Atena é um suspense policial dirigido por Caco Souza (400 Contra 1).O filme retrata a história de uma jovem que lida com traumas após sofrer abusos sexuais na infância. Agora adulta, sem saber do paradeiro do seu algoz, ela resolve se vingar enquanto caça outros homens que fazem parte de uma rede de criminosos. O longa é protagonizado por Mel Lisboa (Coisa Mais Linda) e Thiago Fragoso (Salve-se Quem Puder). Distribuído pela A2 Filmes, a produção chega aos cinemas no dia 31 de julho.
Temática visceral
A história de Atena (Mel Lisboa) se passa entre as cidades de Gramado (Rio Grande do Sul) e Montevidéu (Uruguai). A personagem é uma simpática jovem adulta que tem uma loja de roupas no centro da pequena cidade brasileira. Porém, ninguém sabe os segredos que ela guarda, exceto Débora uma outra participante de um fórum virtual.
Logo, Atena decide ressignificar a dor de ter sofrido violência sexual. Por isso, com ajuda dessa parceira, ela começa a fazer justiça com as próprias mãos enquanto atrai outros homens que tentam se aproveitar de sua fragilidade. Porém, eles cometem um grande erro duvidando de sua força.
Ao longa da sua jornada, a justiceira conhece Carlos (Thiago Fragoso), um jornalista que está investigando uma série de crimes sem desfecho. Após finalmente descobrir novas informações sobre seu pai, o homem que a violentou, a protagonista viaja até a capital uruguaia para localizá-lo.
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Alguns tropeços pelo caminho
A estética e caracterização do filme são muito interessantes, uma vez que você nota a mudança de iluminação e aparência da protagonista conforme seu objetivo naquele momento. Durante o dia, Atena é uma mulher comum e tem um visual aparentemente indefeso. Já nas noturnas, ela usa roupas mais escuras, pesadas, carrega sempre uma mochila com ferramentas “de sobrevivência” e uma maquiagem bem marcante nos olhos.
Apesar do tema super importante, a produção peca em não aprofundar os muitos tópicos que levanta como as redes de criminosos formadas na Internet, a negligência policial e até o próprio histórico da justiceira. Enquanto não sabemos nada sobre a mãe de Atena, o foco fica todo com seu pai, o abusador, e os demais estupradores.
Por consequência os outros personagens também não têm muito background, com exceção de Carlos que tem uma irmã. Porém, tudo é mostrado com pouco contexto. Além disso, as cenas de tocaia do jornalista são um pouco incômodas por conta da proximidade do personagem com seu alvo. Seria muito difícil que ele não fosse descoberto.
Vale a pena assistir Atena?
Em resumo, Atena é um ótimo exemplo da versatilidade do cinema nacional. Dessa forma, a direção de Caco Souza e o roteiro de Enrico Peccin (Mato ou Morro) se complementam nesse thriller super brasileiro. Ainda que utópico, o longa retrata de forma superficial o impacto que a violência de gênero causa na vida de uma mulher. Além disso, ele mostra o despreparo e a incapacidade da polícia brasileira de acolher essas vítimas em muitos episódios.
Na vida real, se Atena agisse da mesma maneira, estaria presa. Porém, esse arquétipo da deusa grega da sabedoria, estratégia militar, das artes e da justiça que guia a personagem vai inspirar muitas outras Atenas da vida real. Por consequência, essa identificação pode impactá-las ao ponto de as fazerem buscar pela justiça legal.
E aqui, um destaque para a atuação de Mel Lisboa que entrega as cenas de forma visceral. Durante todas as cenas de ação é impossível não acreditar na protagonista e não torcer por seu triunfo.
Por fim, Atena chega exclusivamente aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, 31 de julho.
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