Assistimos ao novo filme A Estrela Cadente, que conta com a direção de Dominique Abel e Fiona Gordon. Com a distribuição pela Pandora Filmes, o filme francês ainda conta com a dupla de diretores como protagonistas, além de Kaori Ito e Philippe Martz também estão escalados no elenco. Assim, prometendo muita comédia e suspense, o longa estreia em 16 de maio nos cinemas.
Em A Estrela Cadente, o público acompanha Boris (Dominique Abel), um ex-ativista que está como fugitivo há quase 35 anos. Atualmente escondido e trabalhando em um bar chamado Estrela Cadente. Contudo, sua vida muda completamente quando um estranho com prótese robótica entra armado no bar e o ameaça, querendo vingança. Confira o trailer abaixo:
Com 98 minutos de duração, resta a dúvida: será que A Estrela Cadente é de fato uma estrela? Ou será que é um filme cadente? Afinal, A Estrela Cadente é bom?
Um filme (não tão) completo
Sem muitas delongas, é inegável: a parte técnica de A Estrela Cadente é brilhante. A fotografia possui enquadramentos e planos poéticos, cenas nas quais as cores falam em meio ao silêncio. São jogadas com cores, contrastes, montagem de cenas. Enfim, entre tons e tons, quadros e quadros, o conjunto tem um significado poético e se dialoga com os acontecimentos. Ou melhor, cada elemento que compõe a cena, é um acerto.
E a trilha sonora não fica atrás. O público se deparará com um cuidado especial com a edição de som, com a trilha sonora em si. São aspectos do audiovisual que se encontram, se conversam e crescem, alimentando a experiência de assistir ao filme.
A direção colabora muito com os acertos do longa. Isso é inquestionável. Aliás, toda a noção de enquadramento e montagem de cenas, ou como o áudio e o visual se conversam tão bem, tudo isso se deve a boa visão da direção.
Portanto, o longa teria tudo para ser um sucesso. Porém, esquece de um pequeno fator: construir uma história.
Uma estrela que esqueceu de brilhar
Como já dito, o filme A Estrela Cadente possui elementos técnicos de alta qualidade e isso é inquestionável. Contudo, na hora dessa estrela brilhar, ela esquece uma das principais bases de um filme: o roteiro.
A impressão é que o roteiro passa é que é uma história retirada do meio do filme, ao mesmo tempo, em que se mistura com cenas perdidas de outro filme. Em outras palavras, o roteiro é tão confuso e a narrativa se desenvolve tão perdidamente, são tantos furos que o certo seria chamar A Estrela de Cadente de peneira. São tantos furos nesta história, que todo o acerto técnico e da direção acaba se desvalorizando.
Claro, há alguns acertos, sim. As cenas cômicas conseguem ter um humor singular, apesar de não fazer muito sentido diante a história em si. Apesar que, se repensarmos, não condizer com a história deste filme, é um ponto positivo.
Afinal, vale a pena assistir ao filme A Estrela Cadente?
O longa francês consegue despertar uma experiência inusitada. Isso é, ele seria um filme completo e de alta qualidade, seja pela sua fotografia, edição de áudio ou todos os elementos que constroem a cena. Sem dúvidas, A Estrela Cadente tem pontos altos em questões mais complexas. Logo, o filme seria excelente. Bom, seria, se tivesse um roteiro.
O projeto de história que narra o longa é repleto de erros de continuidade, furos e mal desenvolvido. Então, no quesito trama, o longa erra muito. São tantos erros que atrapalham a experiência que seus acertos construiu com tanta excelência. Por fim, o que salva um pouco o roteiro, é o tom cômico: num clima meio besteirol, que tenta mirar um pouco no estilo de humor de Os Trapalhões ou Monty Python, por exemplo, porém, não com muito exito. Aliás, sua comédia, na verdade, acerta na sutileza das cenas.
Enfim, se você procura um filme com história, você definitivamente não vai querer assistir a A Estrela Cadente. Se você procura humor, vale mais a pena assistir a outros filmes, como os do Monty Python por si só. Dessa forma, A Estrela Cadente só é recomendável para quem quer apreciar a alta qualidade técnica do longa.
Em outras palavras, um filme que traz tudo, menos o principal: uma história.