Esta assumiu parte das funções da Embrafilme, porém ela não produz nem distribui filmes. Sua função é mais regulatória e de incentivo, operando políticas públicas para o audiovisual. Sendo assim, algumas de suas principais funções são gerenciar o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que financia produções nacionais, fiscalizar e organizar o mercado de cinema, TV e streaming, promovendo cotas de conteúdo nacional, e estimular a diversidade e a competitividade do cinema brasileiro no mercado interno e internacional.

Com esse cenário, a Globo Filmes foi lançada com o objetivo de fortalecer o audiovisual nacional contando histórias do povo brasileiro. Atualmente, ela possui mais de 500 filmes, entre produções e coproduções. Dentre eles, grandes sucessos como O Auto da Compadecida (2000), Cidade de Deus (2002) e Carandiru (2003).

Cinema nacional no streaming

Devido ao sucesso do streaming, como a Netflix, que chegou no Brasil em 2011, a Globo então lança sua própria plataforma em 2015, a Globoplay. Essa, primeiramente, exibia aquilo que já havia sido produzido pela TV ou pela Globo Filmes. Então, em 2016, foi produzida uma série spin-off de uma novela, chamada Totalmente Sem Noção Demais, que conquistou o número histórico de 3,4 milhões de visualizações (Gshow e Globoplay). Até que, em 2018, começou a produzir seus próprios conteúdos originais, trazendo ainda mais opções e diversidade para o público.

Com o crescimento da demanda por conteúdos brasileiros, a Globoplay é hoje a maior plataforma de conteúdos nacionais com seu catálogo de novelas, séries, filmes e jornalismo. Por consequência, esse investimento fez com que um filme Original Globoplay fosse capaz de vencer a categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.

Por fim, Globo Filmes e Globoplay atuam, hoje, como grandes vetores de promoção do audiovisual no país. Juntas, elas cooperam com outras milhares de produtoras independentes, compartilhando tecnologia, investimento privado e muito mais.