Lançado em 2020, e com data de estreia no Brasil marcada para o dia 25 de março, a produção dinamarquesa Druk – Mais Uma Rodada desponta como uma das indicadas ao Oscar 2021 nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Direção.
Dirigida pelo dinamarquês Thomas Vinterberg e estrelada pelo consagrado Mads Mikkelsen (Hannibal), a história que permeia a filmografia explora um episódio do cotidiano – a vida de quatro professores do ensino médio, dentro e fora das salas. São eles: Martin, Tommy, Nikolaj e Peter. No entanto, o quarteto está cansado das aulas que geram confusões e críticas vindas dos alunos que almejam notas altas para, assim, conseguirem ingressar na faculdade.
Nesse cenário, os docentes se sentem desapontadoscom a carreira e, também, com a vida privada. O último item, a propósito, compõe uma das conversas que rodeiam o aniversário de Nikolaj, responsável por lecionar a disciplina de Psicologia na escola. Com os amigos reunidos em um restaurante no intuito de comemorar os seus 40 anos, ele desabafa à respeito de momentos frustrantes que teve. Para além do ofício e das decepções pessoais, a bebida à vontade é parte da comemoração. E isso será mais um elemento em comum entre eles.
A partir do encontro, os professores decidem elaborar um artigo, com a tese de que se nasce com um déficit de 0,5% de álcool no sangue, juntamente de um estudo relacionando a sua ingestão ao aumento da performance profissional e social. Para comprova-lo, passam a consumir bebidas alcóolicas “em horário comercial”, não poupando nem mesmo quando estão trabalhando. A princípio, o experimento dá certo, especialmente para o professor de história Martin (Mads Mikkelsen), que chega a ser aplaudido pelos estudantes.
Esse é o ponto que encaminha à crítica do filme. O ato de beber, posto de forma romantizada, acaba se tornando compulsivo de modo que os homens, levados pelo vício, cultivem a ideia de que são “legais” apenas quando estão sob efeito do álcool, e que a bebida é o melhor refúgio em períodos difíceis e/ou norteados pelo estresse rotineiro. Há também a problemática presente nas cenas que seguem com os professores bebendo em pleno ambiente escolar – com o caso de um dos alunos ter sido induzido a ficar bêbado antes da realização da prova final, a mesma que lhe abriria portas para Universidade.
Quanto às atuações, o destaque vai para Mads Mikkelsen que assume o papel principal. Notório por Hannibal, o ator recentemente foi escalado para interpretar o vilão Gellert Grindelwald na franquia Animais Fantásticos. Na pele de Martin, Mikkelsen entrega uma atuação que, como é de se esperar, faz jus à qualidade vista em outros projetos do dinamarquês. Ela envolve quem está assistindo e é capaz de fazer com que o espectador esqueça que se trata de um personagem totalmente fictício.
O elenco ainda é formado por Thomas Bo Larsen (A Caça), Magnus Millang (Heavy Load) e Lars Ranthe (A Caça). Menos conhecidos do grande público, o trio apresenta um bom desempenho em seus respectivos papéis, em especial, Magnus Millang, que dá vida a Nikolaj. O roteiro é igualmente bem escrito, sem furos significativos ou cenas mal intercaladas. Pelo contrário, a comédia e as passagens voltadas à abordagem do vício dos personagens não se misturam, embora o faça, como já dito, de maneira romantizada.
Ficha Técnica
Direção: Thomas Vinterberg
Roteiro: Thomas Vinterberg & Tobias Lindholm
Produção: Sisse Graum Jørgensen & Kasper Dissing
Elenco: Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen, Magnus Millang, Lars Ranthe, Maria Bonnevie, Helene Reingaard Neumann, Susse Wold, Magnus Sjørup, Silas Cornelius Van
Direção de Fotografia: Sturla Brandth Grøvlen
Desenho de Produção: Sabine Hviid
Montagem: Janus Billeskov Jansen, Anne Østerud
Gênero: drama, comédia
País: Dinamarca, Suécia, Holanda
Ano: 2020
Duração: 117 min