O tão aguardado terceiro filme da franquia “Guardiões da Galáxia” finalmente chegou às telonas, trazendo de volta os heróis intergalácticos favoritos dos fãs.
Desta vez, eles se encontram em uma busca por estabilidade em Luganenhum, mas a aparente tranquilidade logo é abalada pelo passado turbulento de Rocket. Com a perda de Gamora ainda pesando em seu coração, Peter Quill lidera a equipe em uma missão arriscada para salvar um amigo e, consequentemente, o futuro dos Guardiões. Com uma trilha sonora incrível e o humor característico da franquia, “Guardiões da Galáxia Vol. 3” promete ser mais um sucesso de bilheteria e cativar os fãs do universo cinematográfico da Marvel.
Não é novidade para ninguém que a fase 4 do MCU gerou uma divisão entre os fãs da empresa, isso porque a qualidade técnica dos filmes e o rumo das histórias tem indo para um caminho bem diferente de tudo já construído por eles até então. Mas então, como Guardiões da Galáxia Vol. 3 se difere tanto assim e mostra uma melhora pra fase 5?
Redenção da Marvel ou dedicação para dar um final digno aos personagens?
Com um ritmo muito mais fluido e um roteiro muito mais amarrado, o novo filme dos guardiões consegue evoluir dentro da história, sem perder a essência. E qual é essa essência? Humor ácido, trilha sonora impecável e personagens carismáticos e cativantes. Nesse novo capitulo da história dos heróis vemos um pouco a mais dos até então coadjuvantes. Podemos conhecer mais de Drax e Mantis, podemos nos aproximar mais de Nebulosa, e claro, finalmente iremos conhecer o passado e a história de Rocket.
Inclusive, a amarração da história de Rocket ao grupo é muito bem construída. O sofrimento dele ao ser transformado em arma, separado de seus amigos e de sua espécie, tudo isso se encaixa com a evolução do personagem dentro do MCU.
A sutileza nos detalhes, principalmente nos diálogos, contribuem para que o filme seja intenso e profundo, mesmo em momentos de pura baboseira. Pois a baboseira é como uma segunda língua desse grupo, que se comunica por piadas, ofensas e xingamentos. Mas nada disso passa despercebido aqui, e até mesmo os mais profundos xingamentos ganham sentido. É algo que os filmes anteriores a esse, como Thor e Homem Formiga, não conseguiram.
Nesse filme o espectador conseguirá se conectar aos personagens, as suas histórias, consegue se emocionar e criar vínculos. Outro ponto de acerto aqui é especialmente nas piadinhas que ficaram tão populares nos filmes da Marvel. Uma reclamação recorrente de críticos e público, James Gunn consegue dosar muito bem. Aqui temos risadas honestas e sorrisos fáceis, em muitos momentos o alivio cômico é genuíno, nos momentos certos, dando chance do espectador rir e chorar quando necessário. Esse é talvez o maior acerto desse longa.
Gamora e Peter … Como o filme lida com isso?
A perda de Gamora ainda é uma ferida aberta no coração de Peter Quill, e isso fica evidente em “Guardiões da Galáxia Vol. 3”. O personagem interpretado por Chris Pratt não consegue superar a dor de ter perdido a amada, e isso afeta seu relacionamento com os demais Guardiões.
No entanto, é a iminente perda de seu amigo Rocket que faz Peter refletir sobre a importância das pessoas em sua vida e da necessidade de não perdê-las. Essa redenção do personagem é uma das grandes emoções do filme, que leva o espectador a se envolver cada vez mais com a história dos personagens.
Essa parte da história, apesar de ser repetitiva, é necessária para dar o devido fim a um arco muito maior. Vale lembrar que Gamora foi morta por Thanos no filme “Vingadores: Guerra Infinita” de 2018, e isso quase fez com que tudo desse errado para os Vingadores. Desde então, esse fantasma assombra Peter, já que uma outra versão da Gamora do passado acaba se juntando à equipe.
Efeitos de CGI melhoraram, roteiro melhorou, atuações melhoraram, será que Guardiões é a virada de página que a Marvel precisava pra esse momento?
O filme realmente apresenta melhorias significativas nos efeitos de CGI, roteiro e atuações em relação aos filmes anteriores da franquia. Com James Gunn na direção, é possível notar um cuidado especial na construção dos personagens e nas relações entre eles, tornando a história mais envolvente e emocionante.
Além disso, os efeitos de CGI estão ainda mais impressionantes, oferecendo cenas de ação e visualmente espetaculares. No caso de “Guardiões da Galáxia Vol. 3”, destaca-se o cuidado com o uso de cores vibrantes e lentes especiais para diferentes ambientes, que ajudam a criar uma atmosfera imersiva e única, valorizando ainda mais a obra cinematográfica. As atuações dos atores também merecem destaque, com cada um trazendo ainda mais profundidade e nuance para seus respectivos personagens.
Além disso, a trilha sonora é impecável. É talvez uma das melhores dos filmes de heróis até o momento. E claro, isso é mérito do Gunn, que valoriza isso e coloca as músicas antigas como um personagem à parte.
Falando das atuações, é impossível não citar David Bautista, no papel de Drax. Que sinceramente eleva sua participação a um nível ainda não explorado. Não é segredo que Bautista é um ator versátil, que apesar de vir do Wresteling, se deu muito bem na atuação de filmes. E Drax é um personagem icônico e que marca seu lugar na história da trilogia.
Adam Worlock tem papel ainda sem sal … mas é uma boa introdução.
Adam Warlock (Will Poulter) é um personagem dos quadrinhos da Marvel Comics que está intimamente ligado aos Guardiões da Galáxia. Ele foi mencionado brevemente no final de “Guardiões da Galáxia Vol. 2” como parte de uma cena pós-créditos. Nos quadrinhos, Adam Warlock é um ser artificial criado como um experimento genético para ser a arma perfeita, mas que acaba se rebelando contra seus criadores e se tornando um defensor do universo. Minha grande dúvida em relação ao filme se dá justamente ao Adam. Não consegue sentir uma relação com o personagem no filme, que parece correr paralelo a tudo, para somente ser introduzido ao universo. Se for esse o caso, funciona. Mas se não, então é um problema profundo do roteiro.
Com tudo isso, “Guardiões da Galáxia Vol. 3” se mostra uma virada de página para a Marvel, elevando ainda mais a qualidade dos filmes de super-heróis.