Dirigido por Banjong Pisanthanakun, o filme tailandês-coreano, A Médium (The Medium) chega aos cinemas no dia 19 de maio, pela Paris Filmes. O longa-metragem conta com uma narrativa imersiva de um terror mesclado com conceitos relacionados a tradições religiosas, crenças e fala também sobre a cultura que os envolve. 

Reprodução: Filme "A Médium" / Paris Filmes
Reprodução: Filme “A Médium” / Paris Filmes

Resumo sobre o filme “A Médium”

O filme se passa na Tailândia e tem a estrutura de um pseudodocumentário (caracterizado com filmagens que fazem parecer que foi de fato gravado por documentaristas, mas feito com informações fictícias). 

Dessa forma, a narrativa gira em torno da família da Médium Nim, que é a mulher apresentada no início do filme, sendo o foco da história que eles querem registrar. A ideia dos cinegrafistas e entrevistadores é registrar o cotidiano da Médium.

Nim afirma que é possuída pelo espírito de Ba yan, uma divindade local que os aldeões adoram.

Segundo Nim, Ba yan está na família há gerações e acompanha/possui apenas as mulheres, como uma herança que passa de mãe para filha. 

Mas uma primeira informação é passada nos primeiros minutos de filme. Quem deveria ter feito o ritual de aceitação para receber Ba yan, era a irmã de Nin, Noi. Porém, ela não quis ser médium e se converteu ao cristianismo. 

Assim, eles acreditam que o espírito de Ba yan está com Nin desde então, que faz práticas, rituais e orações para curas. Ela fala como é a experiência de ser uma médium e como de fato ela gosta de fazer o que faz. 

Noi é mãe de Mink, uma jovem que surge durante a narrativa após alguns acontecimentos, e sua presença já nos revela alguns pontos do desenrolar da história. Após um evento, Mink começa a apresentar comportamentos levemente estranhos à princípio, fazendo com que a comparem com uma louca.

Partindo disso, os comportamentos da sobrinha de Nim começam a se agravar, o que traz inquietações e buscas para tentar descobrir o que está acontecendo com Mink.

Por que ela vem agindo estranho, falando coisas sem sentido e tendo reações no corpo tão fora do comum? 

Tudo isso é o que o filme vai trazendo em uma sequência de fatos voltados ao que são as crenças em espíritos, entidades e rituais considerados como costumes. 

Dessa forma, a família de Mink busca por respostas o mais rápido possível, sem saber com o que estão mexendo. 

Reprodução: Filme "A Médium" / Paris Filmes
Reprodução: Filme “A Médium” / Paris Filmes

Impressões e sensações sobre o filme: 

Primeiramente, a proposta de trazer uma narrativa fictícia em um formato de documentário funcionou bem para essa história em específico. Depois dos sucessos da franquia de Atividade Paranormal, muito se questionou sobre esse modelo de auto gravação, quando envolvendo personagens. A proposta de fazer isso em “A Médium” proporciona desde o início uma experiência diferente na introdução do filme, de maior imersão na história. 

Começa com a fala de Nim, explicando o que é ser uma médium dentro das crenças que ela tem e esse é um ponto a ser destacado. 

Ela fala sobre o fato de ser médium, mas deixa claro que isso não é o sinônimo de ser uma dita “milagreira”. Nim enfatiza que cura doenças espirituais, cuida de questões mais profundas e interiores. Isso desmistifica um pouco sobre o termo “Médium” que muitas vezes é impregnado no ocidente. 

Apesar de ser um terror, “A Médium” é daqueles filmes de possessão demoníaca, mas que não tem imagens medonhas de bichos ou espíritos bizarros. O terror está exatamente bem trabalhado na figura humana e no que é causado na pessoa que tem o contato com entidades malignas. 

Ou seja, se ouvem gritos, falas e até acontecem sustos, mas muito enfatizado a reação da figura humana diante do ataque de espíritos desconhecidas. 

Reprodução: Filme "A Médium" / Paris Filmes
Reprodução: Filme “A Médium” / Paris Filmes

Detalhes da construção do filme: 

A fotografia é bem pensada em questão das cores frias e também por apostar em manter a câmera sempre em um formato como se fosse um documentário sendo gravado a todo instante: câmeras trêmulas, alguém correndo com a câmera na mão, a reação de quem está sendo teoricamente filmado e os registros captados, mostrando os cinegrafistas em determinados momentos. 

Através desses registros se encontram as falas de cada personagem, que nas entrevistas (breves ou não) falam um pouco sobre si. 

Um ponto importante de se levantar é o fato de que a cultura e as crenças daquele grupo de pessoas naquela região ficam bem destacadas, trazendo um pouco sobre religião, questionamentos e a forma que cada um lida diante do que acredita.

Outros pontos de A Médium: 

O filme é longo, tem pouco mais de duas horas. Em alguns detalhes deixou se estender, mas também é compreensível do porquê disso. O fato de deixar mais longo também traz essa agonia em que as personagens principais têm de encarar, pois como a expressão de terror está muito presente nos detalhes estranhos da figura humana, dá uma sensação agoniante. 

Outro ponto para se destacar é que alguns detalhes ficam subentendidos ou pouco explicados, o que é uma característica muito presente em filmes do gênero. 

Reprodução: Divulgação do filme "A Médium (The Medium) / Paris Filmes

Assim, de maneira geral, se você é um fã de pseudodocumentário e terror, vale a pena dar uma conferida em “A Médium” para tirar as próprias conclusões. 

O filme estreou no festival coreano em 11 de julho de 2021: Festival Internacional de Cinema Fantástico de Bucheon, sendo indicado como o Bucheon Choice Award de Melhor Filme.

Amanhã, dia 19 de maio, o filme estreia nos cinemas aqui no Brasil.