O documentário A Música Natureza de Léa Freire aborda a trajetória da musicista brasileira. Dirigido por Lucas Weglinski, a obra cinegráfica é uma biografia que celebra a vida de Léa Freire, mostrando todos os momentos bons e ruins que a fizeram se tornar uma mulher consagrada no cenário musical nacional.

A produção é como uma viagem no tempo, guiando o telespectador por uma linha do tempo que conta como foi a infância da compositora e instrumentista, até chegar nos dias atuais. Além disso, retrata as dificuldades dela, como mulher, dentro do cenário musical.

História inspiradora

Em “A Música Natureza de Léa Freire”, conhecemos a trajetória da musicista. A linha do tempo criada é linear, iniciado em sua infância, até chegar nos seus projetos atuais. A formação aconteceu uma renomada escola de música de São Paulo, porém, acabou aprimorado seus na noite paulistana.

Para quem não conhece, Léa Freire é uma instrumentista popular, improvisadora de jazz, arranjadora e compositora. Ela quebrou as barreiras entre o erudito e o popular, criando uma sonoridade única e, ao mesmo tempo, brasileira e universal. Suas composições são conhecidas internalmente.

O interessante do documentário é que, além do depoimento da própria artista, figuras icônicas da música brasileira, lendas do jazz e destaques da nova geração surgem em cena para contar um pouco sobre a influência de Léa e sua música. Isso mostra como ela é respeitada no cenário musical, seja nacional ou internacional.

A montagem é feita de forma leve, mesclando música com depoimentos e imagens. O diretor abusa do close, plano detalhe e primeiro plano, trazendo o telespectador para dentro da história. Sendo assim, fica com a cara de uma produção mais intimista.

Léa Freire no documentário "A Música Natureza de Léa Freire"
Imagem: Divulgação

De geração para geração

Além dos feitos em relação à música nacional, Léa Freire mostra sua força ao relatar suas experiências como mulher no meio musical. Ela atravessou os preconceitos de um universo ainda masculino, machista e misógino.

Desde o início, não foi fácil para ela viver do que amava: a música. Os relatos sobre sua trajetória e desafios como uma mulher, e depois como mãe, no mundo da música é inspirador. Sendo assim, acaba não sendo uma surpresa quando temos depoimentos no documentário de mulheres mais novas que falam sobre o que a musicista representa.

Uma parte interessante é quando ela fala que antes se importava mais em ser educada ao responder às pessoas que mostravam um pouco de preconceito, mas hoje não liga mais em ser tão politicamente correta. Isso mostra que, mesmo com o passar do tempo, o machismo implantado na sociedade ainda existe e a luta para as mulheres integrarem o cenário musical continua.

Vale a pena assistir “A Música Natureza de Léa Freire”?

O documentário acaba sendo leve e cheio de aprendizado. Além de focar na história vida de Léa Freire e sua trajetória no mundo da música, aborda outros debates importantes, como o machismo no meio musical. E, sim, eles ainda existem.

Com uma narrativa leve e bem desenvolvida, a história entrega muito conteúdo de qualidade. Além disso, ainda podemos nos deliciar com composições da musicista e ter o prazer de vê-la tocando piano e flauta.

Talvez muitos brasileiros não conheçam a história dessa renomada compositora e instrumentista. No entanto, essa obra visual é uma oportunidade de mostrar o poder e influência que Léa Freire tem na história da música brasileira.

Documentário "A Música Natureza de Léa Freire"
Imagem: Divulgação

Por fim, A Música Natureza de Léa Freire, com distribuição da Descoloniza Filmes, estreia nos cinemas dia 18 de julho. Confira a programação da sua cidade.