Adaptar jogos para filmes tem sido uma tarefa bem complicada, com muitas tentativas e escassos acertos, e “Borderlands” parece se encaixar nas muitas tentativas. Baseado na franquia Borderlands da Gearbox e 2K, o filme traz um elenco incrível, com animações que parecem ter saído de dentro do jogo, mas é tão raso quanto um pires.
E é assim que são os Cinematics, trailers ou cenas dentro dos jogos feitos pare impressionar os jogadores, e que muitas das vezes não precisam apresentar grandes roteiros (apesar de alguns surpreenderem).
A história de Borderlands
“Borderlands: O Destino do Universo Está em Jogo“, entra de cabeça na história de uma das franquias mais coloridas dos games. Lilith (Cate Blanchett), uma caçadora de recompensas com um passado misterioso, retorna a Pandora para encontrar a filha desaparecida de Atlas (Edgar Ramírez), o homem mais poderoso do universo. Ela se alia a Roland (Kevin Hart), Tiny Tina (Greenblatt), Krieg (Munteanu), Tannis (Curtis) e Claptrap (voz de Jack Black) para enfrentar uma ameaça alienígena e bandidos perigosos, desvendando um segredo explosivo de Pandora.
Essa é a premissa do filme, muito similar a premissa do jogo. Mas peço licença aos leitores para avaliar o filme como uma obra cinematográfica, deixando de lado possíveis comparativos ou analises do jogo.
Um filme previsível e esquecível
O design de produção é um dos pontos altos do filme, com cenários detalhados que trazem Pandora à vida. Os efeitos especiais são impressionantes, especialmente nas cenas de combate e nas criaturas alienígenas que habitam o planeta. A edição de Julian Clarke e Evan Henke mantém o ritmo do filme ágil, sem perder o fio da narrativa. As transições são suaves, e o filme nunca se arrasta, o que é um ponto positivo.
No entanto, “Borderlands” não é isento de falhas, na verdade, ele é cheio delas. Embora a história seja divertida, alguns espectadores podem achar a trama previsível em certos momentos. A falta de reviravoltas surpreendentes diminui o impacto emocional do filme. Além disso, o humor constante, embora fiel ao espírito do jogo, dilui a gravidade de algumas situações. Em momentos onde uma abordagem mais séria poderia ter um impacto maior, o filme opta por piadas e alívios cômicos.
E pior, alguns personagens secundários não recebem o desenvolvimento necessário, o que pode fazer com que suas motivações e ações pareçam superficiais, como o personagem de Kevin Hart, totalmente esquecível. As próprias motivações do antagonista, Atlas, são totalmente desconhecidas. O filme tenta te convencer que é somente pelo poder, mas não contextualiza isso, não aprofunda. O Krieg, eu até entendo, mas até o Claptrap teve mais desenvolvimento que os atores principais. Isso demonstra claramente a intenção de tentar agradar os fãs pelo fanservice e deixar de lado o aspecto mais importante, um roteiro coeso e completo.
Isso é especialmente notável em um elenco tão grande e diversificado, fica evidente que nem mesmo as personalidades dos personagens foram respeitadas. E apesar da edição ágil, o ritmo do filme parece irregular, com momentos de ação intensa seguidos por cenas mais lentas que quebram a imersão.
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Vale a pena assistir nos cinemas?
Em resumo, “Borderlands” é uma montanha-russa de emoções e ação, com algumas cenas incríveis, mas com uma direção preguiçosa que não faz jus ao material original. O filme acerta no elenco, tem atuações divertidas e bem executadas, além da possibilidade de ver Cate Blanchett e Jamie Lee Curtis juntas, o que é incrível. No entanto, a previsibilidade da trama e o humor constante podem não agradar a todos os públicos. É um filme que certamente agradará alguns fãs do jogo, principalmente quanto aos novatos no universo de Pandora, mas que poderia se beneficiar de um equilíbrio melhor entre comédia e seriedade. Na minha opinião, é um filme para assistir em casa.
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