As múmias não têm descanso, pelo menos não na sétima arte, e agora com “Múmias e o Anel Perdido”, elas precisarão vir até os tempos atuais e recuperar um bem precioso.
A animação dirigida pelo cineasta espanhol Juan Jesús García Galocha acompanha a vida das múmias em uma cidade escondida no subsolo do mundo moderno.
“As Múmias e o Anel Perdido” acompanha as divertidas aventuras de três múmias egípcias que vivem numa cidade secreta subterrânea sob as pirâmides do antigo Egito – uma princesa, um piloto de corrida de bigas e o irmão mais novo dele, inseparável de seu bebê crocodilo de estimação. Após uma série de infelizes acasos, o trio de múmias e seu pet embarcam numa hilária e agitada jornada na Londres atual à procura de um anel ancestral, de propriedade da Família Real das Múmias, roubado pelo ambicioso arqueólogo Lorde Carnaby.
Acompanhar a aventura dos três jovens em Londres foi muito divertido. Thut, o piloto ao lado de seu irmãozinho Sekhem fornecem boas piadinhas ao longo do filme. Já a princesa Nefér, que sonha em ser cantora, tem a oportunidade de realizá-lo na superfície.
A história poderia ser melhor? Poderia!
Aqui o diretor brinca muito com a modernidade e com a ancestralidade. Ele leva para o mundo subterrâneo características do mundo atual, porém, de maneira arcaica. É uma maneira interessante de não perder a atenção do espectador com tanta história. Outro ponto interessante, é que nesse mundo, que não sabemos exatamente se é um local real ou espiritual, as múmias vivem como se não tivessem mortas, o que pode ser bem confuso se você levar em conta que a mumificação era uma preparação para que elas pudessem retornar a vida depois de um certo período.
Claro, é um filme infantil, sem nenhuma pretensão de ser realista. Mas ora, o mínimo poderia ter feito. Mas pelo menos a crítica pertinente, que mostra como os ingleses saqueavam as obras do Egito antigo, foi mantida.
Para mim o grande problema de “As Múmias e o Anel Perdido” está na pretensão de ser algo que não foi feito para ser. Um filme musical, por exemplo. Tudo bem que a princesa quer ser cantora, mas nenhuma das músicas de fato engata ou encanta. Além dos problemas com as músicas próprias, em determinado ponto o diretor decidi incluir um hit da banda canadense Nickelback. Totalmente fora de contexto, e sem nenhum sentido.
Problemas de roteiro também podem ser notados a todo momento. A mãe do vilão por exemplo, que apesar de não ter nenhuma interferência na história, ocupa vários minutos de tela sem nenhum propósito. Todas as vezes que ela aparece é para ser inconveniente ao filme, quebrando o ritmo, que já é ruim, e sem acrescentar nada.
Final não surpreende!
Apesar de ser um filme infantil, poderia duvidar menos da capacidade dos pequenos de apreciar uma boa história. Afinal de contas, ele se propõe a concorrer com grandes animações, e não chega perto nem das mais fracas. Por fim, é um filme que vai sim divertir os pequenos, é colorido e engraçado, mas tenho dó dos pais que irão assistir junto aos filhos.