O filme “Falling: Ainda há tempo” marca o início da carreira de Viggo Mortensen como diretor e roteirista no cinema. Conhecido por seus personagens em longas de sucesso, como: O Senhor dos anéis, Green Book: O guia, Capitão Fantástico e outros, o mesmo conseguiu surpreender a todos ao dirigir, interpretar e atuar em sua própria produção.
A trama, que aborda os dois opostos de uma sociedade, se passa em dois períodos de tempo (passado e presente). Acompanhando a história de Wills (Lance Henriksen), que devido a problemas de saúde vai morar com o seu filho John (Viggo Mortensen) e seu marido Eric (Terry Chen). E ao mesmo tempo, se inicia todas as inúmeras cenas de xingamentos, insultos e ofensas, revelando um contexto, polêmico, mas também realista demais aos espectadores.
O enredo
A história retrata o preconceito em um contexto geral, desde a homofobia até o machismo de homens rudes e o preconceito aos estrangeiros. Infelizmente não podemos afirmar que não faça parte da nossa sociedade atual, camuflados de conservadorismo e opinião própria. E são os inúmeros xingamentos, insultos e olhares julgadores de Will que revelam uma sociedade preconceituosa e sem respeito, que transforma ofensas, como: “fadinha”, “bicha”, “criolo” e “prostituta” como parte de um vocabulário agressor.
E a mensagem?
Mas, devemos aqui ressaltar o respeito, compaixão e honra que John exerce para com o seu pai. E que apesar das diversas agressões físicas, verbais e psicológicas sofridas, o mesmo em momento nenhum deixou de se importar, cuidar e respeitar Wills. Contudo, isso se acrescenta a todos os personagens insultados por Wills na trama, gerando uma certa esperança, ao espectador de que ainda existe bondade, respeito e cuidado em meio a uma sociedade corrompida.
Mas outro ponto interessante é a ideia de que pessoas machucadas tem total capacidade de serem felizes. Assim como pessoas de famílias desestruturadas conseguem construir e ter uma família. Por exemplo, a família de John e Eric que transmite o resultado desta ideia. Sendo assim, todos têm o direito de ser respeitado e de construir uma família. Independente da cor, raça, gênero, sexualidade ou crença de uma pessoa.
E o cenário
Sem dúvida nenhuma, os cenários e fotografias do filme conseguem fascinar e marcar o espectador. Com imagens paradisíacas e realistas, de tirar o fôlego, foi a grande responsável por tornar o longa em uma verdadeira obra de arte.
Sendo assim, a trama tinha potencial para melhorar. Deixando a desejar em certas situações, mas não podemos negar que o intuito principal da produção era trazer esses assuntos à tona e a ideia de que todos têm a chance de se redimir de seus erros, independente da idade. Além disso, todos têm o direito de serem respeitados, independente de suas escolhas ou opções, o que foi muito bem retratado.