Baseado na franquia best-seller, Belo Desastre é um filme de romance adolescente, que conta a história de duas pessoas que tem em comum a vida conturbada e cheia de segredos.

Na trama acompanhamos uma garota com um passado sombrio, que era envolvida no mundo das apostas de Las Vegas, e um garoto envolvido com lutas por dinheiro em Sacramento. O destino dos dois se cruzam quando Abby decide abandonar sua vida de apostas, fugindo de seu pai e acaba encontrando Travis em uma luta clandestina.

Ele, é um garoto chamativo, com várias tatuagens, um jeito largado de ser e muito ousado. Ela, uma garota inteligente, perspicaz e de certa forma inocente. Mas tudo isso converge em um romance quando eles decidem apostar, se ele perder a próxima luta, ele deve ficar sem sexo por um mês. Se ele ganhar, Abby deve morar com ele pelo mesmo período de tempo. O que acaba acontecendo.

Roteiro do filme decepciona na maior parte das cenas

Dirigido por Roger Kumble (“Segundas Intenções”, “After – Depois da Verdade”) , o filme tem um elenco bem interessante, com Dylan Sprouse e Virginia Gardner. Logo no começo da trama já somos apresentados aos dois personagens principais, Travis e Abby, e o destino deles não demora a se cruzar. Sem muitos diálogos inteligentes, o que mais incomoda são as falhas de conexão entre os temas. Vários assuntos são tratados ao mesmo tempo, e nenhum deles consegue ser profundos o suficiente para gerar um entendimento da proposta do diretor.

Em vários momentos é perceptível como várias lacunas nunca são fechadas, nem mesmo as que são abertas em prol da evolução da narrativa. Um exemplo disso, Travis é um cara que apesar de ser um lutador clandestino, faz faculdade (nunca descobrimos qual curso e nunca vemos ele em aula), mas se apaixona instantaneamente pela recatada (só que não) Abby.

Ela por outro lado, tem um passado de jogos ilegais nos cassinos de Las Vegas, mas durante o filme vemos pouquíssimas consequências sérias disso. Se comparar com qualquer outro filme sobre jogos em Vegas, esse filme passa muita vergonha.

O ritmo também não consegue ser coerente, seja pela forma como os protagonistas se conhecem, seja pela forma como se apaixonam, os diálogos são rasos e muitas das vezes não se complementam.

O que era pra ser um filme de romance adolescente com cenas picantes e uma pitada de sex appeal, acaba se parecendo muito mais com os mais genéricos besteiróis americanos.

LEIA TAMBÉM: Crítica – Desejo Proibido

Cenas quentes e fotografia garantem a atenção

Não podemos deixar, porém, de elogiar a fotografia do filme. A qualidade das imagens, dos cortes e dos close-ups são bem interessantes. As cenas mais intimas entre o casal também tem excelentes fotografias, já que esse é um dos maiores apelos desse filme.

Porém, as cenas de lutas, sinto dizer que são muito mal coreografadas. Apesar de todo o esforço de Dylan para realizar as cenas, é nítido que não houve intenção em manter uma qualidade digna de filmes de ação. Era necessário? Talvez não, se o restante do filme compensasse. O que não é o caso.

Belo Desastre tem um público certo, e é quem gosta desse tipo de narrativa. Que valoriza momentos, que valoriza pequenos detalhes, como esquetes.