A diretora Albertina Carri estreia o novo filme Caiam as Rosas Brancas nos cinemas. O longa acompanha a história de uma jovem cineasta durante a produção de um filme pornô lésbico. O drama erótico traz uma narrativa desconstruída com foco nas mulheres.

Uma história fora da curva

A trama acompanha a vida de Violeta (Carolina Alamino), uma jovem cineasta. Ela foi convidada para produzir uma grande produção de um filme pornô lésbico após o sucesso de uma versão amadora. No entanto, ao ter um divergência com a equipe e não conseguir executar o que desejava, ela foge do estúdio e segue com as amigas em uma aventura. O grupo sai de Buenos Aires e parte em direção à cidade de São Paulo, no intuito de ampliar suas percepções e realizar uma verdadeira obra de arte.

Durante as duas horas de filme, podemos vivenciar com esse grupo de mulheres todas as suas descobertas e a forma como exploram a sexualidade. Sendo assim, podemos ver cenas de BDSM (Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo) logo nos primeiros minutos do longa.

A história tem potencial, mas acaba se perdendo na narrativa rasa e cenas desconexas. Não existe explicação para os acontecimentos durante o filme, como quando aparecem os olhos delas ficando verde sem motivo aparente ou quando uma personagem morre e depois revive. Além disso, as cenas são cortadas de forma bruta e em muitos momentos existe um vazio. Isso acaba gerando um distanciamento com o telespectador, mas talvez essa seja a intenção da diretora.

Cena do filme "Caiam as Rosas Brancas"
Créditos: Divulgação

Um ponto interessante foi a forma que a Carri transmitiu para o público o que a protagonista estava vivendo. Tem momentos em que parece que nós estamos assistindo ao que Violeta e suas amigas estão gravando, outros podemos ver as imagens sendo refletidas nas íris de uma personagem.

Boa parte da história se passa na estrada e nos últimos minutos encontrarmos o grupo no destino final: São Paulo, Brasil. Mas se engana aquele que acha que esse é o ponto final da trama, porque logo em seguida descobrimos um caminho místico com um monólogo interessante no fim.

Vale a pena assistir “Caiam as Rosas Brancas”?

O longa foge dos padrões que estamos acostumados, mas isso não é um ponto negativo. A diretora utiliza dos planos detalhados- ou em alguns casos bem abertos – e das luzes para contar uma história de experimentos e descobrimentos. O telespectador deve ir de mente aberta para absorver todas as referências dessa produção, pois o roteiro não vai entregar a história nas suas mãos. É preciso analisar e sentir o que as personagens, principalmente Violeta, está vivenciando durante o longo percurso na estrada.

Por fim, “Caiam as Rosas Brancas” tem distribuição da Boulevard Filmes, em co-distribuição com a Vitrine Filmes. O filme estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 15 de maio.