Chegou o momento de dar adeus ao Unverso Estendido DC (DCEU), com Aquaman 2 – O Reino Perdido. A continuação da história do super-herói aquático é uma sequência de respeito ao primeiro longa. Este arrecadou mais de 1 bilhão de dólares em bilheteria em 2018, ano de seu lançamento. James Wan retorna na direção do filme, com a responsabilidade de tentar encerrar com chave de ouro um universo cinematográfico um tanto quanto controverso.
O filme tem Arthur Curry (Jason Momoa) tentando conciliar a vida dupla de rei de Atlântida e pai. Contudo, sua complicada rotina é ameaçada quando o vilão Arraia-Negra (Yahya Abdul-Mateen II) volta para se vingar da morte de seu pai. Para derrotá-lo, Arthur precisará de ajuda, e terá então que recorrer a seu irmão Orm (Patrick Wilson), que está preso após os acontecimentos do primeiro filme. A sequência aborda diversos temas interessantes, dentre eles a crise climática, que se agrava ao decorrer do longa.
Enredo de Aquaman 2: O Reino Perdido
A relação entre Arthur e Orm é o coração do filme. Os dois irmãos sempre foram rivais, mas agora precisam aprender a trabalhar juntos para salvar Atlântida. A dinâmica entre os dois atores é excelente dentro dos limites possíveis, e ambos conseguem trazer certa profundidade emocional para a história. Algo parecido com o que a Marvel fez com Thor e Loki ao longos dos anos do MCU. Entretanto, no caso de Aquaman e Mestre do Oceano, essa relação pode parecer levemente forçada, pelo relativo pouco tempo que ambos tiveram juntos nas telonas. Ainda assim, o filme consegue extrair muito da relação dos dois, muito pelo talento de Jason e Patrick, que mostraram ótima sinergia em seus papéis.
Além disso, outro ponto importante é o conflito com o vilão Arraia-Negra. Apesar da motivação clichê (vingança), o personagem conseguiu se mostrar uma forte ameaça ao reino de Atlândida, e seu desenvolvimento como vilão é satisfatório para a trama. O grande destaque, contudo, é seu novo traje, ao meu ver um dos melhores já feitos nesse DCEU. Abdul-Mateen II é mais um que se entregou ao máximo no filme, e conseguiu transparecer as motivações do vilão.
Efeitos e cenários de Aquaman 2
Um dos fatores que mais desagradou o público que assistiu a Flash, filme anterior a Aquaman 2, foi a má utilização de efeitos especiais. No longa dirigido por James Wan, entretanto, isso não é um problema. Além dos trajes bem montados e cenários ricos em cores, os efeitos especiais debaixo d’água e em lutas são fiéis ao que se espera de um bom filme de super-herói. Visualmente falando a experiência pode ser ainda mais rica se visto em IMAX, mas vê-lo em telas “normais” não irá estragar a experiência.
Outros pontos importantes
São muitos elogios, entretanto, existem ressalvas a serem feitas em relação ao filme. A trama nos leva a um clímax que poderia ter durado mais, isso porque a batalha final do filme é excessivamente curta, talvez pelo acúmulo de conflitos ao decorrer do longa. Tal fator acaba por deixar de lado uma possível nova ameaça que seria muito melhor trabalhada, caso houvesse tempo suficiente. A história precisou correr, para chegar ao encerramento esperado do Universo Estendido DC, que poderia muito bem continuar, se feito com a mesma qualidade de Aquaman 2.
Além disso, outros problemas influenciaram na versão final do filme, como por exemplo o caso de Amber Heard, a Mera. A atriz, que enfrente sérios problemas judiciais, teve seu papel reduzido no longa. Dessa forma, o filme pode parecer “cortado” em diversos momentos, e sua continuidade é afetada, principalmente nos momentos que a trama foca na família de Arthur e em seu filho com Mera. Dessa forma, algumas partes parecem apressadas demais, e feitas apenas para “encerrar” a trama e o ciclo do Aquaman no DCEU.
Veredito
Por fim, Aquaman 2: O Reino Perdido é mais um filme da DC cheio de ressalvas e com alguns clichês. Contudo, isso não tira o fator diversão que o longa nos apresenta. Filmes de super-heróis também são entretenimento, e tornam reais cenários e batalhas que víamos apenas nos quadrinhos, e Aquaman nos dá tudo isso. A diversão é um fator fundamental no cinema, e este é sim um filme divertido, que se propõe a algo que consegue entregar, na medida do possível.