Escola de Quebrada é um daqueles filmes que você pode assistir quando chega em casa cansado, e precisa ter um divertimento sem compromisso. Segunda produção cinematográfica da divisão de estúdios da Paramount produzido no Brasil e assinado por Kondzilla.

O filme contará a história de Luan (Mauricio Sasi), um jovem estudante de escola pública da Zona Leste de São Paulo que, cansado de sempre ser excluído dos grupinhos e, principalmente, ser invisível aos olhos de Camila (Laura Castro), quer ser respeitado e popular. Mas nesse universo, essa missão não parece ser tão simples.

Na tentativa de fazer parte de algum grupo, Luan consegue ter a inimizade de todos e até coloca em risco o amado campeonato de futsal da escola. Para fugir dessa bagunça, ele vai precisar da ajuda de seus amigos Rayane (Bea Oliveira) e David (Lucas Righi). Juntos, eles encontram uma maneira de salvar o campeonato e obter a tão desejada atenção de Camila. Ou pelo menos é o que Luan pensa.

Filme retrata realidade sem estereotipo

Pra começar quero começar destacando como foi importante a criação de Kaique Alves e direção de Alves e Thiago Eva não estereotiparem os personagens desse longa. Esse detalhe é fundamental para entender como funciona a vida nas quebradas do Brasil.

Nós nos acostumamos a assistir filmes colegiais americanos, com todos aqueles clichês e nos acostumamos com uma realidade que não é a nossa. Em Escola da Quebrada é muito fácil se familiarizar com algumas situações. O zelador mandão, a diretora linha dura, o grupo das garotas populares, o grupo dos garotos populares, dos que jogam futebol, dos mais velhos e claro, dos nerds.

A grande sacada aqui é a roupagem. O uso das gírias, das roupas, dos tênis, dos cabelos, tudo como a garotada da quebrada gosta de mostrar. Além disso, também é um filme que quebra um preconceito de que filme na favela ou tem sangue, ou tem crime ou tem desastre.

Um outro estereotipo quebrado é da família da favela, que por várias vezes é sempre de família desestruturada ou em situação de vulnerabilidade social. Kaique faz questão de quebrar esse modelo arquétipo.

Filme se inspira em comédias de sucesso mas sem perder sua personalidade

Kaique Alves não esconde. O filme tem inspirações bem profundas em “Todo Mundo Odeia o Cris”, série que conta a história de Chris Rock na sua infância. A quebra da quarta parede, o personagem principal narrar sua própria vida e sua rotina, além das situações quase que inacreditáveis que acontece com eles.

Mas isso não define o filme, que cria sua própria personalidade, agrada e fideliza. A história é tão bem amarrada e cativa tanto, que precisaria ter mais episódios, caso fosse uma série.

Grande parte dessa sensação vem do cativante elenco. Mauricio Sasi, Bea Oliveira, Lucas Righi eL aura Castro, os jovens principais, arrasaram em seus papeis. A sintonia deles em tela demonstra o cuidado que a produção teve com treinamento de elenco.

Por fim, preciso dizer que esse tipo de filme precisa ser cada dia mais comum, filmes que tratam da vida como ela é. Compreendendo a realidade das nossas cidades, das vidas das pessoas comum. Para que todos possam se enxergar na tela, não somente a elite.