O Cinema francês é de fato uma caixinha de surpresas, e não é raro trazer boas surpresas.- “A Nossa Espera”, segundo filme do diretor belga Guillaume Senez (“9 Meses”), consegue impor um ritmo sereno a uma história bem intensa e repleta de boas cenas e bons diálogos. fez sua estreia mundial na Semana da Crítica, no Festival de Cannes 2018.
Olivier faz o melhor que pode para combater as injustiças em seu trabalho. Mas de um dia para o outro, sua esposa Laura inesperadamente abandona a família, e ele se vê sozinho tendo que lidar com as necessidades de seus filhos pequenos, os desafios do cotidiano e as demandas de seu trabalho. Diante de novas responsabilidades, ele e os filhos lutam para encontrar o equilíbrio à espera de Laura.
Um filme intenso que conta a história de um pai, Olivier, vivido pelo ator Romain Duris, que precisa conciliar a vida no trabalho e com cuidar dos filhos após sua esposa, Laura (Lucie Debay,) simplesmente os abandonar, sem dar explicações ou direções. Além de precisar encontrar uma maneira de criar os filhos na ausência da esposa, Olivier precisa concentrar esforços para lidar com seu trabalho, em uma empresa de logística, o qual é responsável geral pela área e ainda viver uma vida intensa no sindicado da categoria.
O drama central em A Nossa Espera
Apesar do drama central ser focado na ausência de Laura em casa, o longa francês aborda temas importantes como as leis trabalhistas, a realidade nos chãos de fábrica e o sindicalismo, que tem papel importante nas decisões e nas consequências de tais decisões tomadas por Olivier. Nesse cenário de incertezas as crianças filhas de Olivier e Laura são a chave para todo o enredo, e aqui cabe um destaque para as atuações dos pequenos Basile Grunberger e Lena Girard Voss, que vivem respectivamente Elliot e Rose, que entregam cenas emocionantes e muito reais.
Uma história intensa porém simples, com um roteiro fluído e fácil de entender faz com que quem assista o filme se prenda a história de tal forma que passa a se sentir parte do filme, sentindo os anseios daquela família, os medos, as frustrações, as pequenas conquistas e ficar na torcida para que tudo acabe bem. A fotografia ajuda bastante, com cortes intensos de câmera quando necessário e enquadramentos sutis nas cenas que necessitam de mais atenção, e o uso das cores mais frias deixa o clima meio tranquilo para entender tudo que está acontecendo. Não é atoa que o diretor Guillaume é tão prestigiado no cinema europeu.
O longa será distribuído no Brasil pela Vitrine Filmes e estreia dia 03 de Janeiro nos cinemas brasileiros e leva da nossa crítica 3 estrelas por contar um drama real, intenso, de uma forma muito simples e emocionante.