Particularmente filmes de terror inspirados em histórias reais trazem uma maior imersão ao mundo do terror. O filme “Aquele que Habita em Mim” é exemplo disso. A produção é baseada na história real de Lizzie Andrew Borden (1860 – 1927) acusada de assassinar a machadadas seu pai e sua madrasta em Fall River, Massachusetts, em 1892.

“Aquele que Habita em Mim” (The Inhabitant) é um terror psicológico com direção de Jerren Lauder e roteiro de Kevin Bachar. Estrelam o filme Odessa A’zion, Leslie Bibb, Dermot Mulroney, Lizze Broadway, Jackson Dean Vincent, Mary Buss e Michael Cooper Jr.

Sobre o caso real que inspirou o filme

Em 4 de agosto de 1892, os corpos de Andrew Borden, um rico empresário, e sua segunda esposa, Abby Borden, foram encontrados brutalmente assassinados na casa da família em Fall River, Massachusetts. Ambos mortos a golpes de machado. Andrew estava no sofá da sala, com o rosto desfigurado pelos golpes, enquanto Abby estava no quarto de hóspedes, também com ferimentos fatais na cabeça.

Lizzie Borden, filha de Andrew e enteada de Abby, rapidamente se tornou a principal suspeita por questões financeiras, comportamentos suspeitos e ausência de álibi.

Lizzie Borden
Imagem: Reprodução

O julgamento de Lizzie Borden em 1893 atraiu enorme atenção da mídia, tornando-se um dos primeiros grandes casos criminais dos Estados Unidos. Apesar das evidências circunstanciais, incluindo a descoberta de um machado na casa e o fato de Lizzie ter queimado um vestido logo após o crime, ela foi absolvida devido à falta de provas diretas e à percepção de que uma mulher de “boa experiência” não seria capaz de cometer um crime tão violento.

Após o julgamento, a sociedade de Fall River rejeitou Lizzie. Ela e sua irmã herdaram a fortuna do pai e se mudaram para uma casa maior na mesma cidade. Lizzie viveu o resto da vida em relativa reclusão, até sua morte em 1927.

Uma boa produção com um roteiro mediano

A trama acompanha Tara, uma adolescente que vive em uma pequena cidade marcada por um passado sombrio envolvendo assassinatos brutais. Ela descobre que pode estar ligada à infame Lizzie Borden por laços familiares e começa a questionar se herdou uma maldição genética que a levaria a repetir os crimes de seu ancestral.

Essa maldição aparece inicialmente como uma problema mental, considerando a internação de sua tia em uma clínica psiquiátrica pelo assassinato do próprio filho a machadadas. Com o decorrer do filme, outras pessoas próximas a Tara também morrem. Além disso, Tara começa a ver imagens estranhas e até mesmo a própria Lizzie Borden. Dessa forma, ela se vê em um jogo de dúvida e medo, lutando contra seus próprios demônios e o peso da história de sua família.

Aquele que Habita em Mim foto 2
Tara (Odessa A’zion) Imagem: Divulgação

Dá para perceber que a produção possui uma base boa para uma história de terror, mas acaba focando mais em uma questão investigativa com uma trama adolescente.

A forma como a história se desenvolve mostrando que talvez Tara esteja somente cansada, afastando o sobrenatural da produção é um ponto bem interessante. A produção deixa para desenvolver o sobrenatural mais para o fim do filme. Enquanto isso, o foco maior fica na questão psicológica e talvez hereditária que corre no sangue de sua família. Como se fosse um caso de esquizofrenia.

Em relação ao elenco, os atores conseguem entregar personagens convincentes e agradáveis. Destaque para Odessa A’zion que traz profundidade, humor e força para Tara.

Vale a pena assistir “Aquele que Habita em Mim”?

“Aquele que Habita em Mim” é um filme de terror que consegue agradar os fãs da categoria. Embora não traga nenhuma novidade ao nicho do terror, a produção traz boas cenas de violência e reviravoltas que fazem valer a pena os 97 minutos de duração.

A produção não faz nada de novo em relação ao espírito maligno habitando uma pessoa. No entanto, prova que é possível contar uma história efetivamente assustadora e instigante sem insultar a inteligência dos protagonistas ou dos espectadores.

“Aquele que Habita em Mim” estreou no streaming do ADRENALINA PURA no dia 20 de janeiro.