Nesta sexta-feira (07), chegou ao Disney+ o novo especial de Halloween da Marvel Studios: Lobisomem na Noite.
Com um pouco mais de 1 hora de duração, o especial trata de um evento único em que são reunidos diversos caçadores de monstros com um desafio em comum: matar uma criatura a solta. Aquele que o fizer, terá o direito de herdar a Pedra de Sangue, um artefato místico que dá poderes especiais ao seu portador.
A obra conta com a direção de seu criador Michael Giacchino, o compositor responsável pela trilha sonora de alguns famosos longas, como Homem Aranha: No Way Home e Up: Altas Aventuras e agora assume a cadeira de diretor do projeto.
Mas será que o novo especial de Dia das Bruxas é bom? Ou apenas um pesadelo? Confira:
Lua Cheia em Preto e Branco
Uma das primeiras coisas a se notar com o novo longa refere-se a suas características de produção.
O filme retrata com muita qualidade efeitos monocromáticos e outros efeitos visuais de clássicos do terror dos anos 30 e 40, como Drácula (1931), Frankenstein (1931) O Lobisomem (1941).
Enfim, os clássicos de monstros, nos quais efeitos práticos são muito bem-vindos.
No entanto, Lobisomem na Noite ainda consegue inovar ao trazer também efeitos especiais e o CGI de modo a serem adaptados ao formato antigo. Outro detalhe está na forma como a produção conseguiu trazer os efeitos de câmera antiga, onde filmagens apresentam aquele borrão queimado, sabe?
Quanto a sonoridade do filme, não tem erro: a trilha sonora é outra homenagem ao que está sendo construído aqui, sabendo criar uma tensão com tons fortes e enaltecendo o bizarro entre as cenas.
Uma história de caçadores
A trama de Lobisomem na Noite tem autoconsciência de seu tempo e de como se segue.
Desse modo, portanto, trata-se de uma história linear e simples, com suas devidas reviravoltas, enquanto sabe aproveitar cada um de seus segundos.
Além disso, a trama também apresenta vários personagens secundários, mas não perde tempo em querer se aprofundar neles. E isso não é um defeito, pelo contrário: não há razão em se aprofundar nestes pois suas histórias não refletem na atual. Portanto, apesar da curiosidade quanto cada um deles, contar suas histórias ocasionaria em uma confusão maior para trama, a qual viria a perder sua objetividade singular e linear.
Outro ponto que a direção de Giacchino acerta está na coexistência e com dependência da trama com sua trilha sonora.
Em outras palavras, a trilha sonora funciona aqui como um narrador e uma ponte com o público. Batidas graves e rítmicas em momentos de tensão chamam a atenção do espectador a ouvir seu próprio batimento do coração acompanhando a música.
Um filme de terror da Marvel?
Quando anunciaram Lobisomem na Noite, surgiram muitas especulações entre fãs, jornalistas e até de insiders afirmando que este seria um projeto voltado ao gênero terror.
Bem, se você está procurando um terror mais pesado, com direito a não conseguir dormir depois, algo a lá “O Chamado”(2003), O Exorcista (1974), então já se prepare pois este não é seu filme.
Lobisomem na Noite apesar de conter características do gênero, ele mais o homenageia do que de fato embarca no estilo em si.
Ok, o filme tem constantemente elementos do terror: tensão, suspense, jumpscare e até um leve apelo para o gore.
No entanto, todo o clima de terror se quebra com o ar cômico bem introduzido. Isso pode soar não tão bom, mas na prática é um acerto: fica mais apto para o público mergulhar na história, sem contar que as devidas alterações de clima promovem maior possibilidade para o “próximo susto”, por assim dizer.
Esse elemento chega a lembrar um pouco as obras e adaptações do próprio Stephen King, como em It: A Coisa (2017) ou A Janela Secreta (2004), em que o humor funciona e se encaixa bem a narrativa, quebrando assim com a tensão, humanizando a trama e deixando o espectador novamente à espera do que virá a seguir.
Por fim, o especial da Marvel pode ser visto como um terror, mas não algo tão tenso, apresentando oscilações inteligentes da tensão para o cômico.
Lobisomem na Noite: Vale a pena?
A nova produção da Marvel Studios apresenta uma digna homenagem aos clássicos do terror, sendo bem servida para o mês do Halloween.
A direção de Michael Giacchino entende o que está fazendo ao conciliar muito bem a parte técnica com o desenvolvimento da obra, ao mesmo tempo em que relembra características dos clássicos.
Ainda, é interessante que entre momentos de tensão e medo, ainda há um espaço bem aproveitado e não cansativo para o humor, o qual deixa claro que, apesar do estilo, a fórmula Marvel ainda está aqui, porém, renovada ou adaptada.
Já o fanservice também é bem servido, uma vez que traz aos fãs da Marvel elementos e personagens bem característicos da editora, com direito ao gostinho de quero mais no final.
Por fim, Lobisomem na Noite pode ser visto como uma das melhores obras da Marvel para o ano, pelo menos, até o presente momento.
Ficou curioso? Lobisomem na Noite já está disponível na Disney+! Agora, dê uma olhadinha no trailer dele abaixo:
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