Estreou nos cinemas mais uma adaptação literária. O filme É Assim que Acaba, baseado no livro de Colleen Hoover, conta com a atriz Blake Lively dando vida à protagonista Lily Bloom. O romance, recheado de drama e reviravoltas, serve como um prato cheio para os fãs do livro.
O longa gira em torno da história de Lily, uma jovem que se muda de uma cidade do Maine para Boston e decide abrir uma floricultura. Na nova cidade, ela acaba conhecendo Ryle, um neurocirurgião que não quer um compromisso sério. No entanto, os dois acabam se apaixonando e iniciam um relacionamento cheio de turbulências e situações inesperadas, que levam ao dilema principal: até quando você pode suportar uma relação tóxica, mesmo que ainda exista amor?
A dificuldade de adaptar um livro para o cinema
Adaptar 366 páginas escritas por Colleen Hoover para 2 horas e 10 minutos de tela pode parecer uma tarefa difícil, mas o longa prova que pode existir um meio-termo. Antes de começar, preciso dizer que, como uma pessoa que leu o livro antes de assistir ao filme, podem conter alguns pontos nesta análise relacionados a isso.
O roteiro teve uma boa adaptação, contendo frases retiradas das páginas da obra literária e tendo um enredo fiel. Um grande acerto do filme: a mudança da idade dos personagens. Por exemplo, no livro Lily tem 23 anos e essa alteração de fazê-la uma mulher um pouco mais velha no longa acabou sendo um ponto positivo para a história.
Apesar de ter um desenvolvimento mais lento do que grande parte dos filmes do gênero, a história se desenvolve bem e segue praticamente o mesmo ritmo do livro. Claro que, como toda adaptação, houve mudanças na trama. Porém, apesar de alguns detalhes terem sido deixados de lado, não é nada que atrapalhe ou mude o foco principal.
Se tem uma coisa que chamou a atenção foi a maneira como o relacionamento de Lily e Ryle foi abordado. Assim como outros pontos apresentados da história, o relacionamento tóxico do casal não foi muito aprofundado na tela e teve momentos em que parecia ser romantizado. Por exemplo, na cena da última briga, no livro acontece mais coisa, possui mais detalhes e tem um peso maior. No entanto, vale lembrar que os livros de Colleen Hoover já possuem a fama de não se aprofundarem muito em temas mais delicados.
Assistir na tela Lily observando o relacionamento nada saudável dos pais, depois passando por uma situação similar, e como ela lida com isso, é uma experiência. E, quando ela toma a decisão final sobre seu futuro, existe um respiro.
Ryle x Atlas: o presente e o passado
Durante todo o filme vemos a relação da jovem Lily com seu primeiro amor, Atlas, mesclando com seu atual relacionamento com Ryle. Importante frisar que as duas relações aconteceram em períodos diferentes da vida da florista, sendo assim, não seria certo comparar. Exceto que, em algumas partes do filme, fica inevitável não fazer a tal comparação.
Talvez, a pior versão de Ryle surja no instante que Atlas reaparece na vida de Lily. O personagem já dava indícios de seu temperamento explosivo desde o primeiro minuto de tela, mas é com o passar do tempo que as suas ações vão ficando mais claras. Interessante ver como isso aconteceu tanto para Lily, quanto para o telespectador. Em certo momento do filme fica claro que várias cenas foram mostradas primeiro do ponto de vista da protagonista e, enfim, a verdade é revelada: nua e crua.
Enquanto existe uma conexão e química entre Lily e Ryle durante todo o longa, a versão mais madura de Atlas não consegue ter essa mesma conexão com a protagonista no tempo de tela. Obviamente que o ponto central do filme não era esse, mas é como se estivesse faltando alguma coisa. Cenas importantes do livro foram cortadas e, talvez, isso tenha afetado a demonstração de como funciona a relação atual de Lily com o ex. No livro, o passado dos dois acaba aparecendo por meio de cartas que Lily escreve em um diário. Já no filme, o diário aparece apenas em uma cena e as cartas não são citadas.
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É Assim que Acaba a história?
O final do filme deixa um gostinho de quero mais. Afinal, a história foca em como Lily teve um relacionamento tóxico e conturbado e as consequências que isso trouxe para ela. Porém, o desfecho da protagonista, da mesma forma que ocorreu no livro, deixa o futuro da florista em aberto. Quem leu a obra de Colleen Hoover sabe que existe uma continuação para a história. Será que, no futuro, veremos Lily Bloom novamente nas telas?
Com uma fotografia impecável, trilha sonora envolvente e cenas emocionantes, o longa é uma ótima opção para assistir no final de semana. O elenco brilhou nas atuações e Justin Baldoni fez um ótimo trabalho dirigindo as cenas.
Se você teve a oportunidade de ler o livro antes de assistir ao filme, vai ter uma experiência mais completa do que quem não leu. No entanto, também é possível compreender e aproveitar a obra cinematográfica sem ter lido uma página.
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