Dirigido e estrelado por Ben Affleck, “Air: A História por trás do Logo” é um drama que conta a história por trás de uma das logos mais conhecidas do mercado esportivo. Para além da logo, a história da competição mercadológica que marcou os anos 1980 no mundo dos esportes.
Logo somos apresentados as maiores empresas esportivas daquela época. Nike, Adidas, Converse. Para bem da verdade, a Nike ainda não detinha o poder que tem atualmente. Isso claramente mudaria com a aquisição dos direitos sobre o Air Jordan, tênis feito especialmente para Michael Jordan, a lenda do basquete.
Direção de Affleck é coerente com elenco e história
Affleck é muito mais que somente um ator de Hollywood, é também roteirista, produtor executivo, diretor. Ganhador de 2 Oscars por Argo e Gênio Indomável. Agora em Air além de dirigir ainda atua como presidente da Nike, um papel simples mas bem executado.
Ao lado de Viola Davis, Matt Damon, Jason Bateman, Julius Tennon, Chris Tucker e Marlon Wayans, o filme trás uma história bem simples, mas com um pano de fundo gigantesco. Isso porque, a história do basquete nos Estados Unidos envolve muito mais que simples histórias. Um dos esportes mais populares do país, envolve muito dinheiro e mídia em jogos e na carreira dos jogadores. Não obstante a isso, o filme também foca muito em como as marcas brigam por trás das câmeras para seus objetivos comerciais.
A parceria de longa data entre Affleck e Damon é um dos pontos fortes de qualquer filme com os dois em tela. A sinergia é incrível, até mesmo em filmes em que o roteiro não colabora tanto para a interação entre eles. Nesse longa aqui, eu gostaria de destacar a atuação de Jason Bateman, que entrega muito mais do que se espera do papel dele, assim como Chris Tucker. Tucker é um ator da comédia, mas aqui consegue passear bem entre o drama profundo e seus traços cômicos.
A História
“Air: A História por Trás da Logo” segue a história de Sonny Vaccaro, executivo de marketing da empresa Nike, e como ele liderou a busca pelo maior atleta da história do basquete Michael Jordan para seu grupo seleto de jogadores. Na época Jordan jogava pelo Chicago Bulls, e ainda não tinha alcançado toda sua glória no esporte. Mas sua mãe Deloris Jordan (Viola Davis), que é cuidava das negociações da sua carreira, já sabia o que iria acontecer com ele. Viola entrega uma mãe amorosa mas com muita determinação para os ideais que ela almeja para Jordan. E um fato curioso é que seu marido no filme é Julius Tennon, seu marido na vida real.
A história escrita por Alex Convery é muito objetiva no drama. Ou Sonny consegue Jordan para a empresa ou sua carreira está aniquilada. Esse é um daqueles filmes que o conhecimento prévio poderia destruir a narrativa dramática, mas Convery e Affleck quase nos faz esquecer que Jordan é quem ele é. E assim, sustentando o drama de que a qualquer momento tudo pode dar errado (mesmo já sabendo que tudo dará certo). Isso é um tremendo acerto quando estamos falando de filmes inspirados em histórias reais.
Um outro acerto do filme e do roteiro são os pequenos detalhes easter eggs largados (ou não) dentro da narrativa. Conhecemos, por exemplo, de onde veio o nome Nike, como foi feito a famosa logo, e claro, de onde se inspiraram para o slogan “Just Do It”. Além de algumas fofocas a respeito das marcas Converse e Adidas (algumas bem pesadas, inclusive). Esses detalhes são pérolas dentro do roteiro, que apesar de ter algumas falhas, consegue ser coerente.
Por fim, é preciso destacar aqui que esse filme não tem um final emocionante, dentro da narrativa. A emoção fica por conta das homenagens e referências a grandes esportistas da época.