Alice no País das Trevas o filme de terror, ou quase isso, inspirado no clássico “Alice no País das Maravilhas”. O longa chega nesta quinta-feira, dia 21, nos cinemas brasileiros.
O mais novo lançamento do A2 Filmes chega ao Brasil, ainda nessa semana, com um releitura do clássico “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll. A direção e roteiro de Richard John Taylor tentam criar uma aura tensão e terror, porém, falha magistralmente nesse filme de quase 1 hora e 20 minutos.
Alice no País das Trevas reimagina a história clássica de Alice através de um filtro de terror gótico, transformando o País das Maravilhas em um lugar sombrio e perigoso. A jovem Alice, interpretada por Lizzy Willis, se encontra em uma mansão decadente após a morte de seus pais, confrontada com eventos misteriosos e personagens excêntricos.
Pontos fortes
O filme cria uma atmosfera densa e opressora, utilizando com maestria a iluminação e o design de som para criar um senso de suspense constante. Apesar disso, tem alguns momentos em que a falta de iluminação tende a ser exagerada. Muitas cenas são escuras e mal dá para enxergar o cenário e os personagens presentes nesses momentos.
Lizzy Willis entrega uma performance convincente como Alice, capturando a fragilidade e o medo da personagem enquanto navega por esse mundo bizarro. Mesmo com um roteiro que não a favorece, da para ver que a atriz realmente se entrega para interpretar uma personagem convincente. Além disso, o filme conta com Rula Lenska que, por boa parte do filme, consegue convencer com sua personagem de Beth.
Os efeitos visuais, embora modestos, são utilizados de forma eficaz para dar vida às criaturas fantásticas e cenários surrealistas. Em cenas que ocorrem no “País das Trevas” podemos notar algumas bem trabalhadas com efeitos visuais incríveis. A maioria deles da a sensação que estamos tontos ou cansados, para combinar com a situação que Alice que está passando.
Pontos negativos
Algo que o filme tem, quase, por completo. O desenvolvimento do roteiro é inconsistente, com alguns momentos de ritmo lento e falta de clareza na narrativa. Entretanto, o longa sofre com cortes abruptos de narrativa e continuidade, no qual diversos plots iniciados não terminam e ficam no ar suas resoluções.
As figuras excêntricas que Alice encontra nem sempre são bem desenvolvidas, tornando suas motivações e ações obscuras. Ao decorrer do filme presenciamos diversas figuras da história, mas, todos eles são muito rasos e sem grandes momentos. Tirando o Chapeleiro Louco, os outros personagens são um tanto difíceis de identificar e notar quem são. Principalmente, os gêmeos Tweedledee e Tweedledum, que ganham uma nova versão e nomes.
O final do filme pode ser considerado abrupto e pouco satisfatório para alguns espectadores. Com certeza, um dos maiores problemas do filme, tudo o que estava sendo construído e trabalhado termina de uma maneira anticlimática e sem sentido. A sensação que fica é de que precisava acabar de qualquer jeito e decidiram que fosse assim.
Vale a pena?
Alice no País das Trevas é uma experiência cinematográfica peculiar que oferece uma visão sombria e distorcida do conto de fadas original. O filme apresenta uma atmosfera imersiva e uma performance memorável da atriz principal, de maneira boa ou ruim, porém memorável, mas sofre com um ritmo irregular e desenvolvimento inconsistente de personagens.
O filme é recomendado para fãs de terror gótico e adaptações sombrias de contos de fadas. Assim, é importante ter em mente que o filme apresenta cenas de violência e suspense que podem ser perturbadoras para alguns espectadores. Mas, no geral, o filme tentou ser algo mais voltado para o terror e entregou jump scare genéricos, cenas escuras demais para entender e um vilão com a motivação tão ruim, quanto a montagem do longa.