Aviso! Iremos fazer comparações ao filme anterior, isso não somente é necessário como é muito necessário. Feito este aviso, podemos começar a falar de Esquadrão Suicida com direção de James Gunn. James, para os mais íntimos foi o diretor de Guardiões da Galáxia da Marvel, e fez um trabalho muito interessante na construção do filme e agora faz um trabalho mais interessante ainda na DC.

O governo envia os supervilões mais perigosos do mundo para a remota ilha de Corto Maltese, repleta de inimigos. Armados com armas de alta tecnologia, eles viajam pela selva perigosa em uma missão de busca e destruição com o Coronel Rick Flag.

Com um final bem inusitado Esquadrão Suicida 2021 consegue dar uma amostra do que podemos esperar nos próximos filmes da franquia e da própria DC. Você pode estar estranhando começar a crítica falando do final, mas essa é uma característica do filme que chama atenção, a mudança temporal em que primeiro se apresentam os resultados e depois se apresentam os meios. James conseguiu dar a esse filme um ritmo bem diferente do antecessor, mais dinâmico e menos arrastado, mas pagou um preço alto ao deixar o filme rápido demais e com explicações de menos.

Foto Credito: Courtesy of Warner Bros. Pictures/™ & © DC Comics

Novos vilões são apresentados logo no começo, mas dica de amigo, não se apegue a eles, alguns não irão durar muito tempo (e não, isso não é spoiller). O curioso é que se desperdiça algum tempo fazendo essa manobra, que apesar de ser justificada pela maneira como a Amanda Waller constrói a estratégia de luta não adiciona nenhum sentimento ao filme. Porém, alguns velhos amigos voltam com tudo, o caso de Rick Flag e Alerquina, que juntamente com Waller são remanescentes do primeiro filme, e tem papel importante na construção desse novo grupo. Um personagem muito subutilizado é O Pensador, que não passa de um mero coadjuvante em uma história que ele é super importante, inclusive, ele não agrega muito na solução dos problemas criados por ele mesmo.

O elenco é talvez o ponto mais alto do novo esquadrão, com Idris Elba a frente do grupo que ainda conta com John Cena, Daniela Melchior, Alice Braga, David Dastmalchian, Peter Capaldi e Juan Diego Botto, além de vários outros atores. Curioso caso de vários atores que fizeram parte de algum filme da Marvel, como Sean Gunn e Michael Rooker que fizeram parte de Guardiões da galáxia.

O filme é muito interessante, apresenta uma nova maneira de fazer vilões parecerem mocinhos, mas peca ao não conseguir dar solidez a história, deixando muitas pontas soltas e várias perguntas sem respostas. O coração da história fica muito vago, não tendo nenhuma indicação dos motivos que levaram a situação que chegou e nem mesmo a motivação que levou Waller a mandar um grupo altamente perigoso para uma missão que apesar dela dizer ser primordial no fim se revela totalmente irrelevante. Uma das cenas mais interessantes do filme, na luta entre Idris e John, não se justifica pelos motivos apresentados, uma vez que eles deveriam proteger uma informação sigilosa que no minuto seguinte é exposta ao mundo pela mídia. O mundo conheceu o vilão que era pra ser escondido e eliminado, e o pior é que fica por isso mesmo.

Esquadrão Suicida é hilário, sanguinário e intenso, consegue levar o espectador ao delírio em cenas incríveis e bem construídas, ao mesmo tempo que consegue tirar as melhores gargalhadas com tiradas bem inteligentes e atuais. Não consegue criar uma história incrível nem mesmo uma narrativa importante que será lembrada após vários anos, mas definitivamente é muito melhor que sua versão anterior.