Terminar algo nunca é fácil, seja uma comida gostosa, um livro, um relacionamento ou uma saga querida. Com Através da Minha Janela: Olhos nos Olhos, a história de Raquel (Clara Galle) e Ares (Julio Peña) finalmente chega ao fim, de uma forma dramática, melancólica e até mesmo esperada.
Dirigido por Marçal Forés, o filme é uma continuação de Através da Minha Janela (2022) e Através da Minha Janela: Além-mar (2023). Nele, acompanhamos Ares (Peña) e Raquel (Galle) após os trágicos acontecimentos do verão, que culminaram na morte de Yoshi (Guillermo Lasheras). Assim, com muitas feridas em aberto, o jovem casal decide terminar a relação e seguir por caminhos separados.
No entanto, os dois se reencontram no inverno de Barcelona para celebrar as festividades de final de ano com os seus atuais parceiros. Com muitos olhares, toques escondidos e tensão, eles percebem que a história entres eles está longe de acabar. Afinal de contas, quando uma relação realmente chega ao fim?
“Tudo começou com a senha do wifi…”
Como uma boa fanfic, Através da Minha Janela mistura diversos clichês românticos, o que se repete no último longa. Assim, durante as quase duas horas de filme, vemos o pai que cobra demais dos filhos e dá pouco amor, o casal que está junto de fachada devido a família e, é claro, o amor não correspondido. Um dos mais dolorosos e difíceis de se tratar no cinema.
No entanto, apesar de abordar todos esses temas e muitos outros, o romance não se aprofunda em nenhum. Muito pelo contrário, se não fosse pelas atuações firmes dos atores, seria impossível assistir o filme até o final sem se distrair ou desistir. Além disso, assim como os outros filmes, Através da Minha Janela: Olhos nos Olhos, foca no casal principal (Ares e Raquel) e deixa os conflitos dos demais rasos. Por vezes, bobos devido ao modo como são resolvidos.
Além disso, seguindo a fórmula dos filmes, o longa também apresenta momentos de tensão e tragédia, culminando no acidente de personagens queridos pelos fãs. Nesse momento, a atuação de Julio Peña chama atenção visto que, apesar de jovem, o ator de Berlim conseguiu inserir o telespectador na dor de seu personagem. Eric Masip (Artemis) e Emilia Lazo (Claudia) também não ficam para trás, mostrando a dificuldade de se desvincular de certos valores e crenças a fim de construir um futuro melhor.
Cenário e trilha sonora
Quanto aos cenários e trilha sonora, todos foram muito bem pensados para nos inserir na cultura espanhola e mostrar qual é a sensação de estar perdidamente apaixonado por alguém. Ademais, apesar do roteiro fraco, o último filme conseguiu mostrar o crescimento de alguns personagens e finalizar a história com um “final feliz”.
Então, se você quer um filme leve, que não demanda muita atenção, Através da Minha Janela: Olhos nos Olhos é uma ótima escolha.