Adeus, idiotas é uma comédia francesa, que estreia no cinema brasileiro no dia 24 de fevereiro. Mas você se engana se esperar uma simples comédia do filme. Ele entrega doses de humor, enquanto carrega reflexões sobre a vida, trabalha com excelência nas críticas sociais e consegue surpreender com o seu final.

A trama segue Suze Trappet (Virginie Efira), que aos seus 43 anos descobre estar gravemente doente em decorrência de seu trabalho e sem esperanças de melhoras. Então, ela parte na busca de seu filho, enviado para a adoção, quando foi forçada por seus pais a entrega-lo, já que Suze tinha 15 anos quando engravidou. Assim, nessa jornada, ela encontra Jean-Baptiste Cuchas (Albert Dupontel), um funcionário de TI esgotado mentalmente e Serge Blin (Nicolas Marié), um arquivista cego que passam a ajudar.

O roteiro consegue apresentar os protagonistas mostrando as frustrações de todos, com motivações diferentes, mas partilhando de desilusões e desesperanças, seja com o trabalho ou com a própria vida, e tem êxito em fazer o telespectador admirar os personagens, por seus defeitos, e na maneira que cada um evolui.

Cada um deles carrega seus próprios dramas e completa a trama, passando a ser impossível imaginar como seria o filme sem algum dos três.

Imagem: Divulgação

“Adeus, idiotas” é uma comédia

Em uma primeira impressão, “Adeus, idiotas” não aparenta ser uma comédia. Talvez um drama com doses de humor, mas não. O filme propõe uma comédia, e assim o entrega. Portanto é preciso um tempo de reflexão para passar a compreender o filme por completo, o que pode-se considerar uma sacada do ator, humorista e roteirista Albert Dupontel. Ele aborda com sutileza e humor desde depressão, frustração, síndrome de burnout e as falhas nas relações interpessoais. O humor tem o aspecto de encarar a realidade, os traumas do mundo externo, e o tornar cômico.

O filme acerta em quebrar constantemente as expectativas do telespectador. Fato esse que reforça o humor do filme, onde ele não depende apenas de situações completamente cômicas e caricatas, mas de cenas onde se permite rir do trágico.

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Elenco

Virginie Efira torna possível compreender os mistos de sentimentos que sua personagem vive. Albert Dupontel consegue passar um senso de urgência e importância através da atuação. Nicolas Marié transmite espontaneidade, humor e surpreende ao expressar a feição de dor. Jackie Berroyer que interpreta Dr. Lint, e consegue transmitir toda a dor e confusão que seu personagem pede.

Conclusão

“Adeus, idiotas” entrega tudo o que propõe e mais do que isso. Quando quebra com as expectativas, oferece ao telespectador muito mais do que ele esperava. Com um final que surpreende até mesmo os mais preparados, o filme entrega humor com a realidade não só do filme, mas da atual sociedade.