Olá, pessoal! Espero que estejam bem!

Hoje nós vamos falar sobre um filme que estreia na próxima sexta, dia 15 de outubro, um drama cuja trama esconde muito mais do que consta em sua sinopse. Assistam primeiro ao trailer, e depois vamos à crítica!

Sinopse:

Jim (David Thewlis) é um inspetor de alimentos que está tentando tirar da cadeia sua filha Veronica (Laysla de Oliveira), uma professora de ensino médio, depois de ela ser acusada injustamente de assédio sexual. Quando Veronica decide que não quer sair da prisão, a relação entre pai e filha fica ainda mais complicada.

Já vou começar dizendo que a sinopse desse filme engana. Ela faz parecer que é uma trama simples, mas ela vai muito, muito além. Começa pelo início do filme, que se inicia pelo fim, e é narrado de uma forma bastante diferente. Você não sabe nada da história até a metade do longa, porque ele só te entrega fragmentos da verdade. O telespectador se pega tentando juntar as peças do quebra-cabeça, montando hipóteses e mais hipóteses, que podem (ou não) acontecer. Eu fui pega de surpresa com diversos plot-twists bem elaborados, dentro de uma narrativa muito bem feita, com um roteiro muito bem escrito. O diretor e roteirista Atom Egoyan, que possui um histórico de abordar assuntos como “erros do passado e/ou injustiças” em suas tramas, acertou em cheio tanto no roteiro quanto na direção. É uma história limpa, que apresenta o que é necessário para que seja entendida. Nada mais, nada menos.

As atuações em evidência desse filme são consideravelmente poucas, mas todas são muito boas. Principalmente a do Jim (David Thewlis), que conseguiu a proeza de até suas micro expressões entregarem uma atuação primorosa. Você consegue sentir todo o processo do personagem, que embarca todos nós até o fatídico final. A filha do protagonista, Veronica (Laysla de Oliveira), também entrega uma personagem fantástica, que oscila entre emoções de forma muito sutil, porém marcante. A maioria dos personagens além desses dois é secundária, mas nem por isso suas encenações são medíocres. Com destaque para os atores Rossif Sutherland e Alexandre Bourgeois, que possuem participações especiais na história e conseguem entregar suas partes devidamente. Sem falar que achei muito interessante a forma que a narrativa acontece, porque (sem dar muitos spoilers) ela se dá pela visão de um único personagem do filme, então você não sabe se aquilo realmente é o que é, ou se está sendo contado daquela maneira apenas porque o “personagem narrador” acredita que foi daquela forma.

A trilha sonora do filme se mistura com a trilha no filme, tornando tudo uma delícia de se ouvir. Não é uma trilha invasiva, então muitas vezes você acha que nem tem música de fundo, mas existem alguns sons que vão guiando o caminho que suas emoções devem seguir. Até mesmo o enquadramento dos personagens, que em sua maioria é fechado, revela uma trama bastante intimista, expondo aos poucos o interior dos dois personagens principais. A fotografia do filme em determinados momentos é de encher os olhos, muitas vezes sendo utilizada junto à trilha sonora, que ajuda a compor algumas cenas bastante memoráveis.

Como eu disse no começo, esse filme aborda diversos temas, porém de uma forma sutil. O telespectador precisa prestar atenção nos detalhes, porque são neles que a história se desenrola. Enfim, a meu ver, é um drama que consegue completar a maioria dos itens da lista de um bom filme.

Por hoje é só, uma ótima sexta e um excelente final de semana!