Depois do sucesso inesperado de Anônimo (2021), o público finalmente recebe sua aguardada continuação. Em Anônimo 2 (Nobody 2, 2025), o diretor Timo Tjahjanto assume o comando e entrega exatamente o que promete: ação brutal, humor ácido e muito sangue em um espetáculo que não pede licença para ser levado a sério. Com Bob Odenkirk de volta ao papel de Hutch Mansell, o longa reforça o espírito de entretenimento direto, sem enrolações, que marcou o primeiro filme.

Resumo da história

Hutch Mansell (Bob Odenkirk), o ex-assassino que tentava levar uma vida pacata de pai suburbano, se vê novamente arrastado ao mundo da violência após frustrar uma invasão. O incidente desencadeia uma nova rede de inimigos e expõe segredos do passado de sua esposa Becca (Connie Nielsen). O que seria apenas uma viagem em família rapidamente se transforma em um campo de batalha sangrento, onde Hutch precisa mais uma vez provar que não perdeu sua letalidade.

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Anônimo 2 (2025) | Bob Odenkirk em cena da ligação no filme | Crédito: IMDB

Ação sem frescura

O grande trunfo de Anônimo 2 está na forma como abraça o exagero. O filme não tenta reinventar a roda, mas sim resgatar a energia dos clássicos de ação dos anos 80, quando o importante era a pancadaria criativa e não a complexidade narrativa. Assim, cada sequência de luta é filmada como um espetáculo à parte: lutas corpo a corpo intensas, explosões cartunescas e momentos de violência que, embora brutais, carregam um humor sombrio que mantém a experiência divertida.

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Anônimo 2 (2025) | Bob Odenkirk em poster chave do filme | Crédito: IMDB

Roteiro e direção

O roteiro de Derek Kolstad e Aaron Rabin é simples, direto e previsível, mas funciona dentro do universo já apresentado. Não há grandes reviravoltas ou tramas elaboradas — e, de certo modo, isso é uma virtude. O público sabe exatamente o que vai encontrar: um herói improvável, vilões caricatos e uma narrativa que serve apenas de pretexto para a ação.

Na direção, Tjahjanto imprime ritmo intenso e um estilo visual que equilibra brutalidade e humor. Se por vezes as lutas parecem excessivamente caóticas, a energia e a criatividade compensam, fazendo com que até as cenas mais absurdas tenham impacto.

Elenco e atuações

Bob Odenkirk brilha novamente como Hutch, equilibrando vulnerabilidade e violência de forma cativante. Assim, sua presença em cena sustenta o filme, garantindo que o espectador compre cada soco, cada tiro e cada ironia. Connie Nielsen tem mais espaço aqui, trazendo força à personagem Becca. Já Christopher Lloyd, mesmo com menos tempo de tela, continua roubando cenas com sua mistura de carisma e irreverência.

A grande novidade é Sharon Stone como a vilã Lendina. Embora sua performance divida opiniões, a atriz entrega uma antagonista que funciona mais pelo exagero do que pela profundidade. Ainda que falte impacto em alguns momentos, ela compõe bem o mosaico de personagens bizarros que circulam pelo universo da franquia.

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Anônimo 2 (2025) | Christopher Lloyd em cena do filme | Crédito: IMDB

Vale a pena assistir?

Anônimo 2 não tenta ser mais do que realmente é: uma sequência de pancadaria sangrenta, com humor de sobra e alma de “sessão da tarde” para adultos. É o tipo de filme para simplesmente sentar na cadeira do cinema, pegar a pipoca e aproveitar o espetáculo sem pensar demais.

Talvez não alcance o frescor do primeiro, mas cumpre a promessa de entregar entretenimento direto, barulhento e incrivelmente divertido. Para os fãs de ação old school, é um prato cheio.

Anônimo 2 estreia exclusivamente nos cinemas brasileiros no dia 21 de agosto de 2025.

Imagem da capa créditos: Universal Pictures | IMDB