Eu poderia resumir esse filme em poucas palavras, talvez até em uma palavra, “Espetáculo”. Já seria suficiente, porque em algumas circunstâncias, faltam palavras para definir certas obras. Duna – Parte Dois é uma experiência cinematográfica que fica na memória para sempre.
Existe um avanço significativo na história em comparação com o primeiro, e a os aspectos técnicos evoluíram de forma majestosa. A direção de Denis Villneuve evidência o que há de melhor no elenco de estrelas, mas deixando de lado o estrelismo que tantas vezes acabam com as produções.
A história a partir do primeiro filme
Entre o fim do primeiro filme e o começo da parte dois parece haver um pulo temporal significativo. E isso é bem interessante, já que a parte um termina de uma forma muito aberta. Parafraseando Villeneuve, Paul agora está dividido entre seu desejo de vingança e as consequências que virão por causa dela. Ou seja, a parte dois é focada nos dilemas morais, éticos e emocionais de Paul Atreides. Paralelo a isso iremos acompanhar a ascensão de sua mãe, que irá ter um papel muito importante na jornada de descoberta.
Essa nova etapa da história também traz novos personagens, que incrementam a trama e trazem uma diversidade de atuação interessante para o filme. Austin Butler e Florence Pugh dão vida a dois personagens importantes para a trama… talvez uma trama futura. Esse talvez seja um dos pontos que me deixaram um pouco morno em relação a evolução da história, já que esse filme me parece uma escada para algo maior que ainda está por vir. Muitas lacunas abertas, muitas possibilidades para serem (ou não) exploradas, que irão com certeza habitar o imaginário dos fãs durante e depois do filme.
Um filme espetacular! Uma experiência cinematográfica épica!
Duna Parte 2 transcende as telas, imergindo o público em um caleidoscópio visual. A fotografia, meticulosamente concebida, pinta o deserto de Arrakis com tons dourados e azuis profundos. Cada cena é uma obra de arte em movimento, desde os ventos que esculpem as dunas até os olhos azuis hipnotizantes dos Fremen. As tomadas panorâmicas revelam a grandiosidade da paisagem, enquanto os takes íntimos capturam a angústia nos rostos dos protagonistas.
O espetáculo se desdobra em batalhas épicas, coreografadas com precisão. A luta pela água, a dança das espadas, a tensão nas negociações políticas – tudo é coreografado como um balé mortal. Os efeitos visuais, dignos de aplausos, dão vida aos vermes gigantes e às naves que cortam os céus. A trilha sonora, pulsante e evocativa, eleva cada momento, você pode se sentir dentro do filme.
Mas é nos detalhes que Duna Parte 2 brilha. O reflexo nas lágrimas de Paul Atreides, a textura das vestes Harkonnen, o brilho do cristal de especiaria – tudo é meticulosamente cuidado. O diretor, com maestria, nos guia por esse universo vasto, revelando segredos e promessas que ainda se revelarão no futuro (talvez um terceiro filme).
Eu posso resumir esse filme como uma sinfonia visual, uma epopeia que nos transporta para além das estrelas, na majestosa obra do cinema, a sétima arte. Eu diria para se prepararem para serem arrebatados, para perder-se nas areias de Arrakis e emergir transformado como herói ou como vilão. Uma experiência que transcende o cinema e se torna memória eterna
Roteiro derrapa ao abrir lacunas que não se fecham (pelo menos não por enquanto)
O roteiro do filme persegue e evidencia a vida de Paul Atreides, seu passado, seu presente e seu futuro. Paul está focado em se vingar, ao mesmo tempo quer fazer parte de algo maior, e decide se tornar parte dos Fremen. Sua paixão por Chani fica mais evidente, e se torna mais um elemento para Paul equacionar, será que é possível amar e ser amado enquanto se busca a vingança?
O grande problema do roteiro de Duna está em querer abrir o horizonte de possibilidades sem dar tempo para que se fechem os horizontes abertos anteriormente. Sim, com certeza isso é pensado para não dar tempo do espectador perder a atenção no filme, e de fato funciona. Mas pode não funcionar para todos, já que chega um determinado ponto que você começa a não saber mais a ordem das coisas na tela. Começa a não entender mais a conexão entre as cenas, nem mesmo como uma determinada cena começa ou termina. É um artifício inteligente, mas que pode ser uma pedra no caminho de alguns espectadores.
Mas é importante dizer que em nenhum momento esses problemas atrapalham a experiência, posso até imaginar que para os produtores é mais importante que todos saiam em êxtase do cinema do que exatamente entendedores da história.
Vale a pena assistir?
Um filme espetacular! Uma experiência cinematográfica épica! “Duna Parte 2” catapulta o espectador para um universo vasto e misterioso. Com visuais deslumbrantes, a trama se desenrola com tensão crescente. Personagens cativantes e reviravoltas surpreendentes mantêm o público grudado na cadeira. A trilha sonora, habilmente orquestrada, amplifica a emoção. Em suma, uma obra-prima imperdível!