Imagina você ligar a TV uma bela noite e ver na tela sua história de vida sendo contada na novela e ainda, como a vilã das nove? O que você sentiria? Qual seria sua reação? Pois bem, essa é a premissa do novo filme de Teodoro Poppovic “A Vilã das Nove”, com Karine Teles, Alice Wegmann, Camila Márdila, Otto Jr, além de Antonio Pitanga como participação especial.
Um filme que une paixão por novelas e comédia
Teodoro Poppovic é conhecido por trabalhos como Rota 66, Segredos de Justiça e Transtornada Obsessiva Compulsiva, dirigido em parceria com Paulo Caruso. Teodoro sempre foi conhecido pelo seu trabalho na comédia, mas já se aventurou por suspense e ação também. E aqui nesse longa temos uma mistura interessante de suspense e comédia, usando um tema criativo e original, que usa uma paixão nacional, as novelas, como pano de fundo.
A história acompanha Rogéria, que vive uma vida comum, com sua filha ao seu lado, um trabalho que ela ama, mas um passado que ela tenta esconder. Em um determinado momento Roberta percebe que sua vida se tornou a trama da nova novela das nove. O passado de Roberta é cheio de mistérios, e tudo que se sabe é que ela abandonou seu marido Otto e sua filha Debora, em busca de uma vida cheia de felicidade. Mas é justamente Debora que decide expor a vida da sua mãe, em busca de redenção e vingança.
A atriz Karine Teles, que vive Rogéria, nos convence desde o começo que sua personagem é quem ela diz que é, com uma atuação digna de novela. Inclusive, essa é uma das características mais interessantes da montagem do filme, um uso emprestado da ambientação das novelas, montagem do cenário, cortes e transições de cenas, passagem de tempo explicitas.
Uma novela em um filme… ou o contrário?
Embora “A Vilã das Nove” seja altamente cativante, a combinação entre suspense e comédia nem sempre encontra o equilíbrio perfeito. Em alguns momentos, o filme quase escorrega na caricatura, colocando em risco a complexidade emocional dos personagens. Ainda assim, essa ousadia de Poppovic em brincar com os gêneros e explorar as fronteiras entre o cinema e a novela é revigorante.
O resultado é um filme que transita com precisão entre a comédia de costumes e a sátira, tudo sob a lente familiar do melodrama novelístico. No final, o que realmente fica com o espectador é uma reflexão sobre como somos consumidos pelas narrativas que criamos e pela imagem pública que projetamos. “A Vilã das Nove” é uma comédia que faz rir, mas também uma crítica social que faz pensar.
É um filme que ressoa profundamente, tanto pela abordagem ousada quanto pela forma com que humaniza suas personagens, deixando claro que, para o público brasileiro, a verdadeira novela – e o verdadeiro drama – acontece quando olhamos para nossas próprias histórias. E o melhor de tudo, é que você não deve levar tudo a sério, o excesso aqui é o que dita o ritmo, assim como uma boa novela faz.
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