Olá, pessoal! Espero que estejam bem!

Estou aqui (com um certo atraso, eu sei) para falar sobre um filme incrível que tive a oportunidade de ver recentemente: Efeito Flashback. Sabe aqueles filmes que você dá o play sem nem saber a história e acaba se surpreendendo muito? Então, esse filme com certeza é um deles pra mim. Sem mais delongas, vamos ao trailer e depois à crítica!

Sinopse:

Fred é um jovem de quase 30 anos, com a vida adulta cada vez mais eminente, ele passa a se questionar sobre uma série de assuntos aleatórios que, por conta de sua instabilidade emocional, parecem ser extremamente relevantes. Em paralelo, ele tenta desvendar os mistérios relacionados ao sumiço de uma jovem mulher, uma droga chamada Mercury e uma terrível criatura que o assombra desde a infância.

Se você achou a sinopse confusa, sinto em dizer que o filme é ainda pior, mas num bom sentido. Sabe aqueles filmes tipo Donnie Darko (2001), que te fazem questionar sua sanidade, sua realidade e tudo mais? Em Efeito Flashback pode-se dizer que isso é levado ao extremo. Produzido por Lee Kim, o longa começa acompanhando a vida adulta de Fred (Dylan O’Brien), e logo no começo você já percebe que ele não é uma pessoa muito normal. À medida em que o filme avança, você vai descobrindo ainda mais sobre o passado dele, mas você logo começa a se questionar se aquilo é realmente o passado, ou se são alucinações criadas pela instabilidade psicológica do personagem. Aos poucos o próprio personagem passa a sofrer com essa dúvida, consumindo cada vez mais sua saúde mental.

Durante grande parte do filme, O’Brien atua junto a Hannah Gross (Mindhunter, 2017-2019), Emory Cohen (Lords of Chaos, 2018), Maika Monroe (A Corrente do Mal, 2014) e Keir Gilchrist (A Corrente do Mal, 2014). E digo pra vocês: dentre as atuações principais, pouquíssimas delas são medianas. No entanto, o destaque certamente vai para Dylan O’Brien pela sua atuação de tirar o fôlego. Confesso que eu não estava esperando uma atuação tão boa desse ator. Ele tem alguns filmes interessantes em seu currículo, mas não acredito que algum tenha exigido dele a mesma carga dramática de Efeito Flashback. A intensidade com a qual O’Brien se entrega ao papel é transmitida diretamente ao telespectador. Esse filme chega até a ser desconfortável em alguns momentos, não só pelo roteiro muitíssimo bem construído e amarrado, mas também pela sensação de “realidade” que todos os atores transmitem.

A trilha sonora desse filme merece um prêmio por si só, na minha opinião. Gostei demais da forma como ela se mistura com as cenas visuais, dando aquele toque necessário para que você sinta exatamente o que deveria sentir com aquela cena, auxiliando (e muito) na imersão. Em determinados momentos, esse filme é muito rápido, com muita informação e muitos flashes de luz (inclusive, deixo aqui um alerta de gatilho de epilepsia, porque esse filme tem muitas cenas assim), já em outras partes, ele é bem compassado, mas não ficando maçante ou desinteressante em nenhum momento, pelo contrário. Quanto mais o filme avança, mais curioso você fica. Isso graças ao roteiro maravilhoso de Christopher MacBride, que te prende desde o começo até o final.

Quando eu assisti pela primeira vez eu jurei que o filme tinha umas 2h30, porque muita coisa acontece de uma vez. Mal sabia eu que o filme tinha somente 1h37m. A sensação que o longa te dá é a de ver 3 filmes de uma vez, como se você tentasse conciliar as informações de todos eles em uma coisa só. Falando assim pode parecer que eu estou criticando, mas pelo contrário, eu achei incrível. A quantidade de coisas que o diretor e o roteirista conseguiram passar em menos de 1h40 foi absurda, e a transição de cenas certamente influencia nesse sentimento também. E, como era de se esperar, não posso deixar de falar da fotografia. Esse filme tem algumas cenas impecáveis, nas quais o jogo de luz e/ou de cores faz as cenas serem de encher os olhos. Já em outras cenas, a fotografia é propositalmente “seca”, parecendo até um pouco desbotada, indo muito ao encontro do que está sendo representado.

Esse é um daqueles filmes que você precisa assistir e reassistir para entender (ou tentar entender), então se você gosta de narrativas fechadinhas e simples de assimilar, melhor pular esse. Agora, se você gosta de filmes que te colocam para pensar “fora da caixa”, onde nem tudo é o que parece e que te fazem questionar sua própria existência, você deveria largar tudo e ir assistir agora. O longa parece jogar com a credibilidade do espectador o tempo todo, vendo até onde ele vai acreditar no que está sendo contado, ou então descobrir de qual forma ele vai interpretar aquilo que está sendo apresentado. Porque uma mesma cena pode ser interpretada de duas ou até três formas diferentes, então é bem possível que se você assistir esse filme com alguém, no final você e a outra pessoa podem ter interpretações totalmente distintas.

Esse filme é uma viagem que certamente merece ser embarcada, e por isso mesmo deixo aqui o meu convite para que todos assistam.

Por hoje é só, pessoal. Se cuidem e até a próxima!