Um filme para os amantes dos quadrinhos, principalmente para quem lê em papel. Preocupação com os mínimos detalhes, desde as cores até a textura fazem de Homem Aranha: No Aranhaverso um legitimo filme baseado em quadrinhos como a muito não se via.

Miles Morales é um jovem negro do Brooklyn que se tornou o Homem-Aranha inspirado no legado de Peter Parker, já falecido. Entretanto, ao visitar o túmulo de seu ídolo em uma noite chuvosa, ele é surpreendido com a presença do próprio Peter, vestindo o traje do herói aracnídeo sob um sobretudo. A surpresa fica ainda maior quando Miles descobre que ele veio de uma dimensão paralela, assim como outras variações do Homem-Aranha.

Aranhaverso?!

Imagine um universo com não somente um homem aranha mas vários dele, cada um de uma terra diferente, de um tempo diferente, mas todos com o mesmo espirito heroico e divertido. Homem Aranha: No Aranhaverso é um refresh em tudo que conhecemos dos filmes do omaranha, que já teve vários Peter Parkers na telona, com Tobey Miguire, Andrew Garfield e agora Tom Holland. Agora é a vez de Miles Morales, um adolescente apaixonado por arte, por musica, pelo seu tio e pelo seu jeito de ser.

aranhaverso

Se tem uma coisa que chama a atenção nessa animação são os detalhes, a textura do desenho, as cores usadas, o traço, tudo ficou perfeitamente encaixado, dando a sensação real de estarmos assistindo a um quadrinho em movimento, com direito a mudança de página, balões de dialogo e onomatopeias. A dublagem original também ficou excelente, Miles é dublado por Shameik Moore, ator e rapper americano e conseguiu deixar sua marca em mais uma versão do Homem Aranha.

Jake Johnson é Peter Parker, de uma outra realidade, Haille Steinfeld, que estará em cartaz com dois filmes, Bumblebee e Aranhaverso faz a voz de Spider-Gwen, Liev Schreiber é o Rei do Crime, e o ganhador do Oscar Mahershala Ali é Aaron Davis. Além disso o veterano Nicolas Cage faz a versão Black and White do homem aranha e John Mulaney é Spider-Ham, o porco aranha. Várias personalidades diferentes para definir o mesmo super herói, foi a grande sacada de Aranhaverso, que dessa forma consegue mostrar várias facetas do herói que todo mundo ama, mostrando diversas realidades trabalhadas nos quadrinhos.

História sem rodeios

A animação dirigida por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, mostra uma história sem rodeios, que mostra um Miles entrosando com a causa aranha desde o primeiro minuto de filme, e que rende várias inserções de lições importantes como é de praxe nos filmes do aranha. O fato de Miles substituir um Peter Parker pouco importa, já que o fato de um herói estar nascendo sobrepõe rapidamente o herói deposto em batalha. Vale lembrar que neste filme vemos a ultima participação de Stan Lee, e não somente uma participação simples como era de se esperar, ele participa ativamente dando conselhos a Miles, uma bela maneira de homenagear o pai e criador de tudo isso.

Mesmo sendo um filme 100% digital, Homem Aranha: No Aranhaverso cumpre um papel importante na nova era Marvel, talvez para mostrar que estão acompanhando as necessidades e anseios dos fãs, mas também para mostrar que são versáteis e que podem fazer o mesmo sucesso do MCU em outros formatos.