A Garota do Miller conta a história da aluna Cairo Sweet (Jenna Ortega) e do professor Jonathan Albert Miller (Martin Freeman). Os dois se aproximam por conta da paixão pela escrita e literatura. E o que parecia ser somente uma relação entre aluna e professor, pode acabar se tornando algo muito maior.

Além disso, Cairo quer entrar em Yale e precisará mostrar para a universidade suas capacidades além dos estudos. Bem como, Jonathan quer instigar a estudante a escrever um conto significativo. Sendo assim, o filme gira em torno da conquista e dos desejos mais profundos de duas pessoas.

Confira o trailer do filme:

Trailer Oficial na Amazon Prime

A Garota do Miller

O filme nos apresenta uma relação entre aluna e professor, e ele poderia mostrar sobre os problemas causados por uma relação como essa. Entretanto, somos jogados para um fetiche de desejo pelo professor e uma vingança sem sentido. Desse modo, A Garota do Miller se perde nele mesmo, e não consegue conversar nem com o assunto que quer abordar.

Dessa forma, alguns momentos vemos Cairo lendo o conto, e o que parecia algo para contar como estava a relação dos personagens, acaba sendo somente o desejo da aluna. Com isso, quem assiste fica mais confuso com a trama e só consegue sentir um desconforto com as cenas “quentes”.

Além disso, a ideia é que Jonathan não esteja entregue ao prazer, porém o filme não consegue deixar isso claro. Sendo assim, o professor parece muitas vezes perdido em alguns momentos, e isso acaba deixando o filme com uma visão conturbada. Sendo assim, acaba prejudicando aonde o filme quer chegar e qual o intuito.

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O Conto e o filme

Nesse sentido, o conto entre a aluna e o professor acaba mostrando eles entregues totalmente ao desejo. Contudo, o filme não deixa claro os momentos em que são os personagens do filme ou do conto, e parece tudo meio confuso. Mesmo que tenha a intenção de ter essa dualidade, o filme peca nesses momentos por deixar tudo isso muito solto. E o que parecia ser um ponto interessante, tornam-se somente cenas jogadas e sem uma visão clara do filme ou conto.

Sendo assim, a separação entre as obras acaba deixando um vazio de narrativa. E o momento da quebra do real para o ficcional resulta num momento solto para ser grandioso, e acaba sendo ruim. Então, a ideia de trazer contrapontos narrativos transforma o filme numa confusão de momentos.

Entretanto, ainda assim é uma forma muito ousada de utilizar essa dualidade, e que poderia ser o ápice do filme. E se conseguisse encaixar na narrativa, o filme teria pontos excelentes para trabalhar na história.

A Garota do Miller - Cena Vestido
Imagem: A Garota do Miller – Cena Vestido

A Garota do Miller – Personagens

Mesmo com problemas no filme, as atuações dos dois atores principais são ótimas e dos coadjuvantes também. Sendo assim, Jenna Ortega consegue trazer uma atuação perfeita da personagem, além disso, cumpre muito bem o papel de trazer um lado sedutor e outro tímido. Bem como, mostra como Cairo controla as pessoas na volta, principalmente a melhor amiga, Winnie Black (Gideon Adlon).

Entretanto, Martin Freeman não acompanha Jenna Ortega, e o personagem tem momentos de oscilação durante a trama. O ator não apresenta muitas mudanças, deixando a atuação vazia e com problemas de acreditar que realmente o professor não quer a aluna. Sendo assim, Freeman acaba pecando nesses momentos de dualidade, e a direção não consegue trabalhar para contornar isso no filme.

Além disso, Winnie é a coadjuvante que se destaca. A atriz conseguiu roubar as cenas em diversos momentos, entretanto, o filme te deixa desconfortável por conta da personagem. Sendo assim, Gideon consegue interpretar muito bem, e você sente pena da Winnie principalmente quando está com Cairo.

Os outros personagens, como Beatrice (Dagmara Domińczyk) e Boris (Bashir Salahuddin) tem suas oportunidades, mas acabam na trama confusa que não consegue conversar com a dualidade.

Vale a pena assistir?

O filme não consegue abordar de forma clara o que realmente quer. E o telespectador precisa tentar adivinhar para onde essa trama quer te levar. Com isso, acaba prejudicando a obra e em muitos momentos pode te deixar desconfortável pelas cenas “românticas”.

Além disso, esperava um filme com críticas a uma possível relação entre professor e aluna, e como é uma relação de poder em que somente um está no controle. Entretanto, é um filme que mostra uma relação de fetiche e conclui com um fim que não estava sendo preparado. O final foi somente jogado para o telespectador, e você precisará entender como chegou até ali.

Nesse sentido, acredito que todo o filme possa ter uma chance de ser assistido, mas a pessoa precisará estar pronta para encontrar qualquer acontecimento. E se a pessoa é fã da Jenna Ortega, saberá que ela sempre consegue entregar bons personagens mesmo com roteiros ruins.

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