Crítica - A Última Festa

“A Última Festa“, filme brasileiro de comédia romântica acompanha um grupo de amigos em sua festa de formatura do Ensino Médio.

O filme é escrito e dirigido por Matheus Souza (“Ana e Vitória”, “Apenas o Fim”) A produção é de Diogo Dahl, da Coqueirão Pictures, em coprodução internacional com Ar de Filmes (Portugal), Globo Filmes e Telecine. A distribuição fica pela H2O Films.

Marina Moschen (“No Mundo de Luna”), Christian Malheiros (“Sintonia“), Giulia Gayoso (“M8 – Quando a Morte Socorre a Vida”), e por Thalita Meneghim, criadora do canal “Depois das Onze” estrelam a produção. No elenco ainda temos Victor Lamoglia (“Como Hackear Seu Chefe”), Richard Abelha, Victor Meyniel, Caíque Nogueira, Leo Cidade e Muse Maya.

“A Última Festa”, apresenta um grupo de amigos em sua festa de formatura juntamente com outros estudantes que se preparam para seguirem suas vidas em diferentes faculdades. Logo de cara, percebemos que embora o filme seja brasileiro, o roteiro possui um formato bem “americanizado”, com estudantes com faixa etária um pouco maior do que a do ensino médio no Brasil, além do tipo de festa e a ida para a universidade.

A Última Festa – Um filme divertido e com temáticas relevantes

“A Última Festa” em sua 1 hora e 35 minutos de duração, consegue abordar diversas histórias e assuntos que fazem parte do cotidiano dos adolescentes.

Cada protagonista possui seus problemas amorosos e de certa forma, buscam resolvê-los durante a festa. Nesse ínterim entre o início e fim de festa, as histórias dos personagens se cruzam. Dentro os problemas abordados temos um casal de namorados que decidem terminar o relacionamento para curtir a vida. Enquanto outro casal tenta ter sua primeira relação sexual, sempre interrompida por algum motivo. Dentro de uma ambulância ocorre outro encontro inesperado, devido aos seus parceiros estarem bêbados demais. Outro protagonista, negro, gay e com baixa estima é desafiado pelo rapaz que está interessado a fazer diversos desafios para poder ficar com ele. Além disso temos a divulgação de uma gravidez inesperada e um sentimento lésbico aflorando entre duas amigas.

A produção acerta em muito em relação aos temas abordados. Primeira relação sexual, relacionamento LGBT, inseguranças, baixa estima, tudo isso é tratado de forma leve, simples, com um tom de comédia mas sem diminuir a importância das temáticas abordadas.

A preocupação em tratar a primeira vez do casal, a importância de uma das protagonistas de perder a virgindade na festa e os medos e inseguranças de seu namorado retratam o que passa na cabeça de muitos adolescentes. A baixa estima de um jovem negro gay, em ser o diferente dos alunos, o “excluído” por questão financeira ou pela sua orientação sexual, ou até mesmo por ser negro, traz ao telespectador, um pouco do que uma parte dos jovens passam no seu dia a dia. Ele é desafiado pelo rapaz que está a fim a fazer uma lista de coisas para assim poder ficar ele. Até que ponto uma pessoa está disposta a fazer para ficar com o “crush” da sua vida?

Dentro ainda dos temas abordados temos as dúvidas sobre relacionamentos sérios na adolescência, a vontade de conhecer outras pessoas com novas experiências e os questionamentos sobre a própria sexualidade. Tudo isso é abordado de forma tão leve, fazendo com que você se sinta próximo aos personagens.

Filme brasileiro com formato de escola americana

De pontos negativos consigo visualizar somente dois, que não atrapalham muita a experiência do filme, mas merecem ser destacados.

O primeiro deles é a realidade abordada no filme. Por mais que seja uma obra brasileira, o formato de ensino médio não é o da nossa realidade. É uma realidade de estudantes dos Estados Unidos ou de algum outro país europeu, gerando certo desconforto.

O segundo ponto é em relação às idades dos atores. Surpreendentemente, temos um elenco muito bom, com uma ótima atuação, mas estamos falando de atores com a faixa etária entre 24 a 30 anos fazendo personagens que teriam em média de 18 a 20 anos. Isso é normal nos filmes e séries, mas de toda forma, gera certa estranheza.

Em síntese, a produção merece uma chance para ser vista nos cinemas. Tal atenção não é só por ser um filme brasileiro e que precisamos de valorizar nossas produções, mas sim pela qualidade e pelo o que o filme promete e entrega. Você se envolve com os personagens, dá algumas gargalhadas com as situações, reflete em outras, fica apreensivo pelos protagonistas, se apaixona pelas histórias.

Veja o trailer do filme: