“Hellboy e o Homem Torto” é a mais nova tentativa de reboot do Hellboy nos cinemas, mas será que ele conseguiu ser um bom filme? Tentaremos responder isso, na nossa crítica.

Depois de 05 anos, desde a última tentativa de rebootar a franquia, “Hellboy e o Homem Torto” traz o nosso querido Vermelhão em uma nova aventura numa América rural e cheia de bruxas. Um ponto interessante desse nova longa, é a participação do criador de Hellboy, Mike Mignola, em sua produção, algo que ele também fez no filme de 2019.

Assim, nessa nova aventura acompanhamos Hellboy (Jack Kesy), à agente Bobbie Jo Song (Adeline Rudolph) e a Tom Ferrell (Jefferson White) descobrir o que está acontecendo e resolver o mistério envolvendo o Homem-Torto. Apesar disso, o filme tem diversos problemas, que fazem ele ter problemas piores que o último filme teve.

Entre as promessas e a superficialidade

Homem-Torto
Imagem: Millennium Media

O filme tenta a todo custo mostrar que esse é um novo começo para o Hellboy, visto que o filme anterior não conseguiu alcançar um certo sucesso e garantir um continuação. Então, o que aconteceria nesse momento era esperar uns anos até ter uma nova tentativa de reviver a franquia. Porém, o reboot veio mais cedo que o esperado e prometia ser um novo início para essa franquia, adaptando uma das clássicas histórias do personagem.

Um dos grandes problemas desse filme é o roteiro, por diversas vezes confuso e em outras perdido em suas próprias explicações. Sendo assim, o que o roteiro tenta fazer é contar coisas demais, quando deveria focar nos pontos apresentados inicialmente. Assim, em menos de 40 minutos de filmes vemos diversos plot abertos e que, no final, serão fechados de forma rápida e sem muita coerência.

Além disso, os personagens são outro ponto negativo desse filme. Eles são interessantes e, com certeza, poderiam ser melhores trabalhados na duração 1h e 40 minutos do longa. Tirando o trio principal, Hellboy, agente Bobbie Jo Song e Tom Ferrell, os outros são apenas muletas e possuem funções especificas no filme. Ou seja, quando a história não precisa mais deles, os personagens acabam sendo descartados e logo esquecidos, não tem peso e nem significado quando eles deixam a história.

Por fim, a montagem e o ritmo de “Hellboy e o Homem Torto” são estranha e não lembram ser de um filme. O longa não define como vai seguir e em sua duração, do começo ao fim, o filme apresenta cortes de cenas estranhos. Ao longo de 1h e 40 minutos, a sensação que “Hellboy e o Homem Torto” passa é de ser um episódio piloto de uma série, focada nos primeiros anos do Vermelhão. Isso quando o filme não coloca insert dos itens mágicos que aparecem no filme, uns tem explicações e outros, o filme esquece de se aprofundar.

Entre os acertos e a originalidade

Hellboy
Imagem: Millennium Media

Nem só de pontos negativos e errosHellboy e o Homem Torto” é feito, o longa apresenta uma certa originalidade e essência que o faz único. Então, em comparações aos outros 3 filmes anteriores, esse resolveu apostar em dos lados que nenhum quis, o terror do universo Hellboy. Evitando ir para o lado super-heróico e indo para algo mais low profile, focando em um local isolado, com vilão interessante.

O design das criaturas e a caracterização dos personagens, conseguem criar a ambientação necessária para um local distante e afastado da sociedade. Além disso, o filme consegue trabalhar bem com as cenas que necessitam um foco ao terror. Os acertos de “Hellboy e o Homem Torto” são competentes e entregam boas sequências, mas mesmo assim, os pontos negativos são mais discrepantes e se destacam no filme. Dito tudo isso, o filme prometia muito, tinha toda a originalidade, essência de primeiros dias do personagem e hype gerado em cima dele, para no final entregar um filme qualquer coisa.

Vale a pena?

Hellboy
Imagem: Millennium Media

Essa pergunta vai ser difícil de responder, já que como filme “Hellboy e o Homem Torto“, não é tão competente e falha muito. Mas, se fosse um episódio piloto de uma série focada no Hellboy, com certeza, seria melhor aceito pelo público. Existem muitos pontos bons, abordados ao decorrer do filme, mas que não se fecham e ficam em aberto. Porém, isso é um filme e não tem como isso acontecer, caso o projeto não receba um continuação.

Outra coisa, que pode ser um problema para aqueles que forem assistir “Hellboy e o Homem Torto“, claramente não é um filme do Hellboy. A história funcionaria do mesmo jeito que aconteceu, com ou sem a presença do personagem, algo estranho já que o longa leva o nome dele. A história da mais foco na jornada e conflitos de Tom Ferrell, basicamente, tanto Hellboy e Jo só estão envolvidos nessa bagunça, porque o roteiro quis. Sem eles, a história seguiria do mesmo jeito, já que as ameaças criadas para ter a necessidade do Hellboy, são facilmente vencidas sem grandes auxílios dele.

Hellboy e o Homem Torto” é um filme complicado, que prometeu tanto e no final entregou pouco, ou quase nada. A experiência tirada daqui, é que o filme funcionaria melhor como episódio piloto de uma série do Hellboy, as ideias abordadas são interessantes, mas mal conduzidas. O filme acaba tendo uma sensação agridoce e que só o futuro dirá se as ideias iniciadas aqui serviram de algo na franquia do personagem.

Lembrando que “Hellboy e o Homem Torto” estreia nos cinemas brasileiros no dia 26 de setembro.