“Entrevista com Hitman“ é um filme de ação e drama, dirigido e escrito por Perry Bhandal. O longa é estruturado como uma entrevista com o protagonista, Viktor, interpretado por Luke Goss. A história segue a narrativa de Viktor, em sua infância como um garoto violento da Romênia que se associa com a máfia local, até sua ascensão como um assassino profissional, que precisa fingir sua morte e fugir. Assim, é em Londres que ele tenta refazer sua vida se associando com uma nova gangue criminosa.
Direção e Roteiro
O longa-metragem é o primeiro trabalho de Bhandal para as telas e isso é notável, já que seu estilo de direção foi incapaz de criar uma atmosfera convincente do início ao fim. Os primeiros minutos do filme começam razoavelmente bem: tensão, cenas do passado e do presente prometendo um filme envolvente… Mas é quando as cenas começam a se alternar que a narrativa se mostra uma bagunça completa.
Os atos são desconexos e mal executados, como se lógica e a coerência estivessem em último lugar na lista de prioridades do diretor, assim como escrever um roteiro original. A história, que é completamente carente de detalhes para explicar como ou porquê determinados eventos acontecem, tenta te convencer o tempo todo de que vai tomar um rumo inovador, mas tudo é como em todos os outros filmes de assassino de aluguel. O que é mais importante para o roteiro é conseguir o máximo de cenas de morte possível, mesmo que todos aqueles tiroteios não façam sentido. Tudo o que poderia acrescentar complexidade e emoção à história se perde no meio do caminho por causa de um roteiro medíocre e atuações caricatas.
Apesar disso tudo, o desempenho da maior parte do elenco é quase razoável. Entretanto, os poucos diálogos presentes no longa dificultam pensar no enredo como algo que valeria a pena ser contado. Os sotaques romenos são falsos, quase incompreensíveis e tornam a história ainda menos impressionante. Luke Goss parece se destacar como protagonista apenas pelo fato do papel exigir pouco dele.
Aspectos técnicos e temática
Além da execução da história ser totalmente terrível, a produção do longa também é problemática. Uma sequência de cenas de ação que precisava de um pouco mais de atenção da equipe de coreográfos. Trilha sonora tão alta que cobria até os diálogos mais insignficantes e má qualidade da engenharia de som torna quase impossível assistir o filme no idioma original. Ainda assim, a trilha sonora parece ser o único acerto do longa-metragem. É um instrumental típico de filme de ação que consegue adicionar camadas de tensão e suspense nas cenas, até nas mais fracas.
Sob o mesmo ponto de vista, a cinematografia se mostra pobre e incapaz de dar vida a ideia do diretor. A estética visual como um todo e até mesmo o movimento de câmera não são atrantes ou eficazes para a narrativa. Bem como os movimentos da camêra, excessivamente trêmulos. Se o intuito era contribuir para a narrativa adicionando dinamismo as cenas, então, pode-se dizer que o objetivo não foi alcançado. A edição é confusa e as transições são mal elaboradas, não existe fluidez entre as cenas.
Vale a pena assistir “Entrevista com Hitman”?
Se você for um real aficionado por filmes de ação de qualidade duvidosa, talvez esse seja um filme que você precise assistir. Porque, por mais que o enredo caia em um abismo cheio de clichês e as narrativas sejam desorganizadas, o esforço final do diretor para criar uma história intrigante e conectar as todas tramas tem seu mérito. No entanto, se você busca uma experiencia cinematográfica mais elaborada e com menos mortes sem sentido, talvez este não seja a melhor escolha.
Para mais textos e notícias do universo geek sigam o GeekPop News no Instagram e Facebook.