Matrix Resurrections” , o quarto filme da franquia Matrix, que foi divulgado não só como o retorno da franquia aos cinemas, mas como uma esperança para os fãs que esperaram mais de dezoito anos para rever Neo e Trinity.

Matrix é sem dúvidas uma das franquias que mais revolucionou o cinema mundial, se tornando um marco do cinema sci-fi. O primeiro filme lançado em 1999 aborda com perfeição a dualidade que o avanço tecnológico provocou na pessoas. De um lado a a expectativa de que a tecnologia facilitaria a vida das pessoas, e do outro as angústias que surgiam diante do que era diferente e inesperado.

Os filmes seguintes” Matrix Reload” e “Matrix Revolution” não tiveram o mesmo impacto inicial do primeiro. Entretanto conseguiram de alguma forma conquistar seu espaço no coração dos fãs mantendo viva a franquia. Porém, não sei se poderei dizer o mesmo de “Matrix Resurrection”.

matrix ressurrections
Photo Credit: Murray Close

Ao contrário dos outros três filmes que foram roteirizados e dirigidos pelas irmãs  Wachowski (Lily e Lana) este conta com a participação apenas de Lana e trás uma proposta bem diferente. Apostando na nostalgia e no apelo cômico como principal sustentação do longa. Esta fórmula funciona bem nos primeiros momentos, mas logo se torna cansativa e maçante devido ao excesso.

Roteiro

O enredo também trás problemas que prejudicam muito a experiência do expectador. Dedicando muito tempo à história amorosa de Neo e Trinity , ele deixa de lado questões importantes como a explicação sobre o retorno de Neo, e fato dele ter sobrevivido após o ataque final que ocorreu em ” Matrix Revolutions”.

Por conta de todo esse desacerto no roteiro a atuação do elenco também fica prejudicada. Uma vez que temos figuras importantes sendo interpretadas de forma caricata, como é o caso do Arquiteto (Neil Patrick Harris) e do próprio Morfeus (Yahya Abdul-MateenII) que perde seu tom ameaçador e visionário.

Enfim, em nome da inovação, Matrix Resurretion deixa de lado características fundamentais da franquia. Como o fato de ter uma história inteligente, com questões instigante. E até mesmo as cenas de ação e luta que antes eram tão impactantes nesse momento se apresentam esvaziadas. É como se a produção inovasse em tudo que precisa ser mantido e mantivesse tudo que precisava ser inovado.