Com Billy Eichner e Luke Macfarlane, Mais que Amigos traz uma nova visão do mundo LGBTQIA+ na perspectiva do amor. Mais precisadamente, dos desafios em começar a se relacionar, em uma busca para além do relacionamento casual e sexual. Sendo assim, há diferenças nos desafios em encontrar o amor? Ou ainda, e até um pouco mais polêmico: há diferença no tipo de humor para héteros e gays? São perguntas que surgem no longa e ecoam, dirigindo a trama por si só, ao mesmo tempo, em que resgata e homenageia a história da comunidade LGBTQIA+.
Antes de tudo, dirigido por Nicholas Stoller, Mais que Amigos acompanha Bobby (Billy Eichner), um homem cis e gay, podcaster, influencer e que sonha em inaugurar o primeiro grande museu LGBT+. No entanto, enquanto muitos acreditam que Bobby é um poço de autoconfiança e coragem, o protagonista tem um sério problema em se relacionar, principalmente por ter já desistido do amor.
Contudo, em meio ao inesperado, Bobby conhece Aaron (Luke Macfarlane), um advogado com uma visão bem diferente de mundo que a dele. A diferença de perspectivas faz com que Bobby repense sobre si e questione sobre o mais importante: há esperança para o amor?
Com duração de 1h55min, Mais que Amigos é um longa de comédia romântica e dramática lançado em 2022. O longa desafia esteriótipos de filmes sobre casais homoafetivos, ao mesmo tempo, em que propõem responder às perguntas, como as já ditas acima. Por fim, a dúvida mais gritante é: será que Mais que Amigos é bom?
Uma história de amor sobre não amar?
Em Mais que Amigos, a narrativa se desenvolve de maneira simples, linear, mas com uma certa originalidade. Isso é, por mais que seja uma comédia romântica e dramática, o longa sai muito das “mesmice“. A temática pode ser amizade colorida, mas como o longa elabora e se constrói, faz que a história se torne original.
Aliás, sua originalidade é um fato que pode espantar nos primeiros minutos do filme, devido a cenas de humor mais ácido ou mais chocantes. Ainda assim, por mais que choque em muitos momentos, o longa questiona os tipos de humor pelo mundo, e ainda entrega uma comédia que pode ser apreciada por vários públicos diferentes. Talvez não ao mesmo tempo, mas o filme ainda entrega diversos tipos de humor.
Entretanto, o filme consegue ir ainda mais além da comédia tradicional e traz uma discussão sutil sobre o que é amor e o que é amar? A fim de responder essa pergunta, o roteiro trabalha em conjunto aos atores, permitindo que a dupla principal se desenvolva, elabore a vulnerabilidade emocional e para, então, se entregarem. Logo, é um grande acerto da dupla Eichner e Macfarlane.
Para ser ainda mais justo, o roteiro traz diversas discussões em diferentes camadas, sejam algumas mais superfíciais, enquanto outras estão mais escondidas. Dessa forma, a direção ainda consegue construir os devidos questionamentos em doses equilibradas de sutileza ao apresentar as temáticas na própria cena em si.
Mais que Amigos, mais que um filme: uma história por trás de sua história
Por mais que haja muito humor, Mais que Amigos acerta bravamente ao entregar uma bela e reflexiva homenagem à própria história da comunidade LGBTQIA+. A referência vai além de diálogos, sendo representada em cenas com muito respeito.
Dessa forma, a direção em conjunto a equipe de fotografia consegue montar e captar os devidos momentos. Assim, realizando a construção de cenas que evocam as constantes lutas pelos direitos da comunidade, bem como, as dolorosas consequências que ocasionaram do preconceito.
Além disso, a cena traz reflexões para além da comunidade, abrindo espaço para o crescimento e aprofundamento de personagens, podendo até mesmo espelhar em seu público.
Logo, Mais que Amigos evoca respeito e homenagem à história do movimento LGBTQIA+, tornando-se este num grande acerto do roteiro, proporcionado pela união do diretor Nicholas Stoller e da visão do Billy Eichne.
Afinal, vale a pena assistir a Mais que Amigos?
Com muito humor e drama, a comédia romântica possui muitos acertos, principalmente quanto ao seu humor ácido e variado, o qual alcançará aos mais diversos telespectadores. Quanto a trama, a mesma é simples, mas cativante. Isso é: o enredo segue a premissa de amizade colorida (ou amigos com benefícios), o que pode soar como clichê para alguns. Contudo, a trama consegue ir além do clichê, abordando com ousadia temáticas mais profundas, ora com um tom mais dramático-reflexivo, ora com um humor mais inusitado.
Aliás, por falar em humor, é necessário ressaltar que ele varia e abrange diferentes tipos de comédia, seja algo mais ácido ou então mais extravagante. Acompanhando tal humor, algumas cenas podem ser mais “pesadas” para alguns públicos, como cenas de sexo, por exemplo. Não há o apelo ao gráfico em si ou restrito a menores de 18 anos, por assim dizer, mas há o implícito nas telas.
Por fim, Mais que Amigos é aquele filme bom para se assistir, dar algumas gargalhadas e se emocionar. Sim, ele é mais voltado ao público LGBTQIA+, porém, pode ser muito bem apreciado por todos os públicos com mais de 16 anos. Sendo assim, Mais que Amigos já está disponível na Prime Video e vale a pena ser assistido. Confira o trailer abaixo:
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