A convite da Cinepolis, maior rede de cinemas da América Latina, nós do portal Geekpop News, fomos conferir a famosa franquia dos Cavaleiros de Athena que finalmente chegou nas telas do cinema em forma de Live-Action. Cavaleiros do Zodíaco junto de Dragon Ball são os maiores animes para nós brasileiros, por isso, após viver um trauma chamado Dragon Ball Evolution, será que estaremos prontos? ou o mesmo fracasso não atinge duas vezes o mesmo cavaleiro?

Começando com os pontos positivos (eles existem)

Primeiramente, essa não foi uma crítica fácil de fazer, afinal o lado fã da Tv Manchete briga ferozmente com o lado crítico de alguém que apenas queria ver um bom filme. Dito isso vamos ao lado bom do filme:

A honestidade do diretor Tomek Bagginski foi verdadeira quando ele disse que respeitou a essência da história dos cavaleiros, isso porque o longa é serio. Não tenta fazer alívios cômicos e piadinhas desnecessárias, realmente tentando trazer o estilo cartoonesco dos animes para a vida real sem perder a essência. Essência essa que é notável em todos os personagens, como Seiya, sendo até menos irritante que o original, marrento e focado em achar sua irmã em toda trama.

Saori, é a mesma mimada de sempre, que não sabe exatamente seus poderes, Cassius irritante e obcecado em matar Seiya. Finalizando em Ikki (melhor personagem do filme), mostrando toda sua raiva e vilaníssimo possível, idêntico ao Ikki (Diego Tinoco) que conhecemos no início do anime. Não vamos nos esquecer da treinadora Marin, a personagem mais fiel ao anime, tanto em adaptação quanto visual.

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Cenas de Luta e trilha sonora

O momento de treinamento de Seiya é o momento onde todos os fãs irão gostar, desde a escolha da trilha sonora ( sim com pegasus fantasy tocando beeeeeem no fundo). Até o momento onde Seiya coloca a armadura pela primeira vez. É talvez um dos poucos momentos de fan service, já que o longa não se utiliza dessa artimanha para se desenvolver. O que é notável, já que adaptações dessa categoria acabam apelando muito para isso, a fim de conquistar o público, o que nem sempre é positivo.

Marin cavaleiros
Imagem Sony

As cenas de luta são realmente muito boas, não deixando em nada a desejar para pra outros filmes com orçamentos bem maiores, a escolha do coreografo do filme Chang-Chi se mostrou um grande acerto. O ator Mackenyu (Seiya) mostrou que sabe sim lutar de verdade, ao lado do experiente Mark Dacascos (Tatsumi/Mylock), protagonizam belíssimas cenas de lutas.

A trilha sonora também vale elogios, ao som de temas orquestrados a todo momento, a música combina com os momentos de drama e de batalhas. Somado ao fato de Pegasus Fantasy estar presente quase que espiritualmente entre as notas, traz uma alma única para o filme

Onde os problemas começam (Escolha do roteiro)

Se por um lado o respeito a essência da história e dos personagens está lá. O roteiro infelizmente sofreu o mesmo golpe que sua adaptação da Netflix. Isso porque os dois projetos (live-action e animação da Netflix) começaram juntos, e compartilharam da mesma alteração da história original, uma infeliz escolha.

Na animação temos um personagem chamado Guraad como vilão, amigo de Mitsumasa Kido (Alman Kido na dublagem do filme), que acham a bebê Saori nos colos do cavaleiro de Sagitário. O mesmo ocorre no Live-action, porém Guraad é uma mulher ( Famke Janssem) , e era casada com Alman Kido. Fugindo completamente do plot de vilões que conhecemos no anime, e infelizmente isso é ruim, pois ela é uma personagem quase descartável, não cumprindo nem com boas cenas junto de Kido ( erro de roteiro e não da atriz). Ikki sozinho poderia ser o vilão do longa que ainda assim ficaria melhor.

Os problemas continuam

Os problemas continuam quando nem sequer mencionam o SANTUARIO ao longo de toda trama, fazendo com que ninguém saiba onde se passa a história, não citam nem mesmo se estão no Japão, Grécia. Tudo fica meio solto no ar.

O último problema que podemos ressaltar é o ultimo ato. É onde ocorre a esperada batalha entre Fênix e Pegasus. Eles utilizam talvez todo o orçamento de efeito especial do filme, gerando uma cena bastante empolgante, bons efeitos, porém muita rápida, um piscar de olhos mesmo, terminando em um final com muita abertura para continuação mas ao mesmo tempo sem graça.

imagem: Sony

As armaduras

Separamos aqui uma parte só para elas, afinal cavaleiros do zodíaco sem falar de armaduras, não dá né?! Enfim, é nítido que tentaram fazer algo original ao não adaptarem fielmente as armaduras dos mangás e animes. No caso aqui, pegam como inspiração o filme em CGI A lenda do Santuário (2015), onde possuem armaduras bem inovadoras, e os pingentes no lugar das caixas das armaduras, o que caiu muito bem para o Live-Action.

Porém, em entrevistas, os produtores informaram que o próprio criador da obra Masami Kuromada, pediu para alterarem as armaduras para algo mais “medieval e realístico”. Nos fazendo pensar que se não fosse isso, as armaduras seriam bem mais parecidas com o filme A Lenda do Santuário. O que ficou delas, foi o elmo com protetor de boca retrail.

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Particularmente, a armadura do fênix ficou mais fiel em termo de design, do que a de Pegasus, porém a forma como eles as vestem assim como nos animes, ficou interessante, original e bem adaptado para o filme.

Cavaleiros do zodíaco - seiya
Imagem: Sony

Veredito

Por fim chegamos ao veredito difícil do filme, podemos dizer que os fãs que esperam muito fan service não irão gostar. Aqueles que conhecem a franquia e vão assistir de “mente aberta” paraa ver uma adaptação feita com pouco orçamento e um respeito ao material original, podem gostar. Aqueles que não conhecem a franquia, podem apenas achar que é um filme estilo super heróis mas sem piadinhas. O recomendável é assistir mesmo, pois as reações são as mais mistas possíveis.

Cavaleiros do zodíaco

Esperamos que todo esse forço em construir um INÍCIO como o próprio nome filme diz, com uma forte introdução de Seiya e Saori não seja em vão. O longa faz um preparo de terreno imenso para uma continuação, que talvez nunca veja a luz do dia. Contudo, com um orçamento maior e uma escolha de roteiro também mais assertiva, uma continuação pode sim chegar ao nível que os Cavaleiros do Zodíaco merece.

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