Morando com o Crush é o novo filme do diretor Hsu Chien, que conta uma história um tanto quanto curiosa, sobre um casal de apaixonados que acabam indo morar juntos contra suas vontades. Com Giulia Benite e Vitor Figueiredo no elenco, a comédia romântica segue um molde pré-estabelecido do gênero com um elenco consistente.
O filme
Na trama de “Morando com o Crush”, os personagens Luana e seu pai, Fábio, encontram-se conectados por uma peculiar semelhança: ambos enfrentam dificuldades amorosas. Desde o falecimento de sua esposa, Fábio tem lutado para encontrar um relacionamento sério, enquanto Luana, por sua vez, admira secretamente seu crush, Hugo, de longe.
A vida de ambos muda de rumo quando Fábio se apaixona perdidamente por uma colega de trabalho, decidindo até mesmo planejar uma mudança para morar com ela. Simultaneamente, Luana recebe um convite para um encontro com Hugo. No entanto, uma reviravolta inesperada acontece: a nova namorada de Fábio é, na verdade, a mãe de Hugo.
A partir desse ponto, Luana e Hugo se veem obrigados a compartilhar o mesmo espaço enquanto lidam com a atração mútua que sentem um pelo outro, ao mesmo tempo, em que tentam resolver a inusitada situação criada pelo relacionamento de seus pais.
A história de Luana e Hugo nada no clichê das comédias românticas, mas claro, com um tom bem abrasileirado, com boas piadas e risadas. Mas infelizmente, isso não é suficiente para salvar o filme de ser chato e previsível. E digo isso com um pesar bem grande no coração, porque o filme tem sim seus acertos, como trazer Ed Gama para o filme, e a atuação brilhante de Marcos Pasquim e Giulia Benite.
O grande problema é que eles sozinhos não dão conta de sustentar a história fraca, um roteiro que não sabe o que quer fazer o espectador sentir, e a falta de ritmo na tela.
Roteiro derrapa e atrapalha mais do que ajuda
O roteiro de Sylvio Gonçalves tem uma premissa interessante, mas que não se concretiza em tela. Em vários momentos a história perde sua essência mais importante em detrimento de outra, que ele quer que seja mais importante, e assim por diante. Um exemplo bem crítico é o desejo de Luana em ser médica, por sua mãe querer ser médica também. É um desejo incrível, e poderia dar a trama um tom mais consistente, se não fosse o fato do roteiro mudar isso. Não uma, mas duas vezes, tirando toda a credibilidade desse sentimento gerado no espectador.
Os personagens também não tem coerência em tela, ao mesmo tempo, em que vemos um casal que do nada decide se mudar para uma cidade pequena, para trabalhar em uma empresa de tecnologia. E, além disso, alegam não encontrar casas para morar, e por isso decidem morar juntos. Só que eles são namorados, e esse não é o fato principal que os leva a morar juntos. E para piorar, se contar a passagem do tempo do filme, que aparenta ser durante as férias escolares, eles decidem se casar.
É entendível que não comédias românticas tomem para si a liberdade poética para um bem maior, o romance. Mas aqui, o roteiro é totalmente bagunçado e não faz sentido. Preciso dizer, que se ao invés de terem feito um filme, tivessem feito uma série, teria um resultado melhor.
Vale a pena assistir no cinema?
Definitivamente não vale assistir no cinema. Esse é claramente um filme para assistir em família, comendo uma pipoca no sofá.