Nascido em 1705, em São Paulo, Matias Aires é considerado o primeiro filósofo brasileiro e um dos maiores pensadores do Brasil colonial. Seu pai, Domingos Aires, teve papel de destaque na época, sendo o então responsável pela construção de igrejas, conventos e colégios, colaborando diretamente com o desenvolvimento da colônia.

Jesuítas alfabetizaram Matias Aires enquanto ele estudava no Pátio do Colégio, no centro histórico de São Paulo. Ainda criança, mudou-se com a família para Lisboa, em Portugal. Com o tempo, seguiu seus estudos na renomada Universidade de Coimbra, onde se graduou como mestre em artes. Posteriormente, foi para a França, onde estudou direito civil e canônico em Bayonne, além de aprender novas línguas e expandir sua formação.

Além disso, com seu perfil intelectual notável, Matias Aires também se formou em matemática e filosofia. Viveu a maior parte de sua vida em Portugal, onde se consolidou como pensador, filósofo moralista e escritor influente.

Matias Aires e o ostracismo

Mesmo sendo uma figura essencial para a filosofia brasileira, Matias Aires é pouco conhecido pelo grande público. Sua obra mais famosa, “Reflexões sobre a vaidade dos homens” (1752), ficou esquecida por muitos anos. O livro então apresenta reflexões profundas sobre temas como a vaidade humana, o tempo, a morte e a efemeridade da vida, temas centrais do pensamento barroco.

Matias Aires desenvolveu uma filosofia marcada por uma visão cética, desiludida e profundamente crítica da condição humana. Seu estilo é reflexivo, denso e filosófico, com o objetivo de entender as contradições e fragilidades da natureza humana.

Apesar de ter passado boa parte da vida fora do Brasil, Matias Aires é considerado um importante autor brasileiro por suas origens e pela relevância de suas obras no pensamento filosófico e literário do país. Hoje, é referência para estudiosos da literatura barroca e da filosofia moral.