Após alguns anos, chegou a hora de voltarmos à Auradon! Em Descendentes: A Ascensão de Copas, a franquia da Disney ganha uma repaginada na história, ao mesmo tempo que traz elementos conhecidos pelo público.
Na trama do quarto filme, a filha da Rainha de Copas e a filha da Cinderela viajam no tempo para tentar evitar que um golpe de estado aconteça em Auradon. E essa viagem pode trazer revelações surpreendentes sobre o passado.
Uma nova história
Diferente dos três primeiros filmes da franquia, que tinham Mal, Evie, Jay, Carlos e Ben como protagonistas da trama, agora Red e Chloe assumem o papel principal. No entanto, continuamos contando com os dois lados da história: dos vilões e dos heróis dos contos de fadas.
Red (Kylie Cantrall) é a filha da Rainha de Copas (Rita Ora) e sonha em viver uma vida sem ter que seguir os passos da mãe. Ela vive no único lugar que ainda não foi aceito por Auradon: O País das Maravilhas. Porém, quando jovem rebelde recebe o convite para estudar em Auradon, ela vê a oportunidade de fugir da sombra da mãe.
Em contrapartida, temos Chloe (Malia Baker), a filha da Cinderela (Brandy Norwood) e do Príncipe Encantado (Paolo Montalbán). Ela cresceu em uma realidade bem diferente de Red, em um lar amoroso, e está ansiosa para iniciar o ano letivo no colégio. Então, quando as duas garotas se encontram, a primeira impressão acaba não sendo das melhores.
No entanto, tudo muda quando a Rainha de Copas tenta tomar o governo de Auradon. É nessa hora que Red acaba usando um objeto criado por seu tutor, o Chapeleiro Maluco, e acaba viajando no tempo para tentar mudar o passado, na esperança de salvar o futuro. Ela só não esperava que Chloe fosse viajar com ela.
Red e Chloe: uma amizade não tão improvável
Pode parecer estranho imaginar uma amizade entre a filha da Rainha de Copas e a filha da Cinderela, mas, se tratando de Descendentes, sabemos que é possível. Afinal, a franquia é como uma releitura dos contos de fadas, que lembra um pouco o que era feito na série “Once Upon A Time“.
Tudo fica mais interessante quando descobrimos que Bridget, a Rainha de Copas, e Ella, a Cinderela, eram melhores amigas. É justamente isso que as filhas de ambas descobrem ao viajar para o passado, na época em que existia a Academia Merlim.
O desenvolvimento da amizade entre Red e Chloe é feito no tempo certo, com momentos de embate e inseguranças. De um lado temos a filha de um casal encantado que desconfia das atitudes da nova colega de escola. Do outro lado, temos a filha de uma vilã temida que só queria ser amada pela mãe e deseja mudar o passado em busca de um futuro feliz.
Adeus aos antigos personagens?
Um ponto positivo do filme é deixar claro que os personagens que o público da franquia tanto ama estão bem. Apenas aparecerem em cena duas personagens dos filmes anteriores: a Fada Madrinha, que vai ser diretora da Universidade de Auradon, e Uma (China McClain), que vai ocupar o cargo de diretora da escola.
Mesmo não tendo a presença dos atores que já eram conhecidos pelo público, podemos ver personagens que já haviam sido apresentados na franquia. Quando as garotas viajam no tempo, elas acabam conhecendo a versão mais jovem de suas mães e alguns outros personagens. Por exemplo, é possível ver os pais de Mal, Malévola e Hades, na época em que estavam juntos no colégio.
Existe uma certa nostalgia quando os outros personagens dos três primeiros filmes são citados, ou quando há uma referência. O início do filme é um paralelo ao início do primeiro longa. Além disso, podemos ouvir novamente a música “What’s My Name” do segundo filme da franquia.
Um ponto emocionante no roteiro é a homenagem feita para Cameron Boyce, que faleceu antes do lançamento do terceiro filme. No novo longa, em uma conversa de Uma com a Fada Madrinha, fica subentendido que, assim como na vida real, o personagem interpretado pelo ator na franquia, Carlos, morreu.
Vale a pena assistir “Descendentes: A Ascensão de Copas”?
O filme foi um respiro para a franquia, que já estava ficando um pouco repetitiva. A história deixa o romance de lado e foca na amizade. Além disso, o roteiro é bom, mesmo pecando com um final corrido e um desfecho que ficou com um “gostinho de quero mais”. Afinal, não teve nenhum ato musical final de impacto, como nos filmes anteriores.
O elenco faz um bom trabalho e Rita Ora surpreende na pele da grande vilã. Um ponto interessante é a presença de Brandy Norwood e Paolo Montalbán dando vida aos mesmos personagens do filme Cinderella (1997).
É perceptível nas telas que houve uma mudança por trás da franquia, que anteriormente era dirigida por Kenny Ortega. Agora, Jennifer Phang assume o controle da história e faz um bom trabalho, tendo também ajuda de efeitos especiais com um pouco mais de qualidade.
Importante ressaltar que se você não curte musical, esse filme com certeza não é para você. Parece que, dos quatro longas já lançados, este último é o que contém mais números musicais. Isso chega a ser um pouco cansativo, mas, no geral, as músicas são boas e acaba fluindo.
Como um bom filme da Disney, o enredo traz reflexões sobre amizade, amor e desejos. No final, temos uma mensagem importante sobre quais são as consequências para os nossos atos. Será que mudar o passado pode afetar o futuro além do que se era esperado? Bom, essa questão ficou em aberto para uma possível continuação, já que temos como desfecho a mesma fala dos outros filmes da franquia: “Você não achou que este seria o fim da história, achou?”
Por fim, Descendentes: A Ascensão de Copas já está disponível para assistir no Disney+.