O primeiro filme da franquia Halloween foi lançado a mais de 40 anos, em 1978 pra ser mais exato e se tornou um ícone do gênero de terror ao lado de Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo, e outros. Criado por John Carpenter e Debra Hill, a franquia conta com mais de 10 filmes, sendo dois remakes e um reboot e agora ganha uma nova história pra contar.
Laurie Strode acredita que enfim venceu a luta contra Michael Myers, mas é surpreendida pelo seu retorno. Determinada a pôr um ponto final em seus ataques, ela e outros sobreviventes decidem enfrentá-lo e acabar com o ciclo de uma vez por todas.
O filme de 2018 foi um sucesso de bilheteria no mundo todo, mesmo sendo pisoteado pela crítica especializada. Fato é que a maioria das pessoas que assistiram não conhecem os clássicos da década de 70, e assim, de fato o filme agrada por ser um terror frio, sanguinário e até certo ponto moderno. Porém, considerando que ele é uma ligação direta ao filme de 78, desagrada por não trazer um construção mais sólida dos fatos presentes. E sem surpresa alguma o filme de 2021 comete os mesmos erros e deixa a desejar em vários quesitos.
Jamie Lee Curtis é um ícone do cinema, principalmente dentro dessa franquia, e se no filme de 2018 ela parecia uma senhora idosa e forçadamente ter que se tornar uma assassina, agora, ela é totalmente descartada pela direção e desperdiçada em uma narrativa que não se sustenta. Essa narrativa é a revolta da população de Haddonfield, cidade natal dos assassinatos, e que em nome de defender Laurie (personagem de Lee Curtis) montam grupos de extermínio à fim de matar Michael Myers. Até certo ponto a ideia é boa, principalmente quando questiona o efeito manada em cima de Fake News, mas não funciona de fato na construção do filme. Tirando as cenas de perseguição, de pancadaria e de injustiça com as próprias mãos, em nada acrescenta a história.
Outro ponto que decepciona é a ideia de retornar com personagens clássicos, figuras importantes do filme original, como o Frank Hawkins, policial importante para a história do Mike e da Laurie e que é totalmente desperdiçado e subutilizado agora. Sem contar os personagens que tiveram contatos trágicos com Michael Myers, como a Marion, os irmãos Tommy e Lindsey, Lonnie, e claro o policial Breckett. Essa ideia funciona muito bem nos primeiros 10 minutos de filme, quando temos uma volta no tempo em forma de flashbacks mostrando os fatos daquela noite fatídica em Haddonfield, à partir dai é uma sucessão de erros e construções desastrosas e sem sentido, com planos incrivelmente imbecis para tentar matar o serial Killer. Obviamente é essa parte que justifica tanto ódio e rancor por parte das pessoas da cidade com as mortes de Michael.
O que mais irrita em Halloween Kills é abusar da boa vontade do espectador, já que desperdiça vários personagens que poderia dar um gás a mais no longa, e principalmente por usar esse como base para um terceiro filme em 2022, dando ao público um final sem sentido, corrido, incrivelmente mentiroso e um final tosco, somente para que “o mal não morra … ainda” e garanta um terceiro filme pra franquia. É um anticlímax total quando ao final você percebe que todo o filme acontece em cerca de 3 a 4 horas, e não serve pra absolutamente nada.