Basta ver Mel Gibson no cartaz que logo vem em mente que esse poderá ser um excelente filme, e é justamente sobre isso que essa crítica falará.

Roy Pulver é um ex-agente das forças especiais que se vê forçado a reviver o dia de sua morte inúmeras vezes. Ele acorda sendo perseguido por assassinos e, de uma forma ou de outra, acaba sempre morrendo no final. Enquanto luta para chegar ao fim do dia com vida, Roy descobre uma mensagem de sua ex-esposa revelando o envolvimento do cientista Ventor nesse ciclo mortal e percebe que a sua família também corre perigo.

Mate ou Morra é um filme de ação que conta a história de um soldado das forças especiais que vive um looping de um único dia da sua vida, o da sua morte. E isso não é segredo algum ou spoiller, o filme já começa nesse vai e vem de Roy acordando, narrando sua trajetória naquele dia e eventualmente morrendo. A temática não é novidade, se assemelha muito com o filme “Contra o tempo” com Jake Gyllenhaal, porém, com uma construção confusa. O ponto mais interessante do filme é justamente as cenas de ação com fundo cômico, de fato tiram muitas gargalhadas dos mais atentos.

Tudo funciona bem até o ponto em que se torna repetitivo demais, a ponto de quem está assistindo se perder totalmente na história. A explicação para o tal looping demora a chegar e com isso se perde muito da narrativa que acaba ficando sem sentido a medida em que o filme avança. O Diretor Joe Carnahan parece não se importar em focar nas cenas de ação gratuitas ao invés de focar na construção da narrativa.

O filme acerta ao escalar Frank Grillo para o papel principal, de fato ele consegue agradar aos olhos e entregar cenas de ação intensas e até mesmo engraçadas. Já a talentosa Naomi Watts é subutilizada e faz um papel tecnicamente importante para a narrativa mas se vê presa a um roteiro engessado e sem sal. Mas é impossível escrever uma crítica a um filme onde Mel Gibson esteja e falar mal dele. Pois bem, graças a Mate ou Morra isso será possível já que a estrela do cinema está longe de ser sequer um coadjuvante no filme. E não é por conta de sua atuação, que até em certa medida está dentro do que se espera dele, mas com um roteiro tão mal construído, Mate ou Morra desperdiça a oportunidade única de ser um grande filme com Gibson no elenco ao desprezar o potencial artístico dele em prol de um roteiro confuso e sem sentido, tão sem sentido que utilizada a temática videogame para narrar a história como se fosse um jogo.

Em certo momento do longa é introduzido de maneira aleatória o filho de Roy, e à partir desse ponto é que as coisas começam a fazer o mínimo de sentido. Mesmo utilizando de sentimentalismo e cenas de paternalismo emocionantes as cenas soam como clichês, os diálogos rasos e sem potencial emotivo que não geram o sentimento esperado, deixando o momento mais como uma justificativa para o tão esperado final.

Em linhas gerais o filme não agrega em nada ao gênero, utiliza de narrativas já utilizadas anteriormente tentando fazer algo novo mas caindo no abismo da mesmice, e sequer consegue ter um final descente. A decepção pode descrever melhor o sentimento de quem espera um bom filme para passar o tempo.

Direção
Joe Carnahan
Gêneros
AçãoSci-FiSuspense
Inadequações
Drogas Lícitas, Violência Extrema, Linguagem Imprópria
Duração
101 minutos