“A Fera” estreia essa semana no Brasil e tem como ator principal Idris Elba, um ator versátil, bonito e muito talentoso. Aos 49 anos o ator tem em seu currículo filmes grandiosos como Esquadrão Suicida (2021), Depois Daquela Montanha (2017), A Torre Negra (2017), Thor (2017) e Círculo de Fogo (2018).
Em “A Fera” Idris interpreta Dr. Nate, um médico que viaja para a África com suas filhas a fim de se reconectar com elas após a morte de sua mãe. O que era pra ser umas férias agradáveis se tornou um pesadelo. Durante um safari eles são surpreendidos por uma onda de mortes sem explicação causadas por um Leão. A missão de Nate agora é salvar a vida de suas filhas e tentar escapar com vida enfrentando a fera de igual para a igual.
Fotografia impressiona pela beleza dos quadros abertos
O longa dirigido por Baltasar Kormákur é simples e objetivo. Ele traz para a tela um filme de ação com valores muito bem definidos. Primeiramente, o amor. A relação entre pai e filhas aqui é retratado com muita clareza. Uma adolescente e uma criança, que entendem a perda da mãe de formas diferentes, e claro, reagem de forma diferentes. Meredith e Norah (Iyana Halley e Leah Jeffries) são a herança deixada pela sua mãe, e elas tentam a todo tempo se reconectar a isso. Por outro lado, Nate é acusado pela filha mais velha de abandono, uma reação a tudo o que sofreu. Essa relação é muito bonita, e tem muito a ver com o que o leão assassino passa também na relação com seu bando.
O uso das locações também dão ao filme uma beleza indescritível. Planos abertos conseguem mostrar toda a beleza do África, e também servem para dar robustez ao filme. O diretor foi muito feliz também ao mostrar aspectos comuns do continente, sem precisar encher de firulas. Exemplo disso é como ele representa os povos locais, em um determinado momento ele mostra uma vila simples porém comum, e em outro momento ele faz questão de mostrar os povoas tradicionais e um pouco sobre a cultura deles.
Roteiro Simples e Objetivo
Um filme bem simples, com um roteiro sem grandes mudanças ou surpresas, o foco aqui é na luta pela sobrevivência e pelo amor. Um ponto bem forte no roteiro é falar sobre a caça ilegal e predatória na África. Nesse sentido, o filme não fica em cima do muro. É taxativo ao criticar a forma como os caçadores são frios, cruéis, sem nenhum tipo de moralidade ou respeito pela natureza. O paralelo feito entre os caçadores de animais e os caçadores de caçadores também é algo interessante. O papel de Sharlto Copley, o “Tio Martin”, é exatamente dessa figura. Um defensor da natureza que no fim precisa fazer um papel sujo ao ser um caçador de caçador.
Essas questões levantadas pelo filme são tão importantes que andam lado a lado com a história pessoal dos personagens. Quando digo que o amor é um dos valores que guiam “A Fera” é nesse sentido. Agora, falando de filme de ação, as cenas realistas dos animais e dos embates são de tirar o fôlego. O CGI usado para criar os cenários e os animais ficaram (quase) perfeitos. Digo quase por que algumas poucas cenas são nítidas o CGI, mas não atrapalha em nada a experiência. O filme tem uma pegada de thriller muito forte, com cenas de tensão máxima que tira o espectador do lugar.
Um final digno para todos
De maneira bem condizente o final não é surpreendente, e não haveria motivo de ser. Assim como toda a simplicidade do roteiro e da coerência do enredo, o final é simplesmente objetivo, e isso é muito bom. Esse filme merecia mais destaque, porque tem mensagens importantes, cenas de ação intensas e boas de sentir, traz questionamentos sobre nossa relação com a natureza e com os animais, e não inventa nada além do necessário.