Crítica | “A Primeira Profecia” é uma obra de arte do terror

“A Primeira Profecia” é um prelúdio da clássica franquia de terror “A Profecia” lançada em 1976. O mais novo capítulo da franquia, chegou para resgatar toda a essência dos filmes de terror e mostrar que é possível fazer filmes bons ambientados em um ambiente religioso repleto de freiras.

Neste filme, que acontece em 1971, uma jovem americana é enviada a Roma para começar uma vida de serviço à Igreja. Entretanto, ela acaba se deparando com uma escuridão que a faz questionar sua própria fé. Nesse ínterim, ela acaba desvendando uma aterrorizante conspiração que deseja provocar o nascimento do mal encarnado. 

No elenco de A Primeira Profecia  temos Nell Tiger Free (Servant), Tawfeek Barhom (Maria Madalena), Sônia Braga (O Beijo da Mulher Aranha), Ralph Ineson (O Homem do Norte) e Bill Nighy (Living).  

A direção do filme é de Arkasha Stevenson. A produção se baseia nos personagens criados por David Seltzer (A Profecia), com história de Ben Jacoby (Comemoração Sangrenta). Já o roteiro é de Tim Smith & Arkasha Stevenson e Keith Thomas (Chamas da Vingança). 

“A Primeira Profecia” é o que se espera de um prelúdio de uma franquia de sucesso

Certamente quando se fala em franquias, especialmente as de terror, dá aquele friozinho na barriga imaginando que vai sair uma produção feita apenas para vender, sem aprofundamentos ou questões lógicas. Entretanto “A Primeira Profecia” não veio apenas para somar mais um filme para a franquia, mas sim explicar toda uma origem da mãe de Damien, personagem principal desta franquia de sucesso. Além disso, a produção traz mais explicações sobre a motivação de existir um filho da besta, o anticristo.

Tanto a direção quanto o roteiro estão fantásticos, trazendo todo um aprofundamento para a história, sem colocar coisas clichês ou cenas desnecessárias. Em suas duas horas de duração, o filme consegue te prender do início ao fim. Cada minuto, cada troca de cena, são essenciais para a construção desta obra de arte.

No filme temos toda uma jornada de devoção e aceitação de Margaret, futura mãe do anticristo. Uma mulher devota, que cresceu em um convento, e vai para Roma para se tornar uma freira. Nesse ínterim, temos todo um desenvolvimento na sua personalidade, que irá transformá-la em uma outra mulher.

A diretora Arkasha Stevenson foi fantástica. Tudo no filme foi muito bem pensado e desenvolvido, de modo a se encaixar com os demais filmes. Ela conseguiu fazer com a franquia ganhe uma nova vida, algo muito difícil ultimamente. Além disso, explorar toda uma organização secreta dentro da própria igreja é algo espetacular e necessário, considerando que historicamente, é uma instituição que realizou diversas atrocidades.

Elenco e fotografia incríveis

Em relação ao elenco, a produção foi fantástica tanto na escalação, quanto na caracterização dos personagens.

Destaque para Nell Tiger Free, que interpretou Margaret. A Atriz conseguiu trazer uma profundidade enorme para a personagem, sem precisar de fazer exageros em sua atuação, como ocorre em muitos filmes de terror. Além disso, Ralph Ineson (O Senhor do Caos) deu vida ao personagem Padre Brennan, personagem muito importante no filme “A Profecia”. Além de toda a caracterização que o deixou bem parecido com o personagem do filme de 1977, ele conseguiu tirar um pouco da esquisitice exagerada do filme, trazendo um padre mais dentro da realidade e ao mesmo tempo super preocupado e desesperado para combater o mau iminente. Menção honrosa para Sônia Braga, atriz brasileira que interpretou a Irmã Silva, personagem muito importante no filme.

A fotografia do filme também é sensacional. A produção conseguiu construir uma Roma de 1971, dentro de um contexto de rebeldia das gerações mais novas contra os religiosos. Além disso, toda a caracterização dos personagens, os cenários e trilha sonora foram essenciais para que a experiência ao ver o filme seja a melhor possível.

Vale a pena assistir “A Primeira Profecia” nos cinemas?

“A Primeira Profecia” é um filme que merece ser visto nos cinemas. Não é apenas mais um filme sobre freiras e muito menos mais um filme de franquia de terror. Assistir a produção em uma sala ampla, com uma tela grande e uma acústica boa traz ao espectador uma experiência sensacional. Confesso que durante a sessão de imprensa, senti presenças e até vi uns vultos na sala onde eu estava, em lugares que não tinha ninguém (rsrs).

Dessa forma, “A Primeira Profecia” é o típico filme de terror que as pessoas esperam. Com um ótimo roteiro e desenvolvimento, a produção consegue trazer uma maior profundidade para a franquia, sendo um dos melhores filmes de terror da atualidade.

“A Primeira Profecia” está em cartaz a partir do dia 04 de abril nos cinemas brasileiros.

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